Esquenta dos mercados: Dia de payroll mantém bolsas no vermelho, enquanto Ibovespa surfa onda da nova pesquisa Datafolha
Sem maiores indicadores para o dia ou agenda dos presidenciáveis, o Ibovespa fica à mercê do cenário exterior

Os mercados financeiros internacionais ensaiam alguma recuperação no último pregão de uma semana que parece ter durado um mês. As bolsas de valores europeias abriram em alta e os índices futuros de Nova York tentam firmar-se em território positivo nas horas que antecedem o payroll de agosto.
O payroll, como é conhecido o relatório mensal sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, é uma das referências do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para a condução de sua política monetária.
Diferentemente do que ocorre no Brasil, onde a única preocupação do Banco Central é a inflação, nos Estados Unidos, a autoridade monetária cumpre um duplo mandato: manter os preços sob controle com a máxima taxa possível de ocupação.
Desde a eclosão da pandemia, porém, a economia norte-americana desenvolveu um desequilíbrio que vem tirando o sono dos diretores do Fed.
No mercado de trabalho, a situação é de pleno emprego dos EUA. Já em relação aos preços, a inflação encontra-se atualmente nos níveis mais elevados em quase meio século.
Diante da tenacidade do Fed em sua tentativa de domar o dragão da inflação, pode sobrar para quem trabalha. A sinalização é de que o banco central norte-americano estaria disposto a forçar a desaceleração da economia por meio da alta da taxa básica de juro.
Leia Também
Mercado Livre (MELI34) recebe o selo de compra da XP: anúncios e Mercado Pago são as alavancas de valor
Os participantes do mercado, porém, temem que a postura rígida do Fed transforme a desaceleração econômica em recessão.
É por isso que os investidores estão de olho nos dados do payroll de agosto. Este será um dos indicadores levados em conta pelo Fed em sua próxima decisão de juro, prevista para o dia 21.
Por aqui, os participantes do mercado devem repercutir o resultado da mais recente edição do Datafolha. A pesquisa mostrou oscilação em queda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas dentro da margem de erro, estabilidade na situação de Jair Bolsonaro (PL) e alta nas intenções de voto em Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).
Na sessão da última quinta-feira (1º), o Ibovespa encerrou com ganhos de 0,81%, aos 110.405 pontos, começando o mês de setembro com o pé direito. O dólar à vista encerrou a sessão em alta de 0,71%, a R$ 5,2383.
Confira o que movimenta as bolsas, o dólar e o Ibovespa nesta sexta-feira:
Bolsas no exterior e um payroll para digerir
Tanto as bolsas na Ásia quanto os índices da Europa e os futuros de Nova York aguardam os dados do payroll de agosto.
O relatório de empregos trará uma nova fotografia do momento de trabalho nos Estados Unidos após o movimento da “grande demissão" de 2021. Essa onda de abertura de novos postos de trabalho pegou os analistas no pé contrário, mas seus efeitos foram atenuados ao longo dos meses.
De qualquer maneira, os analistas preveem mais um mês forte de contratação — o que pode pressionar o dia das bolsas.
Emprego X bolsas
Segundo dados da Bloomberg, a expectativa é de criação de 300 mil novos postos de trabalho em agosto.
Os fortes dados de emprego devem corroborar com a tese de manutenção do juro alto nos EUA, o que mantém vantagem dos títulos de renda fixa norte-americanos sobre as bolsas.
Assim, a taxa de desemprego deve permanecer em 3,5%.
Uma passada na Argentina
Também é prudente ficar de olho em potenciais repercussões do atentado frustrado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. A tentativa de assassinato foi perpetrada por um brasileiro.
O país vive uma grave crise econômica, com ausência de reservas em dólar e uma inflação que deve registrar alta de 90% neste ano. Jornais locais como o La Nación e Clarín, apesar das duras críticas contra o governo de Alberto Fernández, se solidarizaram com o ocorrido.
Empresas em bolsa
De volta ao panorama doméstico, entre as empresas listadas no Ibovespa, os investidores devem repercutir hoje a assinatura do memorando de entendimento por meio do qual a PRIO, ex-PetroRio (PRIO3) pretende arrematar a Dommo Energia.
Em outras palavras, o que restou do império de Eike Batista deve passar em breve para as mãos de Nelson Tanure.
Enquanto isso, o IRB Brasil anunciou na noite de ontem o resultado de uma emissão para levantar R$ 1,2 bilhão. A resseguradora concluiu a transação a R$ 1,00 por IRBR3, um desconto de quase 30% em relação ao fechamento de ontem (R$ 1,40).
Ibovespa de olho na produção industrial
Para completar o panorama doméstico do que deve movimentar a bolsa local, a produção industrial de julho deve reverter a tendência de queda de junho e subir 0,6% na mediana das projeções do Broadcast.
Na passagem interanual — em relação aos últimos 12 meses —, porém, a tendência é de manutenção da queda de 0,5% registrada no mês anterior. Por fim, no ano, a indústria deve cair 0,2%.
Bolsa hoje: agenda do dia
- IBGE: Pesquisa industrial mensal em julho (9h)
- Estados Unidos: Payroll de agosto (9h30)
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Depois de sofrer um raro ‘apagão’ e cair 20% em 2024, o que esperar de uma das ações preferidas dos ‘tubarões’ da Faria Lima e do Leblon?
Ação da Equatorial (EQTL3) rendeu retorno de cerca de 570% na última década, bem mais que a alta de 195% do Ibovespa no período, mas atravessou um momento difícil no ano passado
Ibovespa tem melhor semana do ano e vai ao nível mais alto em 2025; Magazine Luiza (MGLU3) e Natura (NTCO3) destacam-se em extremos opostos
Boa parte da alta do Ibovespa na semana é atribuída à repercussão de medidas adotadas pela China para impulsionar o consumo interno
Bolsa em disparada: Ibovespa avança 2,64%, dólar cai a R$ 5,7433 e Wall Street se recupera — tudo graças à China
Governo chinês incentiva consumo e uso do cartão de crédito, elevando expectativas por novos estímulos e impulsionando o mercado por aqui
Prio (PRIO3) sobe mais de 7% após balanço do quarto trimestre e fica entre as maiores altas do dia — mas ainda há espaço para mais
Os resultados animaram os investidores: as ações PRIO3 despontaram entre as maiores altas do Ibovespa durante todo o dia. E não são apenas os acionistas que estão vendo os papéis brilharem na bolsa
Frenetic trading days: Com guerra comercial no radar, Ibovespa tenta manter bom momento em dia de vendas no varejo e resultado fiscal
Bolsa vem de alta de mais de 1% na esteira da recuperação da Petrobras, da Vale, da B3 e dos bancos
O que não mata, engorda o bolso: por que você deveria comprar ações de “empresas sobreviventes”
Em um país que conta com pelo menos uma crise a cada dez anos, uma companhia ter muitas décadas de vida significa que ela já passou por tantas dificuldades que não é uma recessãozinha ou uma Selic de 15% que vai matá-la
Nem Trump para o Ibovespa: índice descola de Nova York e sobe 1,43% com a ajuda de “quarteto fantástico”
Na Europa, a maioria da bolsas fechou em baixa depois que o presidente norte-americano disse que pode impor tarifas de 200% sobre bebidas alcoólicas da UE — as fabricantes de vinho e champagne da região recuaram forte nesta quinta-feira (13)
Ação da Casas Bahia (BHIA3) tomba 13% após prejuízo acima do esperado: hora de pular fora do papel?
Bancos e corretoras reconhecem melhorias nas linhas do balanço da varejista, mas enxergam problemas em alguns números e no futuro do segmento
B3 (B3SA3) não precisa de rali da bolsa para se tornar atraente: a hora de investir é agora, diz BTG Pactual
Para os analistas, a operadora da bolsa brasileira é mais do que apenas uma aposta em ações — e chegou o momento ideal para comprar os papéis B3SA3
Contradições na bolsa: Ibovespa busca reação em dia de indicadores de atividade no Brasil e nos EUA
Investidores também reagem ao andamento da temporada de balanços, com destaque para o resultado da Casas Bahia
Stablecoins ocupam o espaço de dólar digital nos EUA — regulação avança no Senado e impulsiona modernização financeira
Comitê Bancário do Senado norte-americano vota regulação das stablecoins nesta quinta-feira (13), enquanto Brasil busca avançar com moedas digitais no Brics
As Sete Magníficas viraram as Sete Malévolas: Goldman Sachs corta projeções para a bolsa dos EUA
O banco reduziu as previsões para o S&P 500, o índice mais amplo da bolsa de Nova York, citando preocupações com o grupo formado por Amazon, Alphabet, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla
Sem exceções: Ibovespa reage à guerra comercial de Trump em dia de dados de inflação no Brasil e nos EUA
Analistas projetam aceleração do IPCA no Brasil e desaceleração da inflação ao consumidor norte-americano em fevereiro
Nem tudo está perdido para a Petrobras (PETR4): este banco vê uma luz no fim túnel após prejuízo de R$ 17 bilhões no 4T24
O Citi considera a ação como uma boa posição de carry (ganhos) em meio ao cenário do mercado brasileiro — saiba se é um bom momento colocar os papéis na carteira agora
De Minas para Buenos Aires: argentinos são a primeira frente da expansão do Inter (INBR32) na América Latina
O banco digital brasileiro anunciou um novo plano de expansão e, graças a uma parceria com uma instituição financeira argentina, a entrada no mercado do país deve acontecer em breve
A bolsa americana já era? Citi muda estratégia e diz que é hora de comprar ações da China
Modelo do banco dispara alerta e provoca mudança na estratégia; saiba o que pode fazer o mercado dos EUA brilhar de novo
Trump dá uma banana para o mercado e anuncia mais tarifas: bolsa de NY volta a cair e leva o Ibovespa
O presidente norte-americano usou a rede social Truth Social para anunciar tarifas totais de 50% sobre o aço e o alumínio do Canadá. Seis horas depois, voltou atrás — mas foi por um bom motivo
Elon Musk está mais “pobre” por causa de Trump: fortuna encolhe em US$ 29 bilhões em 24h com derrocada das ações da Tesla
As ações da fabricante de carros elétricos despencaram 15% na segunda-feira (10), mas o presidente norte-americano já achou uma solução para ajudar o bilionário: comprar um Tesla novinho
Decisão polêmica: Ibovespa busca recuperação depois de temor de recessão nos EUA derrubar bolsas ao redor do mundo
Temores de uma recessão nos EUA provocaram uma forte queda em Wall Street e lançaram o dólar de volta à faixa de R$ 5,85