Aperto do Fed, pagamento com criptomoedas no Irã e CEO da Binance bilionário: as notícias que movimentaram o bitcoin (BTC) esta semana
O mercado de criptomoedas permanece bastante volátil, com os investidores otimistas mas o cenário macroeconômico exercendo pressão negativa
O barco das criptomoedas balançou no turbulento rio dos investimentos desta semana. As fortes correntezas foram geradas principalmente pelo Federal Reserve, o Banco Central americano, que vai reduzir o fluxo dos rios de dinheiro para os mercados em geral.
O bitcoin (BTC) sentiu a pancada do fim dos estímulos monetários nos EUA, mas isso não impediu que a maior criptomoeda do mundo reme seu barquinho.
Nesta sexta-feira (14), a queda é de 0,53%, com as cotações em US$ 43.002,21, mas, no acumulado da semana a alta é de 3,62%.
Confira como foi o desempenho das demais criptomoedas do mercado:
# | Nome | Preço | 24h % | 7d % |
1 | Bitcoin (BTC) | US$ 43.002,21 | -0,53% | 3,62% |
2 | Ethereum (ETH) | US$ 3.275,13 | -1,02% | 3,38% |
3 | BNB (BNB) | US$ 479,49 | 1,05% | 7,30% |
4 | Tether (USDT) | US$ 1,00 | 0,03% | 0,04% |
5 | Solana (SOL) | US$ 146,83 | -4,42% | 6,24% |
6 | USD Coin (USDC) | US$ 1,00 | 0,10% | 0,04% |
7 | Cardano (ADA) | US$ 1,27 | 0,24% | 4,07% |
8 | XRP (XRP) | US$ 0,7729 | -0,63% | 2,93% |
9 | Terra (LUNA) | US$ 80,44 | -0,63% | 14,73% |
10 | Polkadot (DOT) | US$ 27,19 | 2,84% | 7,92% |
O mercado de fundos de índice (ETFs, em inglês) em criptomoedas brasileiro também terminou a semana com saldo positivo. Negociados na B3, eles operavam da seguinte forma no mesmo horário (Você pode clicar aqui para saber mais sobre cada um deles):
Ticker | Gestora | Preço | Variação (24h%) | Variação (7d%) |
HASH11 | Hashdex | R$44,45 | 0,45% | 1,75% |
ETHE11 | Hashdex | R$ 53,88 | 0,52% | 5,38% |
BITH11 | Hashdex | R$ 57,00 | 0,35% | 1,23% |
QBTC11 | QR Capital | R$ 15,13 | 1,54% | 1,74% |
QETH11 | QR Capital | R$ 13,31 | 1,22% | 4,53% |
O que esperar para a próxima semana?
O começo do ano foi difícil para as criptomoedas, mas os dados da rede do bitcoin (on-chain) permanecem positivos.
O momento é de aproveitar os descontos e não investir pensando no curto prazo, na opinião de Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move.
A dominância do bitcoin, um dos indicadores utilizados para prever movimentos de preço, permanece com viés de alta, e qualquer “onda positiva” mais forte deve levar o BTC ao tão sonhado patamar de US$ 100 mil.
Próxima resistência do bitcoin
O próximo patamar de resistência do BTC nesse momento está na faixa dos US$ 48 mil a US$ 50 mil. “Quanto tempo vai levar para romper essa barreira? Não sabemos”, afirma Lago.
Por isso, sempre vale ressaltar que o investimento em criptomoedas é extremamente arriscado. São ativos altamente voláteis e os especialistas recomendam alocar apenas uma pequena parcela dos recursos nesta categoria.
Aperto do Federal Reserve
A retirada de estímulos da economia americana (tapering) e a alta nos juros foram as primeiras notícias da semana que desagradaram os investidores em criptomoedas.
Dessa forma, o dinheiro em circulação e afetar a volatilidade de ativos de risco, entre eles ações e criptomoedas. Somado a isso, uma elevação dos juros deve aumentar o retorno de investimentos mais seguros, como o dos títulos do Tesouro americano, os chamados Treasuries.
Bitcoin agradece à inflação
Um dos dias que contribuiu para a alta das criptomoedas foi a terça-feira (11), quando foram divulgados os números da inflação dos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) fechou 2021 no patamar mais alto desde 1982, quase 40 anos.
Não é de hoje que o bitcoin é usado como hedge (proteção) contra a inflação. Os milionários já veem o BTC como uma moeda forte contra a alta nos preços.
Enquanto o poder de compra do bitcoin só aumenta com a alta do preço, o dólar permanece pressionado pela inflação. Por isso, existe a ideia recorrente no mundo cripto de que uma inflação mais alta seria benéfica para as criptomoedas.
O efeito em rede da comunidade de criptomoedas conseguiu sustentar a alta do mercado, mesmo que essa relação não seja comprovadamente verdadeira.
Irã de olho em criptomoedas
Na esteira das boas notícias, o Irã deve passar a permitir o uso de criptomoedas em negociações internacionais, de acordo com um relatório do Banco Central do país.
O chefe da Organização de Promoção Comercial do Irã, Alireza Peyman Pak, afirmou que o país está finalizando um mecanismo para operações do sistema. “Isso deve fornecer novas oportunidades para importadores e exportadores usarem criptomoedas em seus negócios internacionais”.
Em uma pesquisa recente, estima-se que 12 milhões de iranianos possuam criptomoedas. Considerando que o Irã tem 89 milhões de habitantes, de acordo com o último censo do país, o número corresponde a pouco mais de 13% da população.
CZ, o bilionário das criptomoedas
Filho de um professor universitário exilado e fundador CEO da Binance, Changpeng Zhao, mais conhecido como CZ, é o dono da maior fortuna do mundo em criptomoedas e já se coloca entre os maiores bilionários do planeta, superando nomes famosos como o do mexicano Carlos Slim.
Segundo o ranking da Bloomberg, a fortuna de CZ é da casa de US$ 96,1 bilhões, o que o torna o 11º homem mais rico do mundo.
A notícia não mexe diretamente com as cotações das criptomoedas, mas é, sem dúvidas, um grande passo para o mercado.
Capitão, estamos perdidos
A comunidade cripto é muito unida nas redes sociais e o movimento do mercado costuma seguir a tendência das hashtags.
Desde o início do ano, quando o bitcoin ainda estava na casa dos US$ 46 mil, os entusiastas de criptomoeda falavam em preços "descontados" no mercado.
Contudo, essa animação sumiu e a publicação semanal da Bankless, empresa de análise de criptomoedas, definiu o atual momento em poucas palavras:
“Ninguém parece estar confiante nos mercados. A neblina é densa. A perspectiva não é clara”
A verdade é que o mercado está se consolidando e ainda procura uma dinâmica própria.
Os investidores ainda não conseguem definir se seguem a tendência dos ativos de risco com as perspectivas macroeconômicas impostas pelo Federal Reserve ou se caminham com as próprias pernas.
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