O general Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras(PETR4), afirmou que a alta nos preços dos combustíveis não é culpa da companhia. Em audiência a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal para explicar a alta nos valores, Luna também descartou a possibilidade de desabastecimento de petróleo.
"A alta de preços dos combustíveis não corresponde à Petrobras e está sendo colocada na conta dela", disse aos senadores. Luna destacou ainda que a empresa está há 30 dias sem reajustar os combustíveis e que analisa abaixar os preços.
Ele afirmou que outras medidas poderiam ser tomadas para reduzir a volatilidade do preço dos derivados do petróleo no mercado interno, como a criação de um fundo estabilizador usando os dividendos da Petrobras, que serão recorde este ano.
A medida tem o apoio de um grupo de senadores, mas Luna deixou claro que o assunto não está na alçada da companhia e cabe ao Ministério da Economia e ao Congresso. Há também parlamentares que rechaçam essa hipótese e defendem a taxação das exportações de petróleo bruto, criticada pelo general pois, em sua visão, poderia gerar insegurança jurídica e afastar investidores do País.
No início da tarde desta terça-feira (23), as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) sobem 2,48%, já as ações preferenciais (PETR4) têm alta de 2,77%.
Não haverá desabastecimento
No mesmo evento, o Silva e Luna disse que não há qualquer risco de desabastecimento de petróleo e derivados no país. Questionado sobre as refinarias que estão sendo vendidas, ele afirmou que a Petrobras monitora todas as unidades que estão à venda e não há qualquer problema na produção.
A estatal colocou oito das suas treze refinarias à venda e até o momento conseguiu vender apenas três. Segundo o presidente da Petrobras, a refinaria de Mataripe, na Bahia, vendida para o fundo de investimentos Mubadala, está com fator de utilização de 91%, mesma média das outras refinarias da Petrobras no momento, e não 60%, como foi dito pelo senador Omar Aziz (PSD-AM).
Gás Natural
O fim dos contratos de gás natural estão levando a Petrobras a negociar com distribuidores, informou o presidente da Petrobras. Ele descartou qualquer conflito no processo.
Segundo o general, nos últimos seis meses o gás natural subiu 600% no mercado internacional, em um momento em que a estatal está renovando os contratos sob a Nova Lei do Gás, aprovada em março deste ano.
Luna afirmou que a revisão dos contratos está ocorrendo sem desentendimentos e que o Ministério de Minas e Energia (MME) está acompanhando essas negociações. "Existem contratos em relação ao gás natural que estão sendo encerrados, mas não há desentendimentos. O MME tem acompanhado esse processo conosco para chegar a uma solução sem nenhum conflito", afirmou, ao ser questionado por parlamentares.
*Com informações do Estadão Conteúdo.