Na Olimpíada dos balanços, a WEG foi ao pódio mais uma vez no segundo trimestre
A WEG novamente mostrou forte crescimento na receita líquida, Ebitda e lucro, auxiliada pela demanda forte no exterior e no Brasil

A história se repete em praticamente toda temporada de balanços: os analistas projetam um resultado forte para a WEG e a empresa catarinense supera todas as estimativas. Pois os números deste segundo trimestre de 2021 não fugiram à regra.
Mais uma vez, a WEG colheu bons frutos de seu amplo escopo de atuação e reportou lucro líquido de R$ 1,13 bilhão entre abril e junho, mais que o dobro dos ganhos contabilizados há um ano. A cifra ficou 41% acima da média das projeções de analistas, que apontava para um lucro na casa de R$ 796 milhões.
As demais linhas do balanço da WEG também foram dignas de medalha de ouro: a receita líquida cresceu 41% na mesma base de comparação, para R$ 5,75 bilhões, enquanto o Ebitda (o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,39 bilhão, avançando 90% em um ano.
No Brasil, a receita líquida da companhia chegou a R$ 2,58 bilhões, alta de 60,7% em relação ao segundo trimestre de 2020; no exterior, o salto foi de 28,9%, para R$ 3,17 bilhões.
É importante ressaltar que a base de comparação do balanço divulgado há pouco está distorcida: o segundo trimestre de 2020 foi marcado pelo pico da incerteza relacionada à pandemia, e quase todas as companhias tiveram resultados fracos na ocasião.
Ainda assim, os dados da WEG foram bastante fortes, e a comparação trimestral deixa clara a evolução constante. Veja a taxa de crescimento das principais linhas em relação aos primeiros três meses de 2021:
Leia Também
- Receita líquida: +13,2%;
- Ebitda: +37%; e
- Lucro líquido: +48,5%.

Baixe já o seu!
Conquiste a sua medalha de investidor com as nossas dicas de onde investir no segundo semestre de 2021 neste ebook gratuito.
WEG e o quadro de medalhas
O que explica esse sucesso sequencial da WEG?
A estratégia de atuação é um ponto crítico: a gigante catarinense tem diversos braços de negócio, todos eles com presença no Brasil e no exterior. A WEG leva a sério o mantra da diversificação — assim, mesmo se uma de suas frentes apresentar um desempenho mais fraco, as outras quase sempre mitigam esse efeito negativo.
Só que, nos últimos trimestres, quase todas as suas áreas de negócio têm apresentado bons resultados, beneficiadas pela demanda mais aquecida no Brasil e no exterior.
"No mercado externo, a recuperação da atividade industrial global confirmou os sinais de melhora reportados no último trimestre", diz a companhia, em mensagem aos acionistas — em relação ao mercado brasileiro, a WEG também afirma que a demanda tem se mostrado sólida.
Veja, por exemplo, o comportamento da divisão de equipamentos eletroeletrônicos industriais, a mais importante da empresa. Somando Brasil e exterior, essa área foi responsável por R$ 2,7 bilhões da receita líquida, crescendo 22,4% na base anual.
As demais divisões da WEG também subiram ao pódio. Veja abaixo um resumo do desempenho de cada área de atuação da companhia:
(R$ mi) | Mercado Interno | Mercado externo |
Equipamentos eletroeletrônicos industriais | ||
2T21 | 851,2 | 1.865,9 |
Variação x 2T20 | 33,9% | 17,8% |
------------------ | ------------------ | ------------------ |
Geração, transmissão e distribuição de energia | ||
2T21 | 1.204,3 | 931,7 |
Variação x 2T20 | 59,4% | 33,0% |
------------------ | ------------------ | ------------------ |
Motores comerciais | ||
2T21 | 307,0 | 326,1 |
Variação x 2T20 | 188,8% | 111,9% |
------------------ | ------------------ | ------------------ |
Tintas e vernizes | ||
2T21 | 215,5 | 46,5 |
Variação x 2T20 | 102,1% | 115,9% |
Liderança folgada
A demanda aquecida também provocou um crescimento nos custos dos produtos vendidos — um efeito natural. O CPV do trimestre chegou a R$ 4 bilhões, alta de 41,3% em um ano. Ainda assim, esse aumento ficou em linha com o avanço da receita líquida.
Com isso, o lucro bruto da WEG ficou em R$ 1,75 bilhão entre abril e junho, alta de 41,8%; a margem bruta teve ligeira melhora de 0,1 ponto, a 30,4%.
As linhas de despesa também cresceram na base anual, como era de se esperar. Mas, novamente, não houve descompasso com a melhora operacional, como mostram as margens Ebitda (24,2%, alta de 4,9 pontos) e líquida (19,7%, avanço de 5,2 pontos).
No lado das disponibilidades e endividamento, mais um pódio garantido: a WEG encerrou o trimestre com uma posição de caixa líquido de R$ 2,7 bilhões, mais que o dobro do visto em junho de 2020.
A WEG na bolsa
Na B3, as ações ON da WEG (WEGE3) fecharam o pregão de ontem em leve baixa de 0,75%, a R$ 34,49. Desde o começo de 2021, os papéis acumulam queda de 9%.
Esses dados podem parecer contra intuitivos: se a WEG mostra resultados sequencialmente fortes, por que suas ações não sobem de acordo com a tendência dos balanços?
Para responder essa pergunta, é preciso olhar para um horizonte de tempo mais amplo. Numa janela de cinco anos, por exemplo, WEGE3 acumula ganhos de mais de 400% — é um dos casos de maior valorização da bolsa brasileira ao longo do tempo.

Assim, por mais que num passado recente as ações da WEG tenham ficado meio paradas, fato é que elas subiram muito nos últimos anos. E, depois de toda essa escalada, é natural que o mercado se pergunte se ainda há espaço para ganhos adicionais, mesmo com a continuidade dos bons resultados mostrados no balanço.
Alguns indicadores técnicos nos fornecem pistas: a relação entre preço das ações e lucro por ação nos últimos 12 meses (P/L) de WEGE3 está atualmente em 53,05, segundo dados do Trademap. O índice está acima da média histórica dos últimos três anos, de 48,84.
O mesmo acontece com a relação entre o valor da empresa e o Ebitda nos últimos 12 meses (EV/Ebitda): os atuais 38,8 são superiores à média para os papéis, de 35,6.
Em geral, quando as métricas de valuation de um papel estão acima de sua média histórica, temos um indicativo de que essas ações estão caras. Essa, no entanto, não é uma ciência exata.
Ora essas, se uma companhia mostra uma evolução consistente de seus resultados ao longo dos anos, é justo que suas ações se valorizem — e que a média histórica de seus indicadores de valuation também aumente.
Também vale ressaltar que tanto o P/L quanto o EV/Ebitda de WEGE3 projetados para o fim de 2022 estão abaixo das médias históricas, novamente usando como base os dados do Trademap. Assim, pode valer a pena comprar as ações hoje, pensando num horizonte de tempo mais longo.
No fim, tudo é uma questão de expectativa: por mais que a WEG tenha levado mais um ouro nas Olimpíadas dos balanços, o importante na bolsa é saber se esse resultado já não era tido como barbada na bolsa.
Quer saber quais as perspectivas para a bolsa no segundo semestre desse ano? É só clicar no vídeo abaixo, feito especialmente pelo Seu Dinheiro para você:
Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa
A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025
Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual
De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Weg (WEGE3), Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3): quem “bombou” e quem “moscou” no primeiro trimestre do ano? BTG responde
Com base em dados das prévias operacionais, analistas indicam o que esperam dos setores de transporte e bens de capital
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa