Mesmo depois de ultrapassar US$ 1 trilhão em valor de mercado (algo em torno de R$ 5,4 trilhões, na cotação atual), ainda há quem desconfie da Tesla, de Elon Musk. De acordo com uma reportagem do Market Watch, analistas acreditam que a empresa de veículos elétricos está supervalorizada e que suas ações podem cair até 88%, chegando em US$ 150.
No ano, os papéis da Nasdaq acumulam alta de 45%. Já os BDRs (ações internacionais com lastro na bolsa brasileira) já se valorizaram 49%.
“A previsão se baseia na matemática”, diz o CEO da companhia independente de pesquisa de investimentos New Constructs, David Trainer, em um relatório divulgado. Para ele, não é possível que a empresa possua valor de mais de US$ 1 trilhão, pois isso implicaria que a Tesla dominasse 118% do mercado global de veículos elétricos e que viria a ser mais lucrativa do a Apple, a partir de 2030.
Além disso, Trainer afirma que a Tesla teria que vender quase 31 milhões de carros anualmente até 2030 para justificar essa avaliação. Se isso acontecer, a Tesla terá cerca de US$ 131 bilhões em lucro operacional em 2030, superior aos US$ 100 bilhões que a Apple está obtendo agora.
Para alguns players do mercado, esse feito é improvável . Analistas do Morgan Stanley estimam que as vendas anuais da empresa de Musk cheguem a 8 milhões de unidades. Assim, isso deve gerar ganhos na ordem dos US$ 30 bilhões por ano.
Quem apostou contra a Tesla perdeu
Apesar das especulações, a Tesla acumula ganhos de quase 160% nos últimos 12 meses. Desde o IPO, em 2010, os ganhos são de 27.539,06%.
A empresa também reportou lucro líquido recorde no terceiro trimestre deste ano. No período o lucro atingiu os US$ 1,62 bilhão, aumento de 389% ante um ano antes, quando o lucro foi de US$ 331 milhões.
De acordo com a companhia, o resultado deve-se tanto ao aumento das entregas de veículos, quanto ao crescimento de outras divisões da empresa. Isso elevou a margem bruta da área automotiva a 30,5%, ante 27,7% de um ano antes.
Na contramão de outras montadoras, as vendas da Tesla aumentaram nos últimos meses, apesar da escassez de chips e dos desafios da cadeia de suprimentos, que assombram a indústria global.
Recentemente, porém, Elon Musk provocou a queda dos papéis ao fazer uma enquete no Twitter perguntando aos seus seguidores se ele deveria vender 10% das ações da Tesla , afirmando ser vítima de muitas reclamações sobre evasão fiscal por meio de lucros não realizados.
Do total de 3,52 milhões de votos, 57,9%, ou cerca de 2,04 bilhões, votaram que o bilionário deveria vender seus papéis. Com isso, as ações chegaram a cair 7%. No acumulado dos últimos 5 dias, as perdas são de 13,50%.