Decepção na Stone (STNE): ações desabam 30% nos EUA após trimestre fraco; queda no ano é de quase 75%
A Stone (STNE) reportou uma queda de mais de 50% no lucro líquido, ficando bastante abaixo das projeções de analistas

A má fase da Stone (STNE) nas bolsas americanas parece não ter fim. As ações da companhia, que já amargavam perdas de mais de 60% desde o início do ano, desabam outros 30% apenas na sessão desta quarta-feira (17). E não é para menos: a empresa reportou uma queda intensa em seu lucro líquido e trouxe um balanço bastante poluído, cheio de ajustes e efeitos extraordinários a serem digeridos.
A última linha do balanço é a que mais chama a atenção: lucro líquido ajustado de R$ 132,7 milhões, queda de 53,9% em um ano — e isso apesar do salto de 57% na receita líquida, para R$ 1,47 bilhão. Com isso, a margem líquida da Stone despencou para 9%, patamar considerado bastante baixo por analistas e investidores; ao fim do terceiro trimestre de 2020, a margem era de 30,8%.
Muitos fatores pressionaram a empresa de meios de pagamento no trimestre. Há, em primeiro lugar, a consolidação da Linx nos resultados — a aquisição foi acertada no fim do ano passado, após uma intensa disputa com a Totvs. Além disso, a parceria firmada com o Inter também foi sentida: a Stone se comprometeu a investir R$ 2,5 bilhões para ficar com 5% do banco, e os efeitos contábeis sobre o balanço foram lançados agora.
Esses dois itens provocam uma distorção nos resultados e dificultam uma análise mais precisa: com tantos asteriscos e notas de rodapé no balanço, é complexo entender com exatidão qual o real estado das operações da Stone. Mas, de qualquer maneira, a queda brusca no lucro pegou o mercado de surpresa.
Veja, por exemplo, o caso do Bank of America: o lucro de R$ 132,7 milhões reportado pela Stone ficou 23% abaixo das projeções dos analistas Mario Pierry e Antonio Ruette — e eles já não estavam muito otimistas. Em média, o lucro da companhia ficou 44% aquém das estimativas do mercado, de acordo com dados do BTG Pactual.
Como resultado, as ações da Stone (STNE) recuavam 29,69% por volta de 13h15 (horário de Brasília), sendo negociadas a US$ 22,29 em Nova York — desde o começo do ano, as perdas já chegam a quase 75%. Na B3, a história não é muito diferente: os BDRs da empresa (STOC31) despencam 29,22%, a R$ 121,74.
Leia Também
A avalanche na Stone também traz desdobramentos para os papéis do Inter: a má impressão deixada pelo novo sócio do banco faz as ações PN (BIDI4) caírem 7,60%, enquanto as units (BIDI11) recuam 7,66% — são as duas maiores baixas do Ibovespa nesta quarta.

Stone (STNE e STCO31): como avaliar?
Em relatório, os analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpigel, do BTG Pactual, ponderam que o balanço da Stone até trouxe algumas boas notícias: o volume total de pagamentos avançou 7,6% em um ano e chegou a R$ 75 bilhões; a adição de mais de 290 mil novos usuários também foi bem-vinda.
No entanto, esses pontos de brilho foram mais que ofuscados pelas inúmeras zonas nebulosas do resultado. A estratégia mais agressiva de precificação nos últimos 12 meses, o fato de a companhia não reportar receitas com crédito no trimestre, os investimentos pesados em expansão, as maiores despesas financeiras — tudo isso pesou muito e fez com que a margem líquida ficasse abaixo dos 10%.
"Dado que o crédito ainda não retornou (e não sabemos quando ele irá ou qual sua 'rentabilidade'), e que a Selic está disparando, vemos os resultados para 2022 sob ameaça", escrevem os analistas do BTG. "Considerando tudo, nós provavelmente precisaremos revisar em muito as nossas estimativas (provavelmente em mais de 30%)".
Além dos pontos já citados e dos efeitos não recorrentes, o Bank of America também destaca que o aumento nas despesas — tanto as operacionais quanto as financeiras — pressionaram o balanço da Stone. Investimentos para o crescimento e expansão em novos negócios, marketing, tecnologia e soluções financeiras ajudam a explicar o salto.
STNE desaba em Nova York
Vale lembrar que essa não é a primeira decepção do mercado com a Stone: os números do período entre abril e junho deste ano também pegaram os analistas de surpresa e provocaram uma reação bastante negativa em Wall Street — o Bank of America, inclusive, lembra que a companhia reportou perdas operacionais pelo segundo trimestre consecutivo.
Nesse cenário e em meio à intensa queda das ações em Nova York, o BofA destaca que os papéis não estão precificando "quaisquer benefícios em potencial da transação com a Linx ou o eventual relançamento dos produtos de crédito". Dito isso, o banco possui recomendação neutra para STNE, com preço-alvo de US$ 59,00.
O BTG, por ora, continua com recomendação de compra para as ações da Stone, com preço-alvo de US$ 66,00 — vale lembrar, no entanto, que os analistas já afirmaram que devem revisar para baixo seus modelos para a empresa.
De acordo com o TradeMap, as ações STNE possuem 11 recomendações de compra e 5 neutras.
Petrobras (PETR4) opera em queda, mas nem tudo está perdido: chance de dividendo bilionário segue sobre a mesa
A estatal divulgou na noite de terça-feira (29) os dados de produção e vendas do período de janeiro e março, que foram bem avaliados pelos bancos, mas não sobrevive às perdas do petróleo no mercado internacional; saiba o que está por vir com relação ao balanço
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025
Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Stone (STNE) avança com plano de venda da Linx à Totvs (TOTS3); Citi e BofA dizem que é hora de comprar
A retomada das negociações aconteceu na semana passada e marca um novo capítulo nas conversas entre as duas empresas
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual
De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Weg (WEGE3), Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3): quem “bombou” e quem “moscou” no primeiro trimestre do ano? BTG responde
Com base em dados das prévias operacionais, analistas indicam o que esperam dos setores de transporte e bens de capital
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Tecnologia: Totvs (TOTS3) retoma conversa com Stone (STOC31) para compra da Linx
Totvs e Stone anunciaram acordo de exclusividade para tratar da compra da Linx
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3