Petrobras (PETR4) diz “não” ao vale gás, mas estuda usar dividendos do governo para aliviar preços dos combustíveis
A ideia é, com o dinheiro dos proventos, ajudar os consumidores, que estão pagando cada vez mais caro pelos produtos da estatal
Apesar de ter dito "não" a proposta de custear um vale gás para a população, a Petrobras está disposta a ajudar o governo na estabilização dos preços dos combustíveis.
A empresa vai antecipar o pagamento de R$ 32 bilhões em dividendos a seus acionistas. A maior beneficiada, com R$ 15,4 bilhões, será a União, sócia majoritária da petrolífera.
De olho nesses recursos, a estatal trabalha com o Ministério de Minas e Energia (MME) para criar um fundo de estabilização dos preços da gasolina e do diesel.
A ideia é, com o dinheiro, aliviar os consumidores, que estão pagando cada vez mais caro pelos produtos da estatal, à medida que a cotação do petróleo dispara no exterior.
O incômodo do governo com a política de preços da Petrobras derrubou Roberto Castello Branco da presidência da estatal. Seu sucessor, Joaquim Silva e Luna, assumiu o cargo com a incumbência de atenuar os efeitos da valorização dos combustíveis no orçamento das famílias e, ao mesmo tempo, garantir o retorno financeiro aos acionistas.
A Petrobras (PETR4) está entregando bons dividendos? Confira uma análise dos resultados divulgados pela empresa neste segundo trimestre e inscreva-se no canal do Seu Dinheiro no Youtube para mais conteúdos sobre investimentos:
A novela do vale gás
Diante da persistência da alta dos preços, o presidente Jair Bolsonaro voltou a se manifestar sobre a Petrobras nos últimos dias. Mesmo após uma negativa da estatal, ele disse estudar com a criação de um vale gás com fundos da empresa.
"A Petrobras terá um fundo de R$ 3 bilhões para um vale-gás. A proposta está bem avançada. A ideia é dar um botijão de gás a cada dois meses para o pessoal do Bolsa Família", disse Bolsonaro a uma rádio do Rio Grande do Norte, na última quarta-feira.
A Petrobras nega. A empresa disse que, ao menos por enquanto, está ajudando apenas com ideias, que poderão ser usadas na definição do fundo de estabilização dos preços, segundo o diretor de comercialização e logística da estatal, Claudio Mastella.
O executivo deu a declaração ao detalhar a analistas as demonstrações financeiras do segundo trimestre, quando a companhia registrou lucro de R$ 42,8 bilhões.
Política de preços da Petrobras explica balanço turbinado
Uma das causas desse resultado é a política de paridade de importação adotada pela empresa, que alinha os seus preços aos do mercado internacional. A diferença, agora, é que ela está demorando mais tempo a repassar ao consumidor as volatilidades externas.
Indiretamente, no entanto, a estatal já está ajudando o governo. Neste mês, vai pagar antecipadamente uma parcela dos R$ 11,6 bilhões em dividendos destinados à União pelo resultado do fechamento de 2021.
Considerando outras parcelas já pagas, o Tesouro vai ficar com R$ 15,4 bilhões de retorno pelo controle da estatal. Trata-se da maior distribuição de dividendos pela estatal desde 2018.
Reações dos analistas
A antecipação dos dividendos foi bem recebida pelo mercado, que viu na medida a melhor solução para evitar possíveis intervenções políticas na gestão da empresa para baixar os preços dos combustíveis.
"O Fundo Brasil, a ser integrado pela rede de resultados que a União tem direito e por recursos de privatizações e de venda de imóveis públicos, alinharia o interesse da Petrobras, minoritários e controlador", disse o UBS, em relatório, projetando para 2022 dividendos de U$ 15 bilhões.
O Fundo Brasil é uma proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, para pagar precatórios e benefícios sociais. Mas não foi definido, por enquanto, se o fundo de estabilização dos preços dos combustíveis terá relação com o Fundo Brasil.
De qualquer forma, a ideia de utilizar os ganhos com as estatais para solucionar lacunas econômicas agrada o mercado.
O Bradesco BBI avaliou que a "Petrobras deve se tornar uma poderosa e sustentável pagadora de dividendos". Em relatório, o banco disse que os proventos podem aumentar nos próximos dez anos. "Um risco importante agora é a aproximação das eleições presidenciais de 2022."
*Com informações do Estadão Conteúdo
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