Martelo batido: a Petrobras (PETR3 e PETR4) vai vender sua fatia na Braskem (BRKM5) — mas com algumas condições
A Petrobras (PETR3 e PETR4) é dona de 38,3% da Braskem (BRKM5); com a recuperação das ações da petroquímica, a venda se tornou atrativa

Depois de muitas idas e vindas — e um sem-número de especulações no mercado —, a Petrobras (PETR3 e PETR4) finalmente definiu o modelo de venda de sua participação na Braskem (BRKM5): a estatal planeja uma oferta secundária de ações (o chamado 'follow-on') da petroquímica, de modo a se desfazer de até 100% de sua fatia. A operação, no entanto, depende de algumas condições.
Antes de mais nada, é importante ressaltar a importância dessa venda para a Petrobras. Atualmente, a empresa é dona de 36,15% do capital da Braskem, uma empresa cujo valor de mercado gira em torno de R$ 42,9 bilhões. Ou seja: teoricamente, essa fatia custa R$ 15,5 bilhões.
É claro que essa cifra ainda vai mudar, uma vez que a Petrobras pretende se desfazer de sua participação na Braskem via oferta de ações ao mercado — e, sendo assim, o preço dos papéis da petroquímica no momento da venda é o que irá definir o volume de dinheiro que entrará no cofre da estatal.
Mas, ora essas, é possível fazer algumas contas. Ao fim do terceiro trimestre, a Petrobras tinha uma dívida bruta de US$ 59,6 bilhões, e a fatia detida na Braskem, pela taxa de câmbio atual, valeria cerca de US$ 2,7 bilhões. Portanto, falamos de um alívio nada desprezível na dinâmica de endividamento da empresa — que, diga-se, já cumpriu as suas metas para a dívida bruta.
Feitas todas essas ponderações, vamos aos planos da Petrobras em si.
Petrobras (PETR3 e PETR4): as condições
Já faz tempo que a venda da participação na Braskem era ventilada pela Petrobras (PETR3 e PETR4), mas a queda brusca nas ações da petroquímica nos últimos anos, somada às dificuldades financeiras da outra grande acionista da empresa, a Novonor (a antiga Odebrecht), dificultava o processo.
Leia Também
Mas as duas sócias chegaram a um plano estratégico para destravar valor na Braskem e, com isso, viabilizar a venda. E o primeiro passo é a migração da Braskem para o Novo Mercado da B3, o nível mais elevado de governança da bolsa brasileira — cabe à petroquímica fazer os estudos necessários e tomar as medidas cabíveis para tal.
A partir daí, será necessária a assinatura de um novo acordo de acionistas entre Petrobras e Novonor, e esse documento atualizado já trará a informação de que as duas empresas pretendem se desfazer de suas posições na Braskem — a antiga Odebrecht é dona de 38,3% da petroquímica.
Como contrapartida à movimentação, a Petrobras promete uma colher de chá à Braskem: a companhia terá preferência no desenvolvimento de novos negócios do setor petroquímico que as atuais acionistas controladoras possam se envolver no futuro.

Braskem (BRKM5): ações se recuperam
Após um período de forte turbulência em 2019 e 2020, as ações PNA da Braskem (BRKM5) passaram por uma recuperação bastante firme em 2021, retornando a patamares de preço próximos às máximas históricas — o que, naturalmente, representa um momento oportuno para que a Petrobras (PETR3 e PETR4) manifeste interesse em vender sua participação.
No fechamento da última quarta-feira (15), os papéis BRKM5 valiam R$ 55,78, acumulando ganhos de 167% desde o começo do ano — vale lembrar que o Ibovespa recua mais de 10% no mesmo período. O reaquecimento na demanda por produtos petroquímicos e uma série de desinvestimentos em ativos não-centrais ajudaram a dar força à empresa, tanto no lado operacional quanto no financeiro.
Essa reviravolta ocorre justamente após um período prolongado de baixa nos preços dos derivados do petróleo; além disso, a Braskem teve de lidar com problemas ambientais relacionados às operações de extração de sal-gema em Maceió, fechando acordos milionários com o governo de Alagoas para ressarcir os danos causados à infraestrutura de diversos bairros da capital do estado.

VEJA TAMBÉM: Ações da Vale (VALE3) têm potencial para subir forte; vale a pena investir?
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar
Petlove alega risco de monopólio regional e distorção competitiva no setor pet com criação de gigante de R$ 7 bilhões
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados