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Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

Construção em baixa na bolsa

Por que a MRV (MRVE3) vai recomprar até 8% das ações — e o que isso diz sobre o setor de construção?

Dias após bater as mínimas do ano, a MRV (MRVE3) anunciou um programa de recompra de ações; entenda a dinâmica do setor de construção

Victor Aguiar
Victor Aguiar
31 de agosto de 2021
15:35 - atualizado às 15:37
Logo da MRV (MRVE3) nas cores verde e amarelo
Imagem: Divulgação

As empresas do setor de construção e incorporação têm tido um bom ano: os lançamentos estão aquecidos, as vendas de imóveis vão bem e os resultados financeiros mostram tendências saudáveis. Mas, na bolsa, o cenário é oposto, com uma queda generalizada — e, coincidência ou não, a MRV (MRVE3) anunciou um programa de recompra de ações poucos dias após bater as mínimas no ano.

Ao todo, a MRV se propõe a comprar até 24,15 milhões de ações ON que estão em circulação no mercado, quantidade que corresponde a 8,19% do capital social. Ontem, MRVE3 fechou em baixa de 1,7%, a R$ 13,44; a menor cotação de 2021 foi registrada no último dia 23 de agosto, a R$ 12,49.

Os papéis adquiridos por uma empresa numa recompra são mantidos em Tesouraria e, assim, não ficam mais em circulação na bolsa. Há inúmeros motivos que levam uma companhia a anunciar um programa como esse, entre eles:

  • A empresa acredita que suas ações estão baratas ou mal avaliadas pelo mercado;
  • A companhia precisa distribuir ações aos executivos como bônus e não quer emitir novos papéis;
  • A empresa quer gerar valor ao acionista que continua em sua base, apesar da instabilidade do mercado.

A razão exata por trás de um programa de recompra nunca é revelada — e, no caso da MRV, não foi diferente. Mas, levando em conta o bom momento operacional e financeiro da companhia, é de se imaginar que a queda forte de seus papéis tenha gerado incômodo na administração.

Seja lá qual for a razão, o anúncio foi comemorado pelo mercado: por volta de 14h15, as ações ON da MRV (MRVE3) operavam em alta de 1,93%, a R$ 13,70 — mais cedo, os papéis chegaram a avançar mais de 4%.

Gráfico de linha com o comportamento das ações ON da MRV (MRVE3) desde o começo de 2021
A instabilidade que atingiu a bolsa brasileira como um todo em agosto foi particularmente ruim para as construtoras e incorporadoras, como a MRV

MRVE3 e outras construtoras: ano ruim na bolsa

A MRV não é a única que amarga um ano negativo no mercado acionário. Não importa o segmento de atuação: quase todas as principais construtoras e incorporadoras acumulam perdas desde o começo de 2021.

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O Índice Imobiliário da B3 (IMOB), por exemplo, amarga queda de quase 20% — a carteira também inclui operadoras de shoppings, segmento que foi bastante afetado desde o começo da pandemia. Entre todos os índices setoriais da B3, o IMOB é, de longe, o que apresenta o pior desempenho em 2021:

Gráfico de barras mostrando o desempenho dos índices setoriais da B3 desde o começo de 2021
Repare que os únicos índices com desempenho positivo são os de Materiais Básicos (IMAT), fortemente influenciado pelo preço das commodities, e o Industrial, também relacionado ao preço de ativos como o minério de ferro e o aço

Há uma preocupação natural quanto ao futuro da Selic no Brasil: as preocupações com o teto fiscal e a trajetória da dívida no país provocaram a abertura das curvas de juros mais longas. Na prática, o mercado aposta em taxas mais elevadas no médio e longo prazo — o que, obviamente, encarece o financiamento imobiliário e a própria obtenção de recursos pelas empresas.

Mas há ainda um certo déjà vu entre os investidores. No longínquo 2007, houve um boom de IPOs de construtoras e incorporadoras, também num contexto de aquecimento do setor; nos anos seguintes, contudo, uma virada nas condições do mercado acabou deixando muitas empresas com estoques altos e endividamento elevado — uma combinação nada promissora.

Um cenário bastante parecido começa a se desenhar. Em 2020, tivemos uma nova explosão de aberturas de capital — Mitre, Moura Dubeux, Cury, Lavvi, Plano&Plano e Melnick chegaram à bolsa. E, novamente, o contexto é bastante favorável em termos operacionais, com demanda aquecida e lançamentos a todo vapor.

"Juros abrindo, Selic subindo, custo do financiamento imobiliário subindo, gera aquela pergunta: é hora de ficar comprado? A resposta tem sido não, o mercado não quer ouvir falar de construção", diz Henrique Florentino, analista da Empiricus. "Acho que ainda tem um pouco de receio com o que houve em 2007, em que a gente teve muitos IPOs, mas poucos ficaram para contar a história".

EmpresaCódigoDesempenho em 2021
MRVMRVE3-23,38%
DirecionalDIRR36,85%
TendaTEND3-29,99%
CyrelaCYRE3-25,38%
GafisaGFSA3-25,98%
EvenEVEN3-22,53%
EZTecEZTC3-34,11%
HelborHBOR3-39,56%
LavviLAVV3-30,40%
MitreMTRE3-40,69%
Moura DubeuxMDNE3-29,14%
CuryCURY3-22,30%
Plano&PlanoPLPL3-43,42%
TecnisaTCSA3-40,74%
*Até o dia 31 de agosto

Florentino também lembra que a própria natureza competitiva dos mercados acaba pesando sobre o setor: com recursos limitados e tantas empresas de construção e incorporação com o capital aberto, o dinheiro acaba sendo diluído entre as inúmeras opções. Um fundo, afinal, não vai reservar uma fatia maior de seu portfólio ao setor só porque várias companhias fizeram IPO.

Há uma preocupação maior quando a curva de juros empina, por mais que os dados operacionais das construtoras, em sua maioria, estejam bons

Henrique Florentino, analista da Empiricus

MRV: por que fazer uma recompra?

No começo do texto, já explicamos que as ações que são recompradas por uma empresa permanecem em Tesouraria. Dito isso, o que acontece depois é que pode afetar diretamente a vida do acionista.

Caso a companhia opte por manter as ações paradas, apenas aguardando sua valorização e vendendo-as posteriormente — lembre-se, uma recompra pode ocorrer num momento em que a própria empresa acredita que seus ativos estão baratos demais —, o lucro obtido com essa operação vai trazer dar um impulso às métricas financeiras do balanço.

Há também o cenário em que a empresa cancela as ações que foram recompradas e, assim, o total de ações da companhia diminui permanentemente. Se isso ocorre, o acionista passará a deter uma fatia maior — e, consequentemente, receberá mais dividendos.

Num exemplo prático: a MRV já pagou R$ 230,66 milhões em dividendos neste ano — ou R$ 0,48 por ação. Se a empresa de fato recomprar os 8,1% citados na proposta, o total em circulação será reduzido de 294,6 milhões a 270,5 milhões de papéis; assim, o mesmo montante em dividendos ficaria mais polpudo na conta unitária.

Há também a possibilidade de a empresa estar com caixa de sobra, mas sem projetos para investir esses recursos — e, assim, usa a recompra de ações para distribuir valor ao acionista. Essa, no entanto, é uma decisão que pode ser mal recebida, uma vez que muitos consideram essa alternativa como um "mau uso" do caixa.

Por fim, é importante lembrar que a recompra de ações traz um efeito colateral: a redução da liquidez dos papéis. No caso da MRV, uma empresa bastante negociada na bolsa e integrante de longa data do Ibovespa, essa preocupação acaba ficando em segundo plano; mas, para companhias que já são pouco líquidas, uma recompra pode ser uma decisão bastante drástica.

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