Carga Pesada: JSL faz oferta para comprar a Tegma — e ambas aceleram na bolsa
A oferta da JSL pela Tegma envolve R$ 989 milhões em dinheiro e troca de ações. A proposta é válida até o dia 16 deste mês
A JSL tem um objetivo bastante claro: quer consolidar o setor de transporte e logística rodoviários — e para tal, a empresa já fez cinco aquisições desde o ano passado. Nenhuma delas, no entanto, representou um passo tão ousado quanto o dado nesta manhã, com uma proposta hostil de aquisição da Tegma.
A junção entre as duas companhias sempre foi especulada pelo mercado: a JSL é a líder nas atividades de logística rodoviária no país; a Tegma, por sua vez, tem como carro-chefe (com o perdão do trocadilho) o transporte de veículos, com uma extensa frota de caminhões-cegonha.
Pois a especulação está cada vez mais próxima da realidade. A proposta envolve uma parcela em dinheiro, de R$ 989 milhões, e outra em ações, com a emissão e entrega de 49,4 milhões de novos papéis ON da JSL (JSLG3).
Na prática, os acionistas da Tegma receberão R$ 15,00 e 0,7495 ação da JSL por cada papel ON da companhia (TGMA3).
Portanto, vamos às contas: no fechamento de ontem, as ações da JSL valiam R$ 11,90 e as da Tegma, R$ 23,02. Usando esses valores como referência, a oferta giraria em torno de R$ 24,00 — um prêmio de 4% em relação à cotação de TGMA3.
Pode não parecer muito, mas o mercado reagiu com empolgação à proposta: as ações da Tegma disparam 13% nesta tarde, a R$ 26,00; os papéis da JSL sobem 7%, a R$ 12,70.
Leia Também
Afinal, a união das companhias viria acompanhada de ganhos de sinergia e uma maior oferta de serviços por parte da Tegma, que no momento é bastante dependente do transporte de veículos. Ou seja: há mais na mesa que o simples valor a ser recebido.
De qualquer maneira, a bola agora está com a Tegma: o conselho de administração já sinalizou que está analisando a proposta e que, se a achar pertinente, poderá convocar uma assembleia de acionistas para votar o tema. A oferta da JSL é válida até o dia 16.

JSL acelerando
Mas ora essas, de onde veio esse impulso comprador da JSL?
Voltemos a setembro do ano passado. Na ocasião, a empresa levantou quase R$ 700 milhões com uma oferta de ações. E, em paralelo, promoveu uma ampla reestruturação societária: constituiu uma nova holding, a Simpar, que controla todas as empresas do grupo — com destaque para a JSL em si, a Movida e a Vamos, todas com ações na bolsa.
Com a reorganização, o grupo conseguiu estruturar melhor as finanças de cada companhia e destravar valor — individualmente, as empresas possuem acesso facilitado ao crédito e sua análise fica facilitada por parte dos potenciais investidores.
Com o fortalecimento financeiro e as alterações societárias, a JSL ficou livre para ir ao mercado atrás de aquisições — e as oportunidades eram muitas. Veja as compras acertadas pela companhia desde o ano passado:
- Fadel Holding, por R$ 159,4 milhões;
- Transmoreno, por R$ 310 milhões;
- Pronto Express Logística (TPC), por R$ 288,6 milhões;
- Rodomeu Transportadora, por R$ 97 milhões; e
- Transportes Marvel, por R$ 245 milhões.
E qual o impacto dessas transações? Somando as métricas financeiras de cada uma dessas empresas, a receita bruta da JSL chegará a R$ 4,9 bilhões nos últimos 12 meses, alta de quase 50%; o Ebitda irá a R$ 671 milhões (+66%).
E, tão importante quanto: as compras aumentaram o escopo da JSL. A Fadel é especialista em distribuição urbana; a Transmoreno atua no transporte de veículos; a TPC é relevante em operação de armazéns, logística dedicada e gestão de distribuição; a Rodomeu faz transporte de cargas de alta complexidade; e a Marvel é uma transportadora de alimentos.
E a Tegma, como fica?
Para a Tegma e seus acionistas, a venda para a JSL pode ser interessante do ponto de vista de continuidade dos negócios. A empresa até tem um braço de logística, mas com resultados bastante fracos — o transporte de veículos é, de longe, a principal fonte de receita.
A pandemia afetou as atividades da empresa, especialmente no primeiro semestre de 2020: a incerteza econômica e a paralisia vista no setor produtivo acabou por reduzir a demanda; os serviços, no entanto, voltaram gradualmente à normalidade.
Ainda assim, a Tegma encolheu: a receita líquida no primeiro trimestre deste ano recuou 16,4%, a R$ 233,9 milhões — desse total, R$ 201 milhões vieram da logística automotiva. A participação de mercado no segmento de transporte de veículos diminuiu 2,9 pontos, a 22,8%.
Do ponto de vista operacional, portanto, a união faz sentido. Além dos potenciais ganhos de sinergia, há também a expertise da JSL no ramo de logística automotiva — a Transmoreno, afinal, era concorrente da Tegma. Por fim, a diversificação no perfil de atuação também seria bem-vinda.
No lado financeiro, a Tegma teve receita bruta de R$ 1,2 bilhão nos últimos 12 meses e Ebitda de R$ 156 milhões — resultados relevantes a serem agregados à base da JSL.

O mercado aprova
Em relatório, os analistas Victor Mizusaki, Andre Ferreira e Pedro Fontana, do Bradesco BBI, comentam que a oferta tem um múltiplo EV/Ebitda implícito de 9,1 vezes, o que representa um prêmio de 25% em relação às métricas da JSL. Pelas contas deles, a aquisição da Tegma tem o potencial de adicionar R$ 1,80 às ações da JSL e R$ 1,90 aos papéis da Simpar (SIMH3).
O Santander também vê a possibilidade de aquisição com bons olhos. Em comentário aos clientes, o banco diz que a transação pode trazer impactos relevantes de sinergia, como ganhos de escala, diluição de custos fixos, venda cruzada de serviços e diversificação dos negócios.
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
