Quando o bom não é suficiente: Amazon despenca e afunda o Nasdaq após trimestre frustrante
As ações da Amazon têm a maior queda desde março do ano passado, afetadas pela perspectiva de desaceleração no crescimento das receitas
A receita líquida da Amazon cresceu 26% no segundo trimestre e o lucro líquido saltou 48%. São números que fazem inveja a qualquer empresa — mas, ora essas, a gigante do varejo não é uma companhia comum. E quando o sarrafo está alto, é preciso corresponder às expectativas.
Indo aos números: a Amazon fechou o segundo trimestre com receita líquida de US$ 113 bilhões, provando mais uma vez sua dominância no varejo e nos serviços em nuvem. A questão é que os analistas projetavam uma cifra ainda maior, na casa de US$ 115 bilhões.
Não dá nem para dizer que foi um desempenho muito abaixo do esperado. Só que, para a Amazon, o padrão é pulverizar as expectativas: para se ter uma ideia, essa foi a primeira vez em três anos que a companhia reportou uma receita líquida inferior às projeções.
E, como resultado, as ações da Amazon (AMZN) despencaram quase 7,56% nesta sexta-feira, indo a US$ 3.327,59. O desempenho puxou todo o Nasdaq para baixo: o índice americano fechou em queda de 0,71%, aos 14.672,70 pontos.
Para se ter uma ideia, as ações da Amazon tiveram o pior desempenho de todo o Nasdaq. E, considerando a importância dos papéis para a composição do índice, é seguro dizer que a gigante americana do varejo foi decisiva para puxar Wall Street para baixo hoje.
Na bolsa brasileira, os BDRs da Amazon (AMZO34) operam em baixa de 3,07%, a R$ 110,50.
Quer saber como investir em BDRs e quais as perspectivas para essa classe de ativos no segundo semestre? O Seu Dinheiro preparou um vídeo com as dicas e opiniões de especialistas:
Amazon e as expectativas
O lucro líquido de US$ 7,7 bilhões e o lucro por ação, de US$ 15,12, também ficaram aquém do que era esperado pelos analistas. Além disso, o próprio ritmo de expansão das receitas da Amazon, de 26% no trimestre, trouxe desconforto: no mesmo período de 2020, a alta foi de 40%.
"A desaceleração do crescimento em receitas pareceu impactar negativamente o sentimento dos investidores", escrevem Vinicius Araujo, Rafael Nobre e Jennie Li, analistas da XP.
As perspectivas fornecidas pela Amazon em relação ao futuro também trouxeram um gosto amargo ao mercado. Para o terceiro trimestre, a companhia estima receitas na faixa de US$ 106 bilhões e US$ 112 bilhões.
Levando essas cifras como base, a receita líquida da Amazon teria uma expansão de 10% a 16% na base anual — o que implica em mais um trimestre de desaceleração. O número em si também é menor que o consenso do mercado, de US$ 119,2 bilhões.
"O resultado da Amazon foi regular, no centro do guidance de receitas e sem ganhos expressivos de margem operacional", escreveu a Levante, em relatório.
Queda feia
A baixa de hoje nas ações da Amazon é uma das maiores do passado recente da companhia. Desde 2019, os papéis fecharam com quedas superiores a 7% em apenas duas ocasiões: nos dias 12 de março e 5 de maio do ano passado, época de maior incerteza referente à pandemia.
O recuo também devolveu as ações da Amazon aos patamares de preço do começo de junho — o que, de acordo com o Credit Suisse, pode representar uma oportunidade de compra.
Em comentário enviado aos clientes, o banco diz que a desaceleração implícita nas receitas deve ficar em segundo plano, considerando a expansão dos investimentos e as inúmeras aquisições recentes da Amazon.
O Credit Suisse, no entanto, diminuiu ligeiramente seu otimismo em relação à empresa e cortou seu preço-alvo, de US$ 4.850 para US$ 4.700 — o que, ainda assim, implica num potencial de valorização de cerca de 40% em relação ao nível atual das ações.
Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA
Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista
Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?
O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)
Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Leia Também
-
Fundo que detém direitos de músicas de Beyoncé e Shakira anuncia venda de US$ 1,4 bilhão a investidor
-
A bolsa está valendo menos? Por que esse bancão cortou o preço-alvo das ações da B3 (B3SA3) — e você deveria estar de olho nisso
-
Sabesp (SBSP3): governo Tarcísio define modelo de privatização e autoriza aumento de capital de até R$ 22 bilhões; saiba como vai funcionar