Prefeitos tomam posse com medidas de ajuste fiscal
Sem socorro do governo federal previsto para 2021, chefes do Executivo municipal devem ter as contas pressionadas pela queda na arrecadação
O primeiro dia do mandato dos prefeitos em algumas das principais cidades do País, na sexta-feira (1º), foi marcado pela adoção de medidas de ajuste fiscal, reorganização de cargos e revisão de contratos.
Sem socorro do governo federal previsto para 2021, chefes do Executivo municipal devem ter as contas pressionadas pela queda na arrecadação de impostos, dependente de comércio e serviços, setores afetados pela pandemia do novo coronavírus. A covid-19 foi o principal tema dos discursos de posse, já que cabe aos prefeitos organizar a vacinação e decidir sobre volta às aulas e outras medidas de restrição de circulação.
Em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB), que deu início a seu segundo mandato, publicou, em edição suplementar do Diário Oficial, decreto que prevê revisão e renegociação de “todos os contratos, convênios, termos de colaboração, termos de fomento, termos de parcerias e contratos de gestão”.
O texto também pede que órgãos da administração apresentem, até 31 de janeiro, proposta de redução de, no mínimo, 10% nos cargos comissionados e funções de confiança - postos que não são preenchidos por concurso público.
“(Enfrentamos) Uma crise econômica sem precedentes, que se segue a uma década perdida”, disse Covas, ontem, em seu discurso de posse. “Uma crise social na qual a pandemia ampliou o já vexatório fosso que separa ricos e pobres e que se agrava com a mais alta taxa de desemprego da história.”
Ao falar sobre a pandemia do novo coronavírus, o prefeito paulistano disse que a cidade está pronta para uma vacinação em massa.
Na tentativa de organizar as contas do Rio, que tem déficit orçamentário de R$ 10 bilhões previsto para este ano e possui servidores com salários atrasados, o prefeito Eduardo Paes (DEM) publicou 45 decretos ontem.
Em seu discurso de posse, ele se comprometeu a apresentar propostas de reforma da Previdência municipal e de sugerir a criação de uma “lei de emergência fiscal”. “Vamos desindexar contratos e desvincular receitas, desobrigar despesas e ampliar todo o arcabouço de responsabilidade fiscal”, disse.
O discurso de Paes foi marcado por críticas a seu antecessor, Marcelo Crivella (Republicanos). Acusado de deixar o “caixa zerado”, o ex-prefeito, que cumpre prisão domiciliar, será alvo de investigações administrativas.
Outras medidas anunciadas por Paes preveem criar, ainda em janeiro, 343 leitos para tratamento da covid-19.
Restaurantes
Também pressionado pelas finanças, Alexandre Kalil (PSD) assumiu ontem seu segundo mandato à frente de Belo Horizonte. A capital mineira tem no setor de serviços uma de suas principais fontes de impostos, mas bares e restaurantes iniciaram o ano proibidos de venderem bebidas alcoólicas para consumo no local como medida para conter o avanço do novo coronavírus.
“Temos muitas obras para fazer e empresas do comércio para recuperar. O prefeito vem afirmando isso. O ano de 2020 foi o da pandemia. O de 2021 será o da recuperação da economia da cidade”, disse, antes da posse, realizada de forma virtual, o vice-prefeito Fuad Noman (PSD).
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), nem esperou a posse para apresentar um projeto de reforma administrativa. A redução de secretarias e revisão de cargos foi aprovada, ainda em dezembro, pela Câmara Municipal.
O texto foi alvo de críticas da oposição por não gerar economia imediata. Uma proposta de revisão de cargos comissionados também foi apresentado pela prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB).
Aulas
Enquanto tentam equilibrar as finanças e lidam com as restrições impostas pelo combate à covid-19, os prefeitos terão que responder à pressão de pais pelo retorno das aulas presenciais.
Ao tomar posse ontem, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), afirmou que a retomada das aulas é o maior desafio de sua gestão. “Vamos ter que organizar a retomada das aulas, esse é um desafio colocado. Porque tem as crianças e precisamos cuidar para que elas não percam dois anos e comprometam o seu presente e futuro.”
Em Curitiba, Rafael Greca (DEM), reeleito para mais quatro anos, confirmou a retomada das atividades escolares a partir de fevereiro, em esquema de rodízio. “Um dia (o aluno acompanhará a aula) na televisão ou no computador, no outro na sala de aula”. Segundo ele, a expectativa é vacinar 200 mil curitibanos até abril.
Esquenta dos mercados: Bolsas operam mistas antes do payroll dos EUA e paralisação dos auditores da Receita pressiona governo federal
O Ibovespa ainda registra queda na casa dos 3% e o exterior morno não deve ajudar o índice brasileiro
Esquenta dos mercados: Bolsas e bitcoin (BTC) caem após ata do Fed, e Ibovespa deve aprofundar queda com risco fiscal do cenário doméstico
Os índices dos Estados Unidos tiveram uma queda expressiva ontem (05) após a divulgação do documento, e o Ibovespa, que já ia mal, piorou ainda mais
Esquenta dos mercados: Bolsas operam com cautela no exterior antes da ata do Fed e cenário doméstico permanece atento ao risco fiscal; ações de tecnologia caem lá fora após cerco da China contra setor
O coronavírus se espalha pelos países, que batem recordes de casos registrados nas últimas 24h e situação pode comprometer a retomada das atividades
Relembre os principais eventos que fizeram você ganhar e perder dinheiro em 2021
Se você chorou ou sorriu em 2021, o importante é que, como sempre, não faltaram emoções durante o ano. E isso inclui os seus investimentos.
‘Responsabilidade social não significa irresponsabilidade fiscal’, diz Goldfajn, ex-presidente do BC
Atual presidente do conselho do Credit Suisse no país, Ilan Goldfajn vê com preocupação os recentes movimentos do governo no front fiscal
Bolsonaro diz que governo trabalha com alternativas para financiar Auxílio Brasil
O Ministério da Cidadania já confirmou que o reajuste no Bolsa Família será apenas para R$ 240 em novembro e o governo conta com a aprovação da PEC dos precatórios para fazer um pagamento maior a partir de dezembro.
Furo no teto e Guedes na corda bamba elevam apostas para os próximos passos da Selic; contratos de DI atingem oscilação máxima
Hoje os olhos do mercado se voltam para o próprio Guedes, com temores de que o ministro seja o próximo a pular fora do barco. A curva de juros reage
Com lambança fiscal do Auxílio Brasil, taxa dos títulos do Tesouro Direto já rende quase 1% ao mês
Quem investir hoje no título do Tesouro Direto prefixado com vencimento em 2031 leva para casa um retorno de 12,10% ao ano, o equivalente a 0,9563% ao mês
Cuidado fiscal: Presidente da Câmara quer PEC dos Precatórios dentro do teto de gastos
Arthur Lira (PP-AL) afirma que vai conversar com o STF para que a corte faça a intermediação com o governo para encontrar uma solução
AGORA: Ibovespa futuro abre em queda de mais de 1% enquanto dólar avança hoje
Os bons dias da bolsa brasileira parecem ter ficado para trás e o clima da eleição de 2022 tomou conta das decisões do Congresso
Leia Também
-
Uma aposta levou sozinha o prêmio de quase R$ 65 milhões do último sorteio da Mega Sena. Será que foi você? Confira
-
Liz Truss abre mão de parte de cortes de impostos e troca ministro das Finanças; a bolsa de Londres e a libra agradecem
-
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais avançam após virada de ontem; Ibovespa aguarda novas pesquisas Ipespe e Datafolha