Maioria das micro e pequenas indústrias não veem retomada da economia
Para 69% dos empresários, crise ainda é forte, afeta muito os negócios e não há expectativa para a retomada do crescimento
A situação pode até estar melhorando para as grandes empresas, mas a expectativa das micro e pequenas indústrias para a retomada da economia segue negativa, diante da crise econômica e do ritmo lento de vacinação no Brasil.
Segundo Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi), 69% da categoria considera que a crise ainda é forte e afeta muito os negócios, sem expectativa para a retomada do crescimento.
Na avaliação do presidente do Simpi, Joseph Couri, a pesquisa reflete o aprofundamento da crise e seus impactos, como aumento das demissões, diminuição do poder de compra, queda na demanda e no consumo.
De acordo com o levantamento, apenas 27% dos entrevistados acreditam que o pior já passou e haverá retomada nos próximos meses. Enquanto isso, somente 1% aponta que o cenário negativo passou e não afeta mais os negócios.
A expectativa para a retomada da economia brasileira também é pessimista. Dentre as indústrias, 30% esperam que a situação do Brasil vai ficar como está. Para 38%, a expectativa é de melhora e 28% acreditam que o cenário vai piorar.
Em relação ao desemprego, de acordo com a pesquisa, 55% esperam um aumento no índice nos próximos meses e 29% acreditam que os números devem permanecer estáveis. Couri avalia que, se não houver um cenário positivo para as empresas, não haverá empregos.
Auxílio emergencial e inflação
Couri também alerta sobre a importância do retorno imediato do auxílio emergencial para a melhora da economia.
"Com os preços subindo muito acima da inflação, é necessário injetar dinheiro, crédito e incentivos na economia", afirma.
De acordo com a pesquisa, 63% acreditam que a tendência é de aumento e apenas para 7% a inflação vai diminuir. Na avaliação de Couri, "para alguns, durante este período não haverá emprego e tampouco remuneração", alerta.
A expectativa de poder de compra, no entanto, é ainda pior e 66% dos entrevistados preveem uma queda maior. Enquanto isso, apenas 6% acreditam que vai aumentar e, para 26%, a tendência é de estabilidade.
Segundo Couri, "estamos passando por um período de instabilidade da economia e não há perspectivas de melhora". Em sua visão, a única saída é a vacinação em massa.
"Do contrário, continuaremos na incerteza quanto ao retorno às atividades nas empresas, que, mesmo de portas fechadas, precisam arcar com despesas fixas, tais como energia elétrica, locação, salários e outros", afirma.
* Com informações da Estadão Conteúdo
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