Economistas voltam a elevar projeções para inflação e reduzir expectativas para economia
Mediana das projeções para o IPCA é elevada pela 12ª semana consecutiva em meio à escalada de preços dos combustíveis
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Os economistas do mercado financeiro elevaram pela 12ª semana consecutiva a previsão para o IPCA, o índice oficial de preços, em 2021. Ao mesmo tempo, eles reduziram as expectativas para o crescimento da economia pela quarta vez seguida.
O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 29, pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o IPCA este ano foi de alta de 4,71% para 4,81%. Há um mês, estava em 3,87%.
A projeção dos economistas para a inflação já está acima do centro da meta de 2021, de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA em março de 2021, de alta de 0,90% para 0,93%. Um mês antes, o porcentual projetado era de 0,40%.
Na semana passada, o IBGE divulgou que o IPCA-15, espécie de prévia para o índice fechado do mês, apresentou alta de 0,93% em março, 0,45 ponto percentual acima de fevereiro, 0,48%, a maior leitura para o mês desde 2015.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que se reuniu neste mês, estima uma inflação de 5,0% para este ano, e de 3,50% em 2022 e 2023.
O colegiado iniciou um processo de elevação da taxa básica de juros, a Selic, na última reunião, que passou de 2,00% ao ano para 2,75% ao ano. O Relatório Focus mostrou que os economistas mantiveram a projeção de que a Selic fechará 2021 em 5,00% ao ano.
A mediana das expectativas para o câmbio no fim do período passou de R$ 5,30 para R$ 5,33, ante R$ 5,10 de um mês atrás.
Atividade desacelerando
Enquanto a projeção para a inflação em 2021 segue sendo aumentada, os economistas do mercado financeiro voltaram a rebaixar as estimativas para a atividade econômica.
Segundo o Focus, a expectativa para o PIB este ano oscilou de alta de 3,22% para 3,18%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,29%.
A projeção para a produção industrial de 2021 passou de alta de 5,10% para 5,24%. Há um mês, estava em elevação de 4,30%. No caso de 2022, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 2,48% para 2,50%, ante 2,30% de quatro semanas antes.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a balança comercial em 2021 na pesquisa Focus, de superávit comercial de US$ 55,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 55,10 bilhões.
Piora nas contas públicas
O Relatório de Mercado Focus trouxe, ainda, alteração na projeção para o resultado primário do governo em 2021. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano passou de 3,00% para 3,10%. Há um mês, o porcentual estava em 2,80%.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2021 passou de 7,10% para 7,50%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Há quatro semanas, esta relação estava em 7,00%.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
* Com informações da Estadão Conteúdo
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