🔴VEM AÍ ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE – DE 1 A 4 DE JULHO – INSCREVA-SE GRATUITAMENTE

Felipe Miranda: Preocupe-se menos com a volatilidade e mais com os fundamentos em si

O que preocupa mesmo é uma eventual perda permanente do capital, e não propriamente se tal ação ou título vai subir ou cair hoje

29 de novembro de 2021
10:45 - atualizado às 10:46
imagem mostra setas de queda e alta entrelaçadas, indicando volatilidade dos mercados e da bolsa
Imagem: Shutterstock

A razão é uma grande emoção, é o desejo de controle. Há algo curioso na frase de Nietzsche: a razão não é o controle em si; ela é somente um desejo, uma sensação (falsa) de controle. Controle mesmo nunca teremos.

Existem apenas algumas situações em que, por confundir risco com volatilidade ou dispersão de resultados, tem-se uma menor sensação de controle.

Prefiro a versão da Artemis Capital, de que a volatilidade não é nada além da revelação da verdade. Risco mesmo está na verdade não dita ou não percebida.

A chance de as coisas saírem diferente do esperado — se algo já está nas suas expectativas, você está preparado para aquilo. Perda permanente do capital: é com isso que deveríamos estar mais preocupados, não propriamente se tal ação ou título subiu ou caiu hoje.

“Para onde vai o dólar?”
“Vai ter rali de fim de ano?”
“Quem vai ganhar a eleição?”

Ninguém sabe

E o mais engraçado: todos sabem que ninguém sabe. São exercícios ridículos, mas repetidos ad nauseam.

Leia Também

Você pega a projeção do Focus em 2 de janeiro para o respectivo final do ano. Em 31 de dezembro, confere a estimativa. Identifica um erro gigante. E o que faz no ano seguinte? Vai lá de novo conferir o Focus. É uma das definições de loucura: repetir um experimento esperando um resultado diferente. O princípio da contraindução de Mario Henrique Simonsen. Vamos repetir algo que deu errado até que dê certo.

Preferimos respostas fáceis

O investidor não quer a resposta honesta, a única possível sob o mínimo de humildade e honestidade intelectual: eu não sei.

O bom analista reconhece suas limitações e não é um adivinhador de preços de ativos — essa atividade cabe aos charlatões.

Procuramos boas assimetrias ponderadas pela distribuição estimada de probabilidades.

É pouco?

Talvez, mas é o único caminho possível, que, se repetido com rigor científico no longo prazo, traz bons retornos lá na frente. Com erros e acertos, um resultado final positivo.

Estamos todos, porém, sempre ávidos pelas respostas prontas, simples e diretas, sem nuances ou tergiversações.

Sabemos que os embates dialéticos são vencidos por melhores regras de retórica; não por superação positiva. Isso é mais grave do que gostaríamos de supor. Passa para a história apenas a versão mais convincente, não necessariamente a mais correta ou honesta.

A simplicidade é uma das regras vencedoras da retórica

A resposta pronta é simples, mas desejada. Ela nos passa a sensação de controle. Preferimos ser enganados a enfrentar as nuances da dúvida e da incerteza.

É insuportável conviver com o não saber, com a imperiosa necessidade de reconhecer nossa completa ignorância. Como se fôssemos lembrados a cada instante de nossa insignificância cósmica.

Jogamos um jogo sem saber direito as regras, sem necessariamente um vencedor ou um juízo final.

Ou talvez as regras sejam aquelas que nós mesmos decidimos impor, dando à vida o sentido que achamos pertinente.

O prêmio da virtude é a própria virtude. Nada além.

Impenetrável futuro

Ao nos depararmos com a avassaladora verdade de que não sabemos o que vai acontecer e de que o futuro permanecerá impenetrável, testando a nossa paciência e nossa ansiedade de que ele apenas vai se revelar no futuro mesmo, encaramos a inexorável efemeridade e frivolidade de cada coisa, em trajetórias absolutamente sensíveis à mais pura aleatoriedade.

Uma pequena fagulha e, de repente, o que parecia óbvio se transformou. Se o que nos resta é somente a distribuição de probabilidades, temos de lembrar que eventos de baixa probabilidade também acontecem, sobretudo se o jogo é repetido várias vezes e vamos viver por mais de 100 anos. Uma pequena fagulha e, de repente, poft! Tudo mudou.

Você também não conhece um amigo que estava tomando café da manhã e sofreu um ataque cardíaco do nada, deixando mulher e dois filhos?

Escrevo essas linhas porque teremos de aprender com a incerteza mais intensa, ao menos nas próximas semanas, talvez nos próximos meses.

O mercado se recupera na manhã desta segunda-feira, amparado na interpretação de que o movimento da sexta foi exagerado, amplificado por algotraders, e nas informações (aquelas poucas disponíveis até agora) de que os sintomas da cepa ômicron parecem mais leves, sobretudo em pacientes vacinados. É um dia clássico, ao menos enquanto escrevo estas pobres linhas, de risk-on, de maior disposição ao risco. Andam commodities, ações, moedas emergentes, e por aí vai.

Contudo, sabemos pouco da gravidade do problema. Não há qualquer certeza de que as vacinas, de fato, contemplam a nova cepa e suas inúmeras variações, tampouco sabemos dos impactos vindouros sobre locomoção, turismo, fronteiras, cadeias produtivas, reação dos bancos centrais e Tesouros nacionais. Precisaremos, ao menos, de duas semanas para uma leitura minimamente apurada do assunto.

Nós apenas não sabemos. Ninguém sabe. O ponto, entretanto, é que nunca a gente sabe. Apenas existem momentos em que o não saber fica mais proeminente. Estamos em um deles agora e a resposta é o provável aumento da volatilidade de curto prazo. A percepção óbvia de maior dispersão de resultados possíveis antecipa variações maiores.

Em paralelo, caminhamos internamente com a nossa própria incerteza macunaímica. A vitória de João Doria nas prévias do PSDB, em especial da forma como se deu, eleva as dúvidas sobre a composição da tal terceira via. De um lado, Sergio Moro parece crescer nas pesquisas, apontando crescimento frente a levantamentos anteriores e marcando dois dígitos das intenções de voto. De outro, o esforço obstinado de Doria pode ser visto como uma virtude e também como uma indicação de possível (e temida) fragmentação do centro.

Em termos pragmáticos, portanto, o que fazer?

X não é F(X), responderiam os três leitores mais treinados. Não saber não significa não agir. O entendimento é um substituto ruim para a convexidade, na versão talebiana. Numa pegada mais Clarice Lispector, “renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”.

O foco deve estar na montagem do portfólio, na diversificação e nas assimetrias, no apego aos valuations e a bons ativos, sabendo, claro, que as anomalias e as disfuncionalidades técnicas podem trazer certas aberrações de curto prazo — no final, porém, tudo se acerta e converge aos fundamentos. Como anedota, a criptomoeda ômicron, sem qualquer relação com a tal cepa de Covid-19 obviamente, subiu 900% nesta segunda-feira.

Arrisco, com muita humildade, algumas prescrições para os próximos dias. Sem querer enveredar para o insuportável papo de “mindset autoajuda”, mas a verdade é que períodos de maior volatilidade requerem um pouco mais de preparo emocional e psicológico.

Preocupe-se menos com a volatilidade e mais com os fundamentos em si. Recomendam-se: paciência, serenidade e extensão do horizonte temporal dos investimentos. No meio do tiroteio, talvez seja melhor esperar quieto no seu canto.

Ainda que possamos ter dias mais sensíveis e tudo pareça uma montanha-russa, não é porque o cenário é duvidoso, incerto e difícil que os resultados estão condenados a serem ruins.

A real reflexão

Perguntas funcionam melhor em muitas situações para provocar a real reflexão: não seria preferível uma resposta complexa certa a uma simples e errada? A eleição seria mesmo um grande problema? Do que temos tanto medo em 2022: do populismo, de programas sociais goela abaixo, do aumento do fundo eleitoral, de emendas do relator intermináveis? Hmmm, será mesmo uma surpresa? O que não está no preço hoje? E o que está no preço?

Tudo pode acontecer, claro. Mas eu teria grande dificuldade de acreditar que a moeda ômicron vai continuar subindo indefinidamente. Aliás, ela pode deixar muita gente machucada no meio do caminho. No final, o fundamento vence.

A diversificação, a paciência, a boa gestão de risco e a compra de boas empresas a preços baratos sempre são recompensados no longo prazo. Muitas vezes demora mais do que gostaríamos, infelizmente. É o melhor que dá pra fazer.

Encerrando com a sabedoria de Woody Allen: a realidade é muito dura, mas ainda é o único lugar onde se pode comer um bom bife.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
Estreia na bolsa

Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos

6 de setembro de 2022 - 11:38

Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo

Bateu o mercado

BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês

5 de setembro de 2022 - 15:00

Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice

PEQUENAS NOTÁVEIS

Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro

1 de setembro de 2022 - 13:50

Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar

30 de agosto de 2022 - 11:14

Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico

Exclusivo Seu Dinheiro

Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal

30 de agosto de 2022 - 9:00

Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal

MAQUININHAS ESTÃO COM TUDO

Mais um banco se rende à Cielo (CIEL3) e passa a recomendar a compra da ação, mesmo após alta de quase 200% neste ano

26 de agosto de 2022 - 13:43

Com potencial de alta de quase 30% estimado para os papéis, os analistas do Credit Suisse acreditam que você deveria incluir as ações da empresa de maquininhas no seu portfólio

REENQUADRAMENTO

IRB lança oferta primária restrita, mas limita operação a R$ 1,2 bilhão e antecipa possibilidade de um descontão; IRBR3 é a maior alta do Ibovespa hoje

25 de agosto de 2022 - 7:20

Resseguradora busca reenquadramento da cobertura de provisões técnicas e de liquidez regulatória para continuar operando

Distribuição de lucros

Dividendos: Porto Seguro (PSSA3) anuncia quase R$ 400 milhões em JCP; Kepler Weber (KEPL3) também distribuirá proventos

24 de agosto de 2022 - 19:06

Data de corte é a mesma em ambos os casos; veja quem tem direito a receber os proventos das empresas

MAIS UM PASSO

Oi (OIBR3) confirma venda de operação fixa para subsidiária da Highline; transação pode alcançar R$ 1,7 bilhão

23 de agosto de 2022 - 6:02

Proposta da NK 108, afiliada da Highline, foi a única válida no leilão realizado ontem; negócio envolve cerca de 8 mil torres da Oi

Exclusivo Seu Dinheiro

Depois de bons resultados nos setores de gás e energia, gigante de infraestrutura está conquistando espaço, também, na mineração – e promete assustar a Vale (VALE3)

22 de agosto de 2022 - 11:00

Um crescimento mínimo de 50%: é isso que time de analistas espera para uma ação que custa, hoje, 20% a menos do que sua média histórica; saiba como aproveitar

SOBE E DESCE DA SEMANA

Ibovespa interrompe sequência de 4 semanas em alta; veja as ações que mais caíram – e um setor que subiu em bloco

20 de agosto de 2022 - 11:06

Ibovespa foi prejudicado por agenda fraca na semana, mas houve um setor que subiu em bloco; confira as maiores altas e baixas do período

NAS NUVENS

Dá pra personalizar mais? Americanas (AMER3) fecha parceria com o Google em busca de mais eficiência e melhor experiência para clientes

19 de agosto de 2022 - 14:32

Acordo entre a Americanas e o Google prevê hiperpersonalização da experiência do cliente e otimização de custos operacionais

NOVO CONTO DO VIGÁRIO?

Bed Bath & Beyond desaba mais de 40% em Wall Street — e o ‘culpado’ é um dos bilionários da GameStop; entenda

19 de agosto de 2022 - 14:08

Ryan Cohen, presidente do conselho da GameStop, vendeu todas as suas ações na varejista de itens domésticos e embolsou US$ 60 milhões com o negócio

MAIS UM PASSO

Unindo os jalecos: acionistas do Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) aprovam a fusão entre as companhias

18 de agosto de 2022 - 19:12

Os acionistas de Fleury (FLRY3) e Hermes Pardini (PARD3) deram aval para a junção dos negócios das companhias; veja os detalhes

FRIGORÍFICOS

JBS (JBSS3) é a ação de alimentos favorita do BofA, mas banco vê menor potencial de alta para o papel; ainda vale a pena comprar?

18 de agosto de 2022 - 14:54

Analistas revisaram para baixo o preço-alvo do papel, para R$ 55, devido à expectativa de queda nas margens da carne bovina dos EUA, correspondente a 40% das vendas da empresa

PAPELEIRA ESTÁ BARATA?

Irani anuncia recompra de até 9,8 milhões de ações na B3; o que isso significa para o acionista de RANI3?

18 de agosto de 2022 - 11:15

A empresa disse que quer maximizar a geração de valor para os seus investidores por meio da melhor administração da estrutura de capital

Não brilha mais?

Vale (VALE3) perdeu o encanto? Itaú BBA corta recomendação de compra para neutro e reduz preço-alvo do papel

17 de agosto de 2022 - 12:34

Queridinha dos analistas, Vale deve ser impactada por menor demanda da China, e retorno aos acionistas deve ficar mais limitado, acredita o banco

Exclusivo Seu Dinheiro

Soberania da (VALE3) ‘ameaçada’? Melhor ação de infraestrutura da Bolsa pode subir 50%, está entrando na mineração e sai ganhando com o fim do monopólio da Petrobras (PETR4) no setor de gás; entenda

17 de agosto de 2022 - 10:18

Líder na América Latina, papel está barato, está com fortes investimentos na mineração e é um dos principais nomes do mercado de gás e do agronegócio no Brasil

Investidores gostaram

Nubank (NU; NUBR33) chega a subir 20% após balanço, mas visão dos analistas é mista e inadimplência preocupa

16 de agosto de 2022 - 12:03

Investidores gostaram de resultados operacionais, mas analistas seguem atentos ao crescimento da inadimplência; Itaú BBA acha que banco digital pode ter subestimado o risco do crédito pessoal

AS FAVORITAS

Briga do varejo: Qual é a melhor ação de atacadista para ter na carteira? A XP escolheu a dedo os papéis; confira

15 de agosto de 2022 - 11:49

O forte resultado do Grupo Mateus (GMAT3) no 2T22 garantiu ao atacadista um convite para juntar-se ao Assaí (ASAI3) na lista de varejistas de alimentos favoritas dos analistas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar