Empiricus: Jornada do investidor herói: quando o período é de caos, pensar no longo prazo é um grande erro

Antes de seguir adiante, gosto de iniciar uma conversa — quando necessário — validando a definição de conceitos elementares.
O processo comunicativo só se faz possível se você e o interlocutor puderem concordar sobre a caracterização de algumas premissas básicas. Por exemplo: qual é, para você, a definição de herói?
Minha definição de herói preferida vem de uma entrevista do Bob Dylan:
"Eu penso no herói como alguém que compreenda o grau de responsabilidade que vem com a sua liberdade"
O que mais gosto nessa frase é que ela pondera a coexistência da ordem e do caos na trajetória do herói.
Não pode haver caos (liberdade) sem ordem (responsabilidade).
Leia Também
Dylan provavelmente concordaria com o inverso também: não existe ordem sem caos.
O herói é justamente o indivíduo capaz de combinar essas duas forças elementares da vida, dosando sabiamente a mistura entre quilos de ordem e gramas de caos.
Falando assim fica bonito, mas o fato é que não vemos mais muitos heróis por aí. Quase todos viraram dentistas ou morreram de overdose.
Se os heróis são incomuns, os investidores heróis são ainda mais raros.
Mergulhados no caos, foram à falência.
Obcecados pela ordem, desistiram de suas posições mediante a primeira crise que apareceu.
Embora o vício do caos esteja estereotipado nas narrativas morais estilo “O Lobo de Wall Street” do senso comum , o vício da ordem é bem mais difícil de se detectar, pois habitamos uma era científica na qual a ordem é superestimada.
O território ordenado domina o imaginário iluminista.
É aquele em que todas as coisas do mundo se encaixam caprichosamente em nossas gavetas de vontades e expectativas.
É aquele que os talebianos chamam de "Mediocristão".
Dentro das fronteiras da ordem, tudo acontece de acordo com os nossos desejos, e podemos calcular trade-offs respeitando a nobre ótica de longo prazo.
Daí deriva o (falso) corolário de que o investidor heroico é um sujeito disciplinado, que sempre investe pensando em longo prazo.
Lord Keynes percebeu a hipocrisia dessa proposição politicamente correta, e você precisa perceber também, se quiser enriquecer de verdade.
O raciocínio em longo prazo é ótimo quando estamos vivendo fases de ordem. Nas fases de caos, porém, pensar em longo prazo é uma excrescência.
Quando tudo dá errado, o herói — que nunca aprendeu a nadar — mergulha em um mar revolto para salvar sua esposa e seus filhos de dentro da barriga de uma baleia, onde foram parar sabe-se lá como.
Não há nada de racional nesse impulso de mergulhar, nada de longo prazo também. No entanto, é fácil para mim e para você concordarmos que o herói fez o que era certo ao tomar tal decisão.
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell
Rodolfo Amstalden: No news is bad news
Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed
O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso
Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda
Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard
O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução
Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)
No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas
Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores
A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)
Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos
Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento
Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar
As críticas a uma Petrobras ‘do poço ao posto’ e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (2)
No Brasil, investidores repercutem a aprovação do projeto de isenção do IR e o IPC-Fipe de setembro; no exterior, shutdown nos EUA e dados do emprego na zona do euro
Rodolfo Amstalden: Bolhas de pus, bolhas de sabão e outras hipóteses
Ainda que uma bolha de preços no setor de inteligência artificial pareça improvável, uma bolha de lucros continua sendo possível
Um ano de corrida eleitoral e como isso afeta a bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta quarta-feira (1)
Primeiro dia de outubro tem shutdown nos EUA, feriadão na China e reunião da Opep
Tão longe, tão perto: as eleições de 2026 e o caos fiscal logo ali, e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (30)
Por aqui, mercado aguarda balança orçamentária e desemprego do IBGE; nos EUA, todos de olho nos riscos de uma paralisação do governo e no relatório Jolts
Eleições de 2026 e o nó fiscal: sem oposição organizada, Brasil enfrenta o risco de um orçamento engessado
A frente fiscal permanece como vetor central de risco, mas, no final, 2026 estará dominado pela lógica das urnas, deixando qualquer ajuste estrutural para 2027
Tony Volpon: O Fed e as duas economias americanas
Um ressurgimento de pressões inflacionárias ou uma fraqueza inesperada no mercado de trabalho dos EUA podem levar a autarquia norte-americana a abortar ou acelerar o ciclo de queda de juros
B3 deitada em berço esplêndido — mas não eternamente — e o que mexe com os mercados neste segunda-feira (29)
Por aqui, investidores aguardam IGP-M e Caged de agosto; nos EUA, Donald Trump negocia para evitar paralisação do governo