Cisnes cinzas entram no radar: A importância de sabermos com que tipo de inflação estamos lidando
Depois de fechar novembro em queda, Ibovespa acumula 5 meses seguidos no vermelho; é a pior sequência do índice desde 2013

Após um novo banho de sangue no pregão de ontem, o Ibovespa fechou o quinto mês consecutivo em queda — a maior sequência baixista desde 2013.
Nas manchetes, a nova cepa do coronavírus (ômicron) e o receio de que ela gere novas restrições de deslocamento e cesse a atual recuperação global.
Ainda é cedo para avaliarmos o potencial de dano que essa variante poderá causar na crise sanitária e na economia, portanto, não podemos baixar a guarda e comprar de peito aberto ativos de risco. Afinal, esse não é o único que temos no horizonte.
Outros receios
Além desse cisne cinza (uma referência aos cisnes negros de Nassim Taleb), temos convivido nas últimas semanas com receios relativos à inflação e os efeitos nefastos que esta pode causar no orçamento familiar e os impactos perversos na qualidade de vida da população.
Nos últimos anos (e este não será diferente), esse tema tem sido recorrente e tangível a todos os brasileiros que vão ao mercado, compram um carro ou realizaram qualquer tipo de obra em suas casas. Os últimos dados de inflação indicam uma alta de mais de 10% para este ano e de 5% para o ano que vem (e subindo).
Usualmente, a inflação que conhecemos é de demanda, em que esta é impulsionada pela elevação da procura por determinado bem ou serviço, que ultrapassa a oferta disponível em um dado mercado, sendo assim necessário que ocorra um aumento de preço de modo a promover um reequilíbrio na equação oferta e demanda.
Leia Também
De forma didática, se a oferta de peru de Natal está restrita e a procura aumentou por conta da proximidade do final de ano, é esperado que o preço cobrado pela ave sofra uma remarcação para cima.
Por conta da pandemia e das restrições nas cadeias produtivas, observou-se a criação de gargalos importantes nas cadeias de suprimentos mundo afora, promovendo um outro tipo de inflação, desta vez de oferta, em que os custos de produção se elevam e reverberam no preço final de determinado bem ou serviço.
Reflexos disso são:
- os portos nos Estados Unidos, que se encontram saturados, promovendo um desbalanceamento na equação da oferta e demanda e fazendo com que o preço dos containers explodisse;
- as maiores restrições da utilização de carvão na China e de exportação de gás natural da Rússia para a Europa, que desbalancearam a oferta de energia nessas regiões; e
- o problema dos semicondutores.
Inflação de...
Mais do que o interesse pela semântica da coisa, o correto entendimento sobre qual tipo de inflação estamos vivenciando é importante para definir a forma de domá-la.
Um caso extremo de insucesso recente tem sido o da Turquia, cujo presidente Erdogan passou a defender o início de um agressivo ciclo de flexibilização monetária (mesmo com a inflação alta), visando o aumento das exportações e investimentos.
O resultado desse experimento até agora tem sido desastroso, com a lira turca renovando sua mínima histórica pela 11ª vez consecutiva e a manutenção de altos níveis de inflação.
O caso brasileiro
No caso brasileiro, o BC tem seguido a cartilha e acelerado o passo do aperto monetário para fins de controle da inflação.
Contudo, essa abordagem não é unanimidade.
Em entrevista recente para o jornal Valor Econômico, o economista André Lara Resende defendeu que a atual inflação brasileira não é a clássica de demanda, mas sim de oferta, provocada pelos gargalos comentados acima.
Dessa forma, o aperto monetário promovido pelo aumento da taxa de juros perderia sua eficiência e traria consigo as mazelas associadas a essa dinâmica, como o aumento do serviço da dívida, redução nos níveis de investimento e de crescimento do país. A ver.
Pragmatismo
De forma pragmática, o investidor atento deve levar em conta o fator inflação na hora da montagem de seu portfólio.
No meu entendimento, os melhores instrumentos para proteção contra a corrosão do poder de compra são títulos do Tesouro indexados ao IPCA, ações de empresas líderes de mercado e com poder de repasse de preço e fundos imobiliários de papel indexados à inflação. Na série Carteira Empiricus, mostramos como você pode montar esse portfólio.
Vale dizer que a compra desses ativos dificilmente te prevenirá de pegar chuva em momentos de maior aversão ao risco como agora, mas certamente eles te auxiliarão no trajeto rumo à calmaria.
Forte abraço,
Fernando Ferrer
Onde investir em maio: Petrobras (PETR4), Cosan (CSAN3), AT&T (ATTB34) e mais opções em ações, dividendos, FIIs e BDRs
Em novo episódio da série, analistas da Empiricus Research e do BTG Pactual compartilham recomendações de olho nos resultados da temporada de balanços e no cenário internacional
Fundo imobiliário TRXF11 anuncia a maior emissão de cotas da sua história, para captar R$ 1 bilhão
Segundo a gestora TRX Investimentos, valor pode chegar a R$ 1,25 bilhão e cerca de 85% do montante já está praticamente garantido
3G, de Lemann, compra marca de tênis Skechers por US$ 9,4 bilhões, e ações disparam
Após a conclusão do negócio, a Skechers se tornará uma empresa de capital fechado, pondo fim a quase três décadas de ações negociadas em bolsa
Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio nesta semana
Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Pódio triplo: Itaú (ITUB4) volta como ação mais recomendada para maio ao lado de duas outras empresas; veja as queridinhas dos analistas
Dessa vez, a ação favorita veio acompanhada: além do Itaú, duas empresas também conquistaram o primeiro lugar no ranking dos papéis mais recomendados para maio.
Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio na próxima semana
Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário
Petrobras (PETR3) excluída: Santander retira petroleira da sua principal carteira recomendada de ações em maio; entenda por quê
Papel foi substituído por uma empresa mais sensível a juros, do setor imobiliário; saiba qual
IRB (IRBR3) volta a integrar carteira de small caps do BTG em maio: ‘uma das nossas grandes apostas’ para 2025; veja as demais alterações
Além do retorno da resseguradora, foram acrescentadas também as ações da SLC Agrícola (SLCE3) e da Blau Farmacêutica (BLAU3) no lugar de três papéis que foram retirados
WEG (WEGE3) tem preço-alvo cortado pelo JP Morgan após queda recente; banco diz se ainda vale comprar a ‘fábrica de bilionários’
Preço-alvo para a ação da companhia no fim do ano caiu de R$ 66 para R$ 61 depois de balanço fraco no primeiro trimestre
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Esta empresa mudou de nome e ticker na B3 e começa a negociar de “roupa nova” em 2 de maio: confira quem é ela
Transformação é resultado de programa de revisão de estratégia, organização e cultura da empresa, que estreia nova marca
As maiores altas e quedas do Ibovespa em abril: alívio nos juros foi boa notícia para ações, mas queda no petróleo derrubou petroleiras
Os melhores desempenhos são puxados principalmente pela perspectiva de fechamento da curva de juros, e azaradas do mês caem por conta da guerra comercial entre EUA e China
Ficou com ações da Eletromidia (ELMD3) após a OPA? Ainda dá tempo de vendê-las para não terminar com um ‘mico’ na mão; saiba como
Quem não vendeu suas ações ELMD3 na OPA promovida pela Globo ainda consegue se desfazer dos papéis; veja como
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado