Aprovação da PEC emergencial garante recuperação do Ibovespa enquanto NY amarga perdas
A fala de Powell fez o Ibovespa reduzir os ganhos, mas ainda assim o principal índice da bolsa avançou 1,35%; dólar teve queda de 0,11%, a R$ 5,6582
Depois de alguns meses, a semana que vem, enfim, chegou. O Senado aprovou hoje em segundo turno a proposta para o texto da PEC emergencial que, além de destravar uma nova rodada de pagamentos do auxílio emergencial, sinaliza um compromisso do governo com o teto de gastos.
Ontem, as sinalizações do presidente da Câmara, Arthur Lira, de que o governo iria respeitar o teto impediu um fiasco do Ibovespa. Com a aprovação do texto em primeiro turno ainda na noite de quinta-feira, os negócios foram positivamente influenciados aqui no Brasil.
O texto agora segue para a Câmara em sua etapa final, dando fim a uma das maiores incertezas relacionadas ao quadro fiscal brasileiro e que paira sobre os negócios, mas nem por isso essa foi uma sessão que deixou de seguir a alta volatilidade vista ao longo de toda a semana. No entanto, dessa vez foram fatores externos que pressionaram a bolsa brasileira.
As bolsas americanas reagiram negativamente à participação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em evento virtual do The Wall Street Journal. O dirigente endereçou a disparada recente dos títulos do Tesouro americano e a preocupação dos investidores com a trajetória da inflação no país - e não agradou. Os principais índices fecharam o dia longe das mínimas, mas ainda em quedas consideráveis. O Dow Jones recuou 1,11%, o S&P 500 teve baixa de 1,34% e o Nasdaq caiu 2,11%.
Assim, o Ibovespa, que chegou a subir quase 3% na máxima, reduziu a alta e encerrou o dia com um avanço de 1,35%, aos 112.690 pontos. O dólar à vista chegou a inverter o sinal e subir durante o discurso de Powell, mas acabou encerrando o dia em leve queda de 0,11%, aos R$ 5,6582.
A curva de juros, no entanto, deixou Powell em segundo plano e teve um dia de alívio - principalmente na ponta mais longa - ao repercutir a melhora do cenário fiscal com a aprovação da PEC emergencial, após semanas sob intensa pressão. Confira as taxas de fechamento de hoje:
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- Janeiro/2022: de 3,81% para 3,83%
- Janeiro/2023: de 5,61% para 5,53%
- Janeiro/2025: de 7,31% para 7,15%
- Janeiro/2027: de 8,42% para 7,83%
Feito, mas não perfeito
O Senado aprovou hoje em segundo turno o texto da PEC emergencial. A pauta agora segue para a Câmara e é essencial não só para permitir o pagamento da ainda indefinida nova rodada do auxílio emergencial, como também para garantir que o governo não aprofunde a atual crise fiscal do país. Segundo o presidente da Casa, Arthur Lira, a pauta pode ser votada já na próxima quarta-feira (10).
O texto aprovado deixa R$ 44 bilhões fora do teto de gastos para o pagamento de parcelas do auxílio emergencial e garante que o pagamento do Bolsa Família ficará também dentro do aceitável para o teto. A oposição tentou eliminar o limite de recursos fora do teto de gastos, mas a medida foi rejeitada.
Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, explica que a PEC de fato sofreu uma desidratação, conforme já era esperado, e deixou de lado os pontos mais polêmicos - como a retirada do mínimo necessário de recursos para a educação e saúde. Ainda assim, o montante de R$ 44 bilhões é muito menor do que o liberado no auge da crise.
Isso não significa que estamos perto de combater os efeitos do coronavírus. Muito pelo contrário. Essa semana marca uma piora significativa da situação da pandemia no país, com diversos estados adotando o modelo mais rígido de isolamento social para tentar achatar a curva de contágio.
As regras e valores do novo auxílio emergencial ainda não foram definidos, mas a aprovação da PEC já garante uma aceleração na distribuição desses recursos para a população mais carente, permitindo que a economia siga funcionando.
As visões de Powell
Se o primeiro tempo do pregão foi comandado por Brasília, na segunda parte desse jogo quem ditou as regras foi Nova York.
O movimento negativo visto lá fora foi uma reação às declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O comandante do Fed disse em entrevista que a alta do rendimento dos títulos americanos - que vem tirando recursos da bolsa e pressionando a leitura de que o BC americano deve voltar a subir os juros em breve - chamam "notavelmente" a atenção, mas que o movimento reflete apenas uma melhora da perspectiva para a economia americana.
A inflação, outra preocupação do mercado, deve sofrer uma pressão no curto prazo, mas não deve sair da meta de 2%, segundo Powell. O presidente do Fed disse ter consciência dos efeitos de uma possível disparada dos índices e disse que o Federal Reserve não deixará que isso ocorra.
O dirigente também aproveitou para reforçar um discurso que não tem convencido o mercado nas últimas semanas: o de que o Fed está preparado para uma alta da inflação e que as políticas monetárias da instituição seguem firmes, já que a economia americana tem um longo caminho a percorrer.
Powell não trouxe nenhuma ação concreta, mas a sua fala aprofundou a leitura de que, se necessário, o Federal Reserve pode sim voltar a elevar os juros antes do esperado. Os Treasuries, que chegaram a abrir o dia em queda, tiveram mais uma sessão de alta.
Para Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos, Powell não foi mais incisivo em sua fala pois o setor de serviços ainda não teve uma retomada e a inflação de bens pode ser transitória, como reflexo dos inúmeros incentivos despejados na economia, e por isso o Fed deve seguir apenas monitorando a situação.
Destaques do dia
Maiores altas
As ações de distribuidoras avançaram nesta quinta-feira (04) revertendo o comportamento negativo dos últimos dias. Diante de um novo lockdown no estado de São Paulo, os investidores repercutiram as notícias de que o governo avança para a aquisição de novas doses de vacinas contra o coronavírus. A Hering subiu expressivamente com a repercussão do balanço do último trimestre de 2020.
As ações da Petrobras não chegaram a figurar entre as maiores altas, mas o seu desempenho ajuda a explicar o Ibovespa ter se segurado no campo positivo mesmo com a deterioração do clima no exterior. As ações preferenciais da companhia subiram cerca de 5% após a Opep+ anunciar que deve manter o corte de produção para contornar os problemas com a demanda global de petróleo. Confira as principais altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| CSAN3 | Cosan ON | R$ 89,00 | 8,68% |
| HGTX3 | Cia Hering ON | R$ 16,00 | 8,62% |
| RAIL3 | Rumo ON | R$ 19,85 | 7,36% |
| BRDT3 | BR Distribuidora ON | R$ 20,29 | 6,79% |
| UGPA3 | Ultrapar ON | R$ 19,35 | 6,20% |
Maiores baixas
Diante de um cenário complicado frente ao coronavírus, com novas restrições de circulação, a Gol registrou o pior desempenho do dia. Confira as maiores quedas do índice:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| GOLL4 | Gol PN | R$ 19,47 | -5,02% |
| WEGE3 | Weg ON | R$ 73,23 | -4,90% |
| HAPV3 | Hapvida ON | R$ 15,55 | -3,72% |
| BPAC11 | BTG Pactual units | R$ 98,84 | -3,41% |
| BRAP4 | Bradespar PN | R$ 62,81 | -3,10% |
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