Dólar tem forte queda, mas Ibovespa reflete cautela com texto do Orçamento 2021 e novo pacote de Biden
As mudanças de comando em Brasília seguem chamando a atenção dos investidores, mas o mercado prefere esperar pela apresentação do novo pacote de Biden

O mês de março finalmente chegou ao fim, mas a alta volatilidade que dominou o período parece longe de dar uma trégua, ainda que os últimos quatro pregões tenham sido de ganhos para o Ibovespa.
Em mais um dia de exterior misto, no aguardo dos detalhes do novo pacote de estímulos à infraestrutura de Joe Biden, a bolsa brasileira atravessa um dia bem instável, com dificuldade de se firmar em um sentido.
Na parte da tarde, as preocupações com relação ao Orçamento de 2021 voltaram a pesar com mais força sobre a bolsa. Por volta das 15h40, o Ibovespa operava nas mínimas do dia, com um recuo de 0,41%, aos 16.380 pontos.
O texto do Orçamento tem sido criticado por abrir margem para maquiar gastos e possibilitar as temidas pedaladas fiscais. Causa desconforto também o elevado número destinado ao pagamento de emendas parlamentares, retirando recursos das despesas obrigatórias e levando a uma conta que "não fecha". O relator da pauta, Márcio Bittar, fez alterações no texto encaminhado para o presidente, retirando R$ 10 bilhões em emendas, mas a cifra ainda é considerada insuficiente para resolver o conflito.
Essa pressão fez com que o mercado de juros, que operava em queda, revertesse a tendência, já que o mercado volta a precificar uma elevada preocupação com o quadro fiscal do país. Confira as taxas de hoje:
- Janeiro/2022: de 4,65% para 4,63%
- Janeiro/2023: de 6,42% para 6,46%
- Janeiro/2025: de 8,07% para 8,11%
- Janeiro/2027: de 8,69% para 8,72%
Enquanto isso, o dólar à vista recua 1,56%, a R$ 5,6723. O câmbio é favorecido por uma atuação do Banco Central, perspectivas mais positivas sobre o cenário de vacinação - após lideranças do Congresso sinalizarem avanços do comitê anti-crise - e a retomada do auxílio emergencial, que deve começar a ser pago no dia 6 de abril.
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Pesando os dramas
No Brasil, os investidores seguem otimistas com o fortalecimento de Jair Bolsonaro com o Centrão, após a reforma ministerial. A leitura é que as pautas relativas à economia, como privatizações e reformas, consigam ganhar o debate nacional. A Julia Wiltgen traz uma análise completa de como as trocas devem ser analisadas pelo mercado e por economistas.
Também temos a repercussão dos novos números sobre o mercado de trabalho brasileiro. Ontem os dados do Caged animaram, mas nesta quarta-feira Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mostrou uma taxa de desocupação na casa dos 14,2% no trimestre encerrado em janeiro. Um ano antes, o índice era de 11,2%.
No entanto, o tema que está no centro das discussões é o texto do Orçamento de 2021 e as medidas de controle da pandemia do coronavírus. Com o país registrando recorde de mortos, as atenções se voltam para as medidas que podem pressionar ainda mais o cenário fiscal.
O avanço da vacinação é visto como primordial para uma mudança de cenário. Embora o país tenha acelerado o ritmo, somente 8% da população já tomou pelo menos uma dose.
A expectativa é que abril traga um alento neste cenário, com a previsão de chegada de novas doses e a retomada do auxílio emergencial de R$ 150, que deve ajudar a economia a reaquecer. Hoje pela manhã, as lideranças do Congresso afirmaram terem conquistado avanços nesse cenário. Além disso, volta a se discutir a possibilidade de que a iniciativa privada compre doses para uso próprio.
Pacote Biden 2.0
No exterior, a expectativa é pelos detalhes do pacote de US$ 3 trilhões para o setor de infraestrutura. O tema é polêmico já que para financiar o projeto, o presidente americano espera aumentar os impostos corporativos. Enquanto esperam, as bolsas americanas também oscilam próximas da estabilidade.
O objetivo é aquecer a economia por meio de obras para a construção de estradas e pontes, ampliação do acesso à internet banda larga, linhas de financiamento para carros elétricos e modernização das redes elétrica e de saneamento básico. Países exportadores de matéria prima, como o Brasil, devem se beneficiar dessa medida.
As bolsas da Ásia fecharam em queda generalizada, acompanhando o sentimento que prevaleceu em Nova York na tarde de ontem, ainda que os dados da economia chinesa tenham mostrado recuperação.
Sobe e desce
As ações da Equatorial despontam como o principal destaque do dia, após a companhia ganhar o leilão de privatização da distribuidora gaúcha CEEE-D, por R$ 100 milhões. Já as ações da Cielo disparam após a aprovação do WhatsApp Pay no país, que terão todas as transações processadas pela companhia. As ações da Cogna chegaram a abrir o dia entre as maiores quedas, mas os papéis reverteram o sinal após o mercado analisar melhor o plano de reestruturação proposto. Confira as maiores altas:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
EQTL3 | Equatorial ON | R$ 24,40 | 6,64% |
CIEL3 | Cielo ON | R$ 3,76 | 5,03% |
COGN3 | Cogna ON | R$ 4,02 | 4,15% |
CCRO3 | CCR ON | R$ 12,64 | 4,03% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 30,14 | 2,31% |
Entre as maiores quedas temos a Qualicorp, que teve o seu resultado trimestral considerado fraco pelo mercado, e a Embraer e outras empresas aéreas, que subiram forte no pregão de ontem. Confira as maiores quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 29,85 | -3,71% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 27,02 | -3,64% |
SULA11 | SulAmérica units | R$ 33,90 | -3,58% |
GOLL4 | Gol PN | R$ 21,63 | -3,13% |
AZUL4 | Azul PN | R$ 37,80 | -3,10% |
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