Ibovespa termina o ano em alta, mas acumula perda de 11,93% em 2021, pior desempenho desde 2015
Dezembro não chegou a ter rali, mas foi positivo para a bolsa brasileira, que ainda terminou em alta o último pregão do ano; já o dólar viu perdas na reta final de 2021, mas subiu quase 7,5% no ano

A bolsa brasileira não chegou a ver um rali de fim de ano, mas não dá para dizer que o desempenho das ações domésticas em dezembro foi ruim. Com uma alta de 0,69% no último pregão do ano, o Ibovespa terminou essa semana de marasmo com uma queda de apenas 0,07%, acumulando ganhos de 2,85% no mês.
No entanto, o presente do Papai Noel não foi nem de longe o suficiente para amenizar as perdas do ano. O principal índice da B3 termina 2021 com um tombo de 11,93%, aos 104.822 pontos, seu pior desempenho desde 2015, um ano de crise.
No último mês do ano, vimos o início de uma reversão de fatores que vinham pesando negativamente nos mercados. A PEC dos precatórios foi finalmente aprovada, com o "puxadinho" no teto de gastos, considerada a saída "menos pior" para os imbróglios fiscais.
O Banco Central também adotou uma postura mais dura contra a inflação, reancorando as expectativas do mercado. Ao mesmo tempo, os índices de preços já começaram a mostrar que a política monetária do BC parece estar surtindo efeito.
Com isso, pudemos ver um alívio nos juros futuros, que andavam um bocado pressionados, tanto nos vencimentos mais longos quanto nos mais curtos. A resolução parcial da questão fiscal - ao menos com uma redução das incertezas - também trouxe alívio ao câmbio e aos ativos de risco.
Hoje, um novo fator trouxe mais descompressão aos mercados de câmbio e juros, bem como um fôlego final à bolsa: um surpreendente superávit primário de R$ 15 bilhões nas contas públicas no mês de novembro.
Leia Também
Com isso, o dólar à vista fechou o dia com uma forte queda de 2,06%, a R$ 5,5759, terminando dezembro com baixa de 1,06%, mas ainda assim acumulando uma alta de 7,46% em 2021.
O ano, afinal, foi marcado por ruídos políticos, aumento da percepção de risco fiscal, antecipação da corrida eleitoral, inflação galopante - e um tanto surpreendente - disparada nos juros futuros e um cavalo de pau na taxa Selic.
No exterior, também vimos fortes pressões inflacionárias e o início da retirada dos estímulos monetários por parte do banco central americano, o que tende a prejudicar os ativos de risco, sobretudo aqueles percebidos como mais arriscados, caso dos ativos e moedas emergentes.
Assim, o bom mês de dezembro não foi o suficiente para apagar o mau desempenho dos ativos de risco, nem as altas do dólar ou a atratividade da renda fixa mais conservadora, que voltou a ser queridinha dos investidores.
Contas públicas
No último dia de pregão e expediente bancário do ano, a agenda econômica trouxe apenas uma novidade para os investidores: o relatório do Banco Central com dados consolidados sobre o setor público em novembro.
E foi uma novidade positiva, pois, com a ajuda dos resultados do caixa azul no governo central, estados e municípios, o superávit primário de R$ 15 bilhões superou (de longe) a previsão dos analistas. Os especialistas consultados pela Broadcast, por exemplo, previam que o saldo positivo chegaria a, no máximo, R$ 9,5 bilhões.
Esse também é o melhor resultado para um mês de novembro desde 2013, quando as contas fecharam com R$ 29,7 bilhões de sobra.
Com a boa notícia pelo lado fiscal, os juros futuros tiveram alívio nos vencimentos mais curtos. Confira os fechamentos dos principais contratos de DI nesta quinta:
- Janeiro/2023: de 11,821% para 11,775%;
- Janeiro/2025: de 10,692% para 10,60%;
- Janeiro/2027: de 10,591% para 11,57%.
Ômicron e delta: ameaças gêmeas
Além da baixa liquidez dos mercados globais, nas bolsas no exterior continuaram pesando os temores com a variante ômicron do coronavírus.
Às vésperas da chegada de 2022, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou o mundo que a circulação simultânea das variantes delta e ômicron pode provocar um tsunami de casos de covid-19.
“Delta e Ômicron são ameaças gêmeas que estão elevando os casos a números recordes, o que, mais uma vez, causa picos nas hospitalizações e mortes”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A França voltou a renovar o recorde diário no volume de infecções, com 208 mil novos casos. Outros países como Estados Unidos, Itália e Reino Unido também seguem com picos na quantidade de casos, elevando o número de registros semanais da doença para 1 milhão de novas infecções em todo o mundo.
As autoridades da OMS reconheceram também que a situação da pandemia de covid-19 no Brasil está melhor, mas alertaram que o país não está livre de novas ondas de casos.
Na Ásia, as bolsas até começaram a semana bem, mas encerraram o dia sem direção única graças às incertezas trazidas pela ômicron. Já no continente europeu as principais bolsas fecharam sem sinal único, pelo avanço da covid-19 na região, mas o índice pan-europeu Stoxx 600 conseguiu garantir uma leve alta de 0,15% no último pregão do ano.
Já em Nova York, os três principais índices começaram o dia em alta, depois de terem renovado recordes ao longo da semana. Mas foram perdendo força ao longo do dia e acabaram fechando em queda. O Dow Jones recuou 0,25%, o S&P 500 caiu 0,30% e o Nasdaq teve baixa de 0,16%.
No acumulado do ano, contudo, as bolsas americanas deram show. O Dow Jones e o Nasdaq tiveram altas de pouco mais de 20%, enquanto o S&P 500 subiu quase 30%.
Sobe e desce
No noticiário corporativo, a SulAmérica (SULA11) foi um dos destaques do dia, com a segunda maior alta do Ibovespa, após anunciar a compra da seguradora Sompo Saúde por R$ 230 milhões, aumentando sua presença em São Paulo.
Embora não tenha ficado entre as maiores altas, as ações da MRV (MRVE3) também se destacaram, com valorização de 2,21%, após a companhia ter fechado uma venda bilionária de projetos da sua subsidiária Luggo para um fundo canadense.
Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
CASH3 | Méliuz ON | R$ 3,24 | +7,64% |
SULA11 | SulAmérica unit | R$ 27,49 | +6,84% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 7,22 | +6,80% |
CIEL3 | Cielo ON | R$ 2,28 | +5,76% |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 16,90 | +5,49% |
Veja também as maiores baixas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 22,07 | -3,71% |
ITUB4 | Itaú Unibanco PN | R$ 20,95 | -1,64% |
SANB11 | Santander unit | R$ 29,98 | -1,35% |
ITSA4 | Itaúsa PN | R$ 8,93 | -1,11% |
PETR3 | Petrobras ON | R$ 30,70 | -0,81% |
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice
Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14
O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20
A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23
Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa
Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda
O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião
Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro
Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15
Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities
Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher
Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje