🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Jasmine Olga

Jasmine Olga

É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e o setor de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

FECHAMENTO

Queda do petróleo e nova alta dos Treasuries mina efeito positivo pós-Copom e Ibovespa recua aos 114 mil pontos

O mau humor no exterior impediu o Ibovespa de passar por um ajuste positivo pós-Copom, mas a decisão se refletiu no dólar e na curva de juros

Jasmine Olga
Jasmine Olga
18 de março de 2021
18:30 - atualizado às 20:14
Petróleo Opep
Imagem: Shutterstock

A decisão do Comitê de Política Monetária de elevar a Selic a 2,75% estava cotada para ser o centro das atenções desta quinta-feira (18), mas um exterior negativo acabou tirando o “brilho” da repercussão do Copom. 

Além de uma reação mais contida ao exibido ontem com o discurso de Jerome Powell, o que levou a uma nova alta dos Treasuries, o mercado financeiro também foi surpreendido por um tombo expressivo do petróleo. A queda da commodity fez o índice de volatilidade VIX, espécie de termômetro do medo do mercado, disparar e azedou o humor dos investidores globalmente. 

O Ibovespa futuro e o desempenho do EWZ, ETF de ações brasileiras transacionado lá fora, indicavam que o ajuste pós-Copom seria positivo. No começo das negociações e no meio da tarde o Ibovespa até ensaiou uma virada para o azul, mas o movimento não encontrou suporte e cedeu com o exterior pesado. O principal índice da bolsa brasileira fechou o dia em queda de 1,47%, aos 114.835 pontos. 

O dólar à vista, que chegou a recuar 1,94% no melhor momento do dia, também acabou perdendo o ímpeto com a deterioração do cenário no exterior, mas ainda assim fechou em queda de 0,30%, a R$ 5,5695, bem longe das mínimas. 

Em reação à decisão e ao comunicado do Copom divulgado ontem, que já sinalizou que a Selic deve subir mais 75 pontos-base na próxima reunião, o mercado esperava um movimento de achatamento da curva de juros, que de fato se concretizou, ainda que a influência da alta dos Treasuries tenha influenciado. Na ponta mais curta, o mercado se ajustou a um início de ciclo de elevação dos juros mais forte do que o anteriormente precificado. As taxas chegaram a subir com mais força na parte da manhã, mas perderam um pouco de força ao longo do dia. Confira:

  • Janeiro/2022: de 4,25% para 4,57%
  • Janeiro/2023: de 5,95% para 6,16%
  • Janeiro/2025: de 7,35% para 7,41%
  • Janeiro/2027: de 7,91% para 7,86%

Sem vida fácil

Se ontem o mercado reagiu de forma eufórica à decisão do Federal Reserve de manter os juros inalterados e às sinalizações do presidente da instituição, Jerome Powell, que afirmou que a inflação americana segue sob controle e que os juros devem se manter baixos até pelo menos 2023, hoje o discurso não colou tão bem. 

Leia Também

Na visão de Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, o mercado sabe que o governo Biden deve seguir pressionando com uma política fiscal bem ativa, o que pode provocar uma pressão na demanda e levar o Federal Reserve a rever a sua postura.  

A melhora das projeções para a economia americana, divulgadas ontem, aumentaram o temor de uma pressão inflacionária - a estimativa para o PIB passou de 4,2% para 6% em 2021 -, o que levou as taxas dos Treasuries a seguirem renovando máximas e pressionando as bolsas globais.

O juro das T-Note de 2 anos e 10 anos e do T-Bond de 30 anos operaram em alta. Além disso, o país teve um aumento nos pedidos de auxílio-desemprego acima do esperado, o que deixou os índices americanos boa parte do dia sem uma direção definida. 

O golpe de misericórdia para a queda expressiva dos negócios hoje foi o desempenho do petróleo no mercado internacional. Os contratos futuros da commodity chegaram a recuar mais de 8%, pesando sobre as ações de petroleiras e contaminando todo o mercado. 

O petróleo WTI para maio fechou em queda de 7,07%, a US$ 60,06 o barril, refletindo a preocupação com o avanço dos casos do coronavírus na Europa, onde em muitos locais a vacinação está paralisada, e o avanço do dólar perante as moedas mais fortes. 

Neste cenário pessimista, o Dow Jones fechou em queda de 0,46%, o S&P 500 recuou 1,48% e o Nasdaq despencou 3,02%. 

Indo além

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar a taxa Selic em 75 pontos-base pegou o mercado de surpresa, mas não de uma forma negativa. Uma alta já era esperada, mas a maioria dos economistas e agentes financeiros esperava uma alta mais modesta, de 50 pontos-base. No entanto, o movimento acabou dividindo o centro das atenções com o exterior negativo. 

No comunicado, o Banco Central abordou a preocupação com a pressão inflacionária (vista como um fator temporário) e também com o risco fiscal, herdado das iniciativas para conter os efeitos econômicos da pandemia e da demora em se aprovar as reformas estruturantes no Congresso.

Para Alexandre Almeida, economista da CM Capital, mais do que o aumento anunciado nesta reunião, o mercado foi pego de surpresa pela sinalização de que a próxima reunião deve trazer um ajuste de igual tamanho e pela mudança de tom com relação ao comunicado do encontro de janeiro.

O BC também surpreendeu ao afirmar que a atividade econômica está melhor do que o projetado pelo mercado, ainda que o crescimento no número de casos da covid-19 vá ter o seu efeito, o que mostra um cenário que não apoia mais o uso de instrumentos "extraordinários" de política monetária.

Descontrole

A pandemia do coronavírus, que sobrecarrega o sistema de saúde por todo o país, vai ganhando contornos cada vez mais preocupantes e também fica no foco dos investidores. O Brasil tem renovado diariamente o recorde de casos e novos óbitos. Só nas últimas 24 horas o país superou a casa dos três mil mortos, registrando uma média móvel superior a dois mil óbitos diários pela primeira vez durante toda a pandemia.

Por isso, o olhar dos investidores também se volta para Brasília. No Congresso, o mercado aguarda a liberação da nova rodada do auxílio emergencial. O presidente Jair Bolsonaro havia se comprometido a entregar a Medida Provisória pessoalmente, mas mudou de ideia, e o texto foi encaminhado pelas vias administrativas normais. O valor do novo auxílio deve ser de R$ 150. 

Já no Ministério da Saúde, os agentes financeiros buscam pistas sobre uma mudança de tom do governo Bolsonaro com relação ao caos que tomou conta do país. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, utilizou o Twitter nesta quinta-feira (18) para cobrar uma nova abordagem do governo no combate à pandemia.

Em São Paulo, novas medidas foram anunciadas para tentar conter a doença e achatar a curva. O prefeito da cidade de São Paulo anunciou que irá antecipar feriados durante a Semana Santa para tentar reverter o quadro contágio na capital. Além disso, Bruno Covas também anunciou novos horários para o rodízio de veículos em uma tentativa de conter a movimentação e incentivar o isolamento social.

Sobe e desce

A decisão do Copom mexe com alguns setores específicos do Ibovespa. Na ponta positiva, temos uma reação das empresas do setor financeiro após a elevação da taxa de juros. Confira as principais altas desta quinta-feira (18):

CÓDIGONOME VALORVARIAÇÃO
SANB11Santander Brasil units         R$ 40,882,77%
BBDC3Bradesco ON         R$ 23,151,85%
BBDC4Bradesco PN         R$ 26,471,85%
SBSP3Sabesp ON         R$ 42,201,61%
SULA11SulAmérica units         R$ 36,381,54%

No começo do dia, os papéis da Yduqs e da Gol lideram as quedas do índice, após as companhias divulgarem os seus resultados do quarto trimestre de 2020. Ao longo do dia, no entanto, o foco negativo se voltou para as empresas dos setores de consumo e imobiliário, que devem ser mais impactadas pela alta da Selic.

Mas, no fim, o pior desempenho ficou com as ações da PetroRio, que acompanharam o recuo do petróleo.

CÓDIGONOME VALORVARIAÇÃO
PRIO3PetroRio ON         R$ 88,20-8,60%
GOLL4Gol PN         R$ 21,36-7,53%
MGLU3Magazine Luiza ON         R$ 22,28-6,93%
BTOW3B2W ON         R$ 61,25-5,11%
YDUQ3Yduqs ON         R$ 27,23-4,99%

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DERRETENDO

Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?

29 de abril de 2025 - 17:09

Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado

MERCADO DE METAIS ESSENCIAIS

Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis

29 de abril de 2025 - 9:15

Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

AÇÕES EM PETRÓLEO

Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI

26 de abril de 2025 - 16:47

Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.

CONCESSIONÁRIAS

Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1

26 de abril de 2025 - 12:40

Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira

BOLSA BRASILEIRA

Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano

26 de abril de 2025 - 11:12

Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.

3 REPETIÇÕES DE SMFT3

Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP

25 de abril de 2025 - 19:15

Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre

QUEDA LIVRE

Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea

25 de abril de 2025 - 18:03

No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira

TCHAU, B3!

OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira

25 de abril de 2025 - 13:42

Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3

RUMO AOS EUA

JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas

25 de abril de 2025 - 10:54

Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

FUTURO NEBULOSO

Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?

24 de abril de 2025 - 13:57

Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros

RENOVADA

CCR agora é Motiva (MOTV3): empresa troca de nome e de ticker na bolsa e anuncia pagamento de R$ 320 milhões em dividendos 

24 de abril de 2025 - 11:44

Novo código e nome passam a valer na B3 a partir de 2 de maio

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

IR 2025

É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2025

24 de abril de 2025 - 7:07

A forma de declarar BDR é similar à de declarar ações, mas há diferenças relativas aos dividendos distribuídos por esses ativos

DE MALAS PRONTAS

JBS (JBSS3) aprova assembleia para votar dupla listagem na bolsa de Nova York e prevê negociações em junho; confira os próximos passos

23 de abril de 2025 - 9:45

A listagem na bolsa de valores de Nova York daria à JBS acesso a uma base mais ampla de investidores. O processo ocorre há alguns anos, mas ainda restam algumas etapas pela frente

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia

23 de abril de 2025 - 8:06

Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell

22 de abril de 2025 - 8:11

Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano

IR 2025

Como declarar fiagros e fundos imobiliários (FIIs) no imposto de renda 2025

21 de abril de 2025 - 9:20

Fundos imobiliários e fiagros têm cotas negociadas em bolsa, sendo tributados e declarados de formas bem parecidas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar