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Jasmine Olga
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É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e o setor de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
FECHAMENTO

Bolsa interrompe sequência de quedas, mas auxílio emergencial gera tensão em Brasília; dólar recua

Após as quedas dos últimos dias, a bolsa brasileira conseguiu uma recuperação. No entanto, troca de farpas entre Lira e Guedes pesaram no câmbio e deixam incertezas para o futuro

Jasmine Olga
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11 de fevereiro de 2021
19:17 - atualizado às 21:12
Congresso Mercados Touro Urso
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Era para ser o casamento do ano. Estavam todos confiantes para essa união. Uma união que, embora construída com base em alianças que traziam um pouco de desconforto, foi comemorada com entusiasmo, afinal, daqui para frente tudo seria mais fácil. 

Juntos todos sairiam dessa mais forte. A expectativa pela concretização do pacto levou todos a celebrar com antecedência e, quando enfim oficializado, a celebração durou mais alguns dias, afinal, tudo seria mais fácil. 

Mas nem essa união incomum e esperada escapa das máximas da vida. Quando o dinheiro acaba, as farpas começam. 

A “lua de mel” do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, durou pouco mais de uma semana e a razão para o desgaste rápido da relação tem nome: auxílio emergencial. 

Não que Arthur Lira não tivesse flertado com a defesa do auxílio antes de concretizar o compromisso. É que desde então, a discussão em volta do tema tem ficado um tanto desencontrada e foi motivo até mesmo de cobrança pública. 

Pela manhã, Lira foi direto ao ponto. Cobrou o ministro Paulo Guedes por uma solução rápida e urgente. “Urge que o ministro Guedes nos dê com sensibilidade do governo uma alternativa viável, dentro dos parâmetros da economia como ele pensa e como a sociedade deseja, a situação está ficando crítica na população e precisamos encontrar uma alternativa”. 

Nesse ponto, a discussão se teremos ou não auxílio emergencial nem é mais o core do problema. A questão é como ele será financiado. A equipe econômica cobra contrapartidas fiscais que aplaquem o peso da despesa nos cofres públicos e na saúde fiscal do país. Enquanto isso, Lira já andou defendendo mais de uma uma excepcionalização do teto de gastos. 

Então, o mercado está em compasso de espera. As perspectivas positivas da “união” entre Lira e o governo não foram totalmente desmanchadas após algumas cutucadas, mas acende o alerta amarelo. 

A aprovação da autonomia do Banco Central, por exemplo, foi uma boa notícia, e impulsionou o Ibovespa para além dos 120 mil pontos na manhã de hoje. Mas, segundo Victor Benndorf, analista da Apollo Investimentos, “no Brasil, tudo pode acontecer”.

Episódios como esse levantam dúvidas sobre o que de fato a base governamental vai conseguir tirar do papel, em um momento em que o quadro fiscal está muito limitado. 

Para ser justa, o clima em Nova York também foi ficando mais morno ao longo do dia e isso acabou refletindo por aqui, mas a situação um tanto indefinida em torno do auxílio emergencial e nesse primeiro embate segurou a bolsa brasileira.

Ainda assim, o Ibovespa conseguiu interromper a sequência de três quedas e terminou esta quinta-feira (11) com uma alta de 0,73%, aos 119.299,83 pontos, depois de ter subido mais de 1,5% na máxima do dia. Benndorf comenta também que a zona dos 120 mil pontos, além de uma resistência técnica é também uma barreira psicológica para os investidores locais. 

O dólar teve um dia de grande volatilidade, seguindo os mesmos gatilhos. No começo do dia, reinou o otimismo com a leitura de que as reformas andariam mais rápido e repercutindo a aprovação da autonomia do BC sem que os destaques fossem aceitos.

Depois, pesou o risco fiscal e também a piora do clima no exterior. Assim, chegamos ao fim do pregão com uma alta de 0,32%, a R$ 5,3883. Na mínima do dia, a moeda americana chegou a cair 0,60%. 

No mercado de juros, as taxas mais curtas fecharam em queda, enquanto as mais longas seguiram a tendência oposta. Confira as taxas de fechamento do dia:

  • Janeiro/2022: de 3,38% para 3,32%
  • Janeiro/2023: de 4,89% para 4,87%
  • Janeiro/2025: de 6,41% para 6,42%
  • Janeiro/2027: de 7,10% para 7,12%

Todo mundo mete a colher

Os dados de serviços de dezembro e de 2020 divulgados pela manhã, ampliaram a leitura de que para a economia brasileira voltar a aquecer, o auxílio emergencial deverá ser retomado.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento de serviços registrou leve queda em dezembro, na comparação com novembro, de 0,2%, interrompendo seis meses seguidos de alta.

Alexandre Almeida, economista da CM Capital, aponta que como essa queda já era esperada, ela acabou não batendo tão forte no dia, embora seja um indicador relevante para a economia brasileira. 

Mas os números recaem sobre a discussão do auxílio, principalmente após o recuo muito maior do que o esperado nas vendas do varejo em dezembro. Para o analista da Apollo Investimentos, ele será necessário. “As vendas do varejo vieram bem pesado, serviços bem pesados. Estamos seguindo uma tendência global mais recessiva,  precisamos impulsionar a economia, porém de onde vai sair o dinheiro?”

Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Todo mundo parece ter uma opinião sobre ela, mas ninguém sabe responder, lembrando que o mercado pode até entender a necessodade, mas é avesso a qualquer sinal de “pedaladas” ou manobras para que a despesa fique dentro do teto. 

O ministro Paulo Guedes cobra contrapartidas fiscais e negou a possível criação de um imposto temporário como forma de viabilizar o benefício. O presidente da Câmara fala de se tratar de um caso excepcional, o presidente Jair Bolsonaro afirma que o auxílio pode ser retomado em março, por três ou quatro meses, mas sem citar maiores detalhes. O presidente do Senado, após reunião com Guedes, afirmou que todos devem buscar um "caminho técnico" para viabilizar uma solução…

São muitas incógnitas e elas devem seguir nos próximos dias. 

Perdendo o fôlego

Nova York também não ajudou. Depois de mais uma vez renovar suas máximas, as bolsas americanas perderam força ao longo do dia. Ainda assim, S&P 500 e Nasdaq renovaram os seus topos de fechamento, subindo respectivamente 0,16% e 0,38%. Já o Dow Jones recuou 0,02%, próximo da estabilidade. 

O que dominou no noticiário internacional foi o reflexo da temporada de balanços e também a expectativa pela aprovação do novo pacote fiscal americano, que deu uma esfriada. Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, declarou que espera que o pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão seja aprovado ainda neste mês.

Ainda há a repercussão da possibilidade de manutenção dos estímulos fiscais e monetários no país, após declarações feitas ontem pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Dados nos EUA mostram uma queda no número de pedidos de auxílio desemprego, mas ainda assim o número veio acima do esperado. Na Europa, os negócios também fecharam o dia mistos. 

Sobe e desce

A Totvs lidera os ganhos do dia após divulgar o seu balanço do quarto trimestre de 2020. Confira as maiores altas do Ibovespa nesta tarde:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
TOTS3Totvs ONR$ 33,85 7,77%
NTCO3Natura ONR$ 53,76 5,99%
TIMS3Tim ONR$ 14,56 5,43%
CRFB3Carrefour Brasil ONR$ 20,28 4,48%
JBSS3JBS ONR$ 26,48 4,05%

Na lanterna, sofreram as companhias que dependem da referência do minério de ferro. Com o início do feriado do Ano Novo Lunar, na China, as negociações estão interrompidas. No caso da Vale, também pesa a notícia que o acordo firmado no começo do mês por conta da tragédia de Brumadinho pode ser contestado na justiça pela família das vítimas. Confira as principais quedas do dia:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO
CSNA3CSN ONR$ 33,02 -3,98%
PRIO3PetroRio ONR$ 77,33 -2,64%
CVCB3CVC ONR$ 18,85 -1,98%
VALE3Vale ONR$ 93,10 -1,69%
RAIL3Rumo ONR$ 19,81 -1,59%

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