🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 2T25 VAI COMEÇAR: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA

Vinícius Pinheiro

Vinícius Pinheiro

Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances O Roteirista, Abandonado e Os Jogadores

Comprar ou vender, eis a questão

Brasil vira mercado “inoperável” com “risco Bolsonaro” e ameaças ao teto de gastos, dizem gestores de fundos

O cenário piorou com a intervenção nas estatais e o risco fiscal, mas nos patamares atuais fica muito arriscado apostar contra o país, segundo gestores de fundos

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
4 de março de 2021
6:01 - atualizado às 20:59
Bolsonaro Mercados Baixa Petrobras Banco do Brasil Eletrobras
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Uma grande oportunidade ou um grande caso perdido? Essa é a pergunta que gestores de fundos e analistas do mercado financeiro se fazem neste momento em relação à perspectiva para os ativos brasileiros.

É consenso que o cenário para investir no Brasil piorou — e muito — após a decisão do governo de trocar o comando da Petrobras, que colocou definitivamente o chamado “risco Bolsonaro” na pauta dos investidores.

Ao mesmo tempo, a frágil situação fiscal do país em meio aos sucessivos furos no teto de gastos torna a economia brasileira suscetível a qualquer abalo externo.

Tudo isso indicaria um momento perfeito para apostar contra o Brasil, por exemplo com a clássica aposta de comprar dólares e ficar “tomado” no mercado de juros, que ganha com a alta da Selic.

Foi exatamente o que o mercado fez nas últimas semanas, com a queda da bolsa e a disparada da moeda norte-americana e dos juros futuros. O problema é que o Brasil ficou “barato demais” nos patamares atuais.

Isso significa que, embora a situação sempre possa piorar, a chance de perda de quem estiver na ponta contrária é enorme se o barco liberal do governo não virar e o cenário externo ajudar.

Leia Também

Quem resumiu da melhor forma o atual momento dos mercados locais foi Fabio Akira, sócio e economista-chefe da BlueLine Asset Management. “Está impossível operar Brasil”, ele me disse, em uma entrevista ontem à tarde.

Diante da total falta de visibilidade — para o bem ou para o mal — a gestora mantém hoje suas principais posições de risco nos mercados internacionais.

Akira disse que o país ultrapassou linhas importantes ao flertar com intervencionismo setorial e o risco fiscal, justamente no momento em que lá fora os mercados passam por uma turbulência provocada pela alta das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos.

“Se eu tivesse certeza de que o Brasil iria degringolar, operava short [vendido], mas o preço está tão deprimido que no caso de qualquer alento os ativos podem ter uma melhora rápida” — Fabio Akira, BlueLine Asset Management

Um exemplo da baixíssima visibilidade nos mercados se deu justamente durante a minha entrevista com Akira, quando o Ibovespa saiu do patamar dos 107 mil para a casa dos 112 mil pontos. Tudo isso em menos de meia hora.

O motivo para a súbita melhora foi a sinalização do presidente da Câmara, Arthur Lira, de que o Bolsa Família não ficará de fora da regra do teto de gastos.

Sonho ou pesadelo?

O mais irônico nessa história é que o momento atual nos mercados globais em tese é favorável ao país. O tal do “reflation trade”, movimento em que os investidores apostam em ativos que ganham com a alta da inflação, impulsionou vários mercados exportadores de commodities, enquanto o país mais uma vez ficou para trás.

“Se você sonhasse com um cenário incrível para o Brasil não teria imaginado algo tão bom quanto agora”, me disse Sylvio Castro, sócio da Grimper Capital.

Baseado apenas no cenário atual dos mercados, os ativos brasileiros deveriam estar hoje em patamares muito mais altos, segundo o gestor. “A preocupação dos investidores deveria ser se a bolsa não estaria cara demais, e não o contrário como agora.”

Com a indefinição no cenário brasileiro, Castro prefere surfar na onda da valorização das commodities diretamente nesses ativos ou via outros países produtores.

Mas o gestor também não embarca na aposta contra os ativos locais. “Os preços poderiam estar ainda piores depois do que aconteceu nas últimas semanas. Mas é difícil 'shortear' [vender] Brasil.”

Leia também:

Valor relativo

Com 17 anos de mercado, a Neo Investimentos está habituada às incertezas relacionadas à economia brasileira. Ao contrário de outras gestoras, a maior parte da exposição do principal fundo multimercado da casa permanece no país.

Mas para sobreviver — e ganhar dinheiro — em meio aos solavancos típicos do nosso mercado, a Neo aposta no chamado "valor relativo", o que torna os retornos do fundo menos dependentes do cenário econômico.

Mas o que isso quer dizer em relação ao Brasil de hoje? Para Mario Schalch, sócio-fundador da gestora, o mercado hoje embute uma perspectiva de alta muito acelerada da Selic, diante do risco fiscal e da inflação.

A chamada curva de juros indicava a possibilidade de uma alta de 7 pontos percentuais na Selic, o que levaria os juros brasileiros para 9%. “Temos a curva mais inclinada do mundo até três anos, e a menos inclinada depois desse período.”

Nesse contexto, o fundo se posiciona vendido no mercado de juros curto prazo, com a visão de que as taxas devem subir menos do que o projetado, e comprado nos prazos mais longos. O retorno vem do saldo entre as duas posições. “Mesmo que eu não esteja certo, consigo montar posições que trazem uma boa margem de manobra”, disse o gestor.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SD ENTREVISTA

Fuga do investidor estrangeiro? Não para a sócia da Armor Capital. Mesmo com Trump, ainda tem muito espaço para gringo comprar bolsa brasileira

16 de julho de 2025 - 16:02

Para Paula Moreno, sócia e co-diretora de investimentos da Armor Capital, as tensões comerciais com os EUA criam uma oportunidade para o estrangeiro aumentar a aposta no Brasil

ANTES DO RESULTADO

Quão ruim pode ser o balanço do Banco do Brasil (BBAS3)? O JP Morgan já traçou as apostas para o 2T25

16 de julho de 2025 - 12:41

Na visão dos analistas, o BB pode colher ainda mais provisões no resultado devido a empréstimos problemáticos no agronegócio. Saiba o que esperar do resultado

O QUE ESPERAR?

Banco do Brasil (BBAS3) terá a pior rentabilidade (ROE) em quase uma década no 2T25, prevê Goldman Sachs. É hora de vender as ações?

16 de julho de 2025 - 11:09

Para analistas, o agronegócio deve ser outra vez o vilão do balanço do BB no segundo trimestre de 2025; veja as projeções

SD ENTREVISTA

Investidor ainda está machucado e apetite pela bolsa é baixo — e isso não tem nada a ver com a tarifa do Trump, avalia CEO da Bradesco Asset

16 de julho de 2025 - 6:36

Apetite por renda fixa já começou a dar as caras entre os clientes da gestora, enquanto bolsa brasileira segue no escanteio, afirma Bruno Funchal; entenda

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Com ou sem Trump, Selic deve fechar 2025 aos 15% ao ano — se Lula não der um tiro no próprio pé, diz CEO da Bradesco Asset

16 de julho de 2025 - 6:08

Ao Seu Dinheiro, Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset e ex-secretário do Tesouro, revela as perspectivas para o mercado brasileiro; confira o que está em jogo

FICOU BARATO DEMAIS?

FII Arch Edifícios Corporativos (AIEC11) sai na frente e anuncia recompra de cotas com nova regra da CVM; entenda a operação

15 de julho de 2025 - 19:00

Além da recompra de cotas, o fundo imobiliário aprovou conversão dos imóveis do portfólio para uso residencial ou misto

MUDANDO O TIME

As apostas do BTG para o Ibovespa em setembro; confira quem pode entrar e sair da carteira

15 de julho de 2025 - 18:42

O banco projeta uma maior desconcentração do índice e destaca que os grandes papéis ligados às commodities perderão espaço

TELA AZUL

Na guerra de tarifas de Trump, vai sobrar até para o Google. Entenda o novo alerta da XP sobre as big techs

15 de julho de 2025 - 16:15

Ações das gigantes da tecnologia norte-americana podem sofrer com a taxação do republicano, mas a desvalorização do dólar oferece alívio nas receitas internacionais

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa come poeira enquanto S&P 500 faz história aos 6.300 pontos; dólar cai a R$ 5,5581

15 de julho de 2025 - 13:50

Papéis de primeira linha puxaram a fila das perdas por aqui, liderados pela Vale; lá fora, o S&P 500 não sustentou os ganhos e acabou terminando o dia com perdas

INVESTIMENTOS

O Brasil não vale o risco: nem a potencial troca de governo em 2026 convence essa casa de análise gringa de apostar no país

15 de julho de 2025 - 11:59

Analistas revelam por que não estão dispostos a comprar o risco de investir na bolsa brasileira; confira a análise

TOUROS E URSOS #230

Trump tarifa o Brasil em 50%: o que fazer agora? O impacto na bolsa, dólar e juros

15 de julho de 2025 - 11:04

No Touros e Ursos desta semana, o analista da Empiricus, Matheus Spiess, analisa os impactos imediatos e de médio prazo das tarifas para o mercado financeiro

MERCADOS

Ibovespa cai, dólar sobe a R$ 5,57 e frigoríficos sofrem na bolsa; entenda o que impacta o setor hoje

14 de julho de 2025 - 15:06

Enquanto Minerva e BRF lideram as maiores perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (14), a Brava Energia desponta como maior alta desta tarde

A LIDERANÇA ESCAPOU

Na batalha da B3, Banco do Brasil (BBAS3) volta a perder para o Itaú (ITUB4) em junho, mas segue à frente de Bradesco (BBDC4)

14 de julho de 2025 - 12:25

Em junho, as ações do banco estatal caíram para o quarto lugar em volume negociado na B3, segundo levantamento do DataWise+

O SOL NASCERÁ?

Gestores de fundos imobiliários passam a ficar otimistas, após sentimento negativo do 1º semestre; saiba os motivos

13 de julho de 2025 - 15:57

Após pessimismo da primeira metade do ano, sentimento vira e volta para o campo positivo, com destaque para os setores de escritórios e aluguel residencial

RANKING SEMANAL

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) se salvaram, mas não a Embraer (EMBR3); veja as maiores altas e quedas do Ibovespa na última semana

12 de julho de 2025 - 15:46

Bolsa brasileira sentiu o impacto do tarifaço de Trump, sobretudo sobre as empresas mais sensíveis a juros; BRF (BRFS3) fechou com a maior alta, na esteira da fusão com a Marfrig (MRFG3)

MERCADOS HOJE

Trump volta a derrubar bolsas: Ibovespa tem a maior perda semanal desde 2022; dólar sobe a R$ 5,5475

11 de julho de 2025 - 12:59

A taxação de 35% ao Canadá pressionou os mercados internacionais; por aqui, a tarifa de 50% anunciada nesta semana pelo presidente norte-americano seguiu pesando sobre os negócios

FIIS HOJE

BRPR Corporate Offices (BROF11) estabelece novo contrato de locação com a Vale (VALE3) e antecipa R$ 44 milhões

10 de julho de 2025 - 16:16

O acordo, no modelo atípico, define que a mineradora passará a ser responsável por todos os encargos referentes ao empreendimento localizado em Minas Gerais

AÇÕES BLINDADAS

XP aponta seis ações defensivas para enfrentar o novo choque de 50% imposto pelos EUA — e duas possíveis beneficiadas

10 de julho de 2025 - 14:56

Enquanto a aversão a risco toma conta do mercado, a XP lista seis papéis da B3 com potencial para proteger investidores em meio ao tarifaço de Trump

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa escapa da sangria após tarifas de Trump, mas cai 0,54%; dólar sobe a R$ 5,5452

10 de julho de 2025 - 11:33

Após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor em 1 de agosto, algumas ações conseguiram escapar de uma penalização dos mercados

VOLATILIDADE CRESCENTE

Embraer (EMBR3) não é a única a sofrer com as tarifas de Trump: as ações mais impactadas pela guerra comercial e o que esperar da bolsa agora

10 de julho de 2025 - 10:26

A guerra comercial chegou ao Brasil e promete mexer com os preços e a dinâmica de muitas empresas brasileiras; veja o que dizem os analistas

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar