🔴 META: ATÉ R$ 334,17 POR NOITE – CONHEÇA A ESTRATÉGIA

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances O Roteirista, Abandonado e Os Jogadores
Comprar ou vender, eis a questão

Brasil vira mercado “inoperável” com “risco Bolsonaro” e ameaças ao teto de gastos, dizem gestores de fundos

O cenário piorou com a intervenção nas estatais e o risco fiscal, mas nos patamares atuais fica muito arriscado apostar contra o país, segundo gestores de fundos

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
4 de março de 2021
6:01 - atualizado às 20:59
Bolsonaro Mercados Baixa Petrobras Banco do Brasil Eletrobras
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Uma grande oportunidade ou um grande caso perdido? Essa é a pergunta que gestores de fundos e analistas do mercado financeiro se fazem neste momento em relação à perspectiva para os ativos brasileiros.

É consenso que o cenário para investir no Brasil piorou — e muito — após a decisão do governo de trocar o comando da Petrobras, que colocou definitivamente o chamado “risco Bolsonaro” na pauta dos investidores.

Ao mesmo tempo, a frágil situação fiscal do país em meio aos sucessivos furos no teto de gastos torna a economia brasileira suscetível a qualquer abalo externo.

Tudo isso indicaria um momento perfeito para apostar contra o Brasil, por exemplo com a clássica aposta de comprar dólares e ficar “tomado” no mercado de juros, que ganha com a alta da Selic.

Foi exatamente o que o mercado fez nas últimas semanas, com a queda da bolsa e a disparada da moeda norte-americana e dos juros futuros. O problema é que o Brasil ficou “barato demais” nos patamares atuais.

Isso significa que, embora a situação sempre possa piorar, a chance de perda de quem estiver na ponta contrária é enorme se o barco liberal do governo não virar e o cenário externo ajudar.

Quem resumiu da melhor forma o atual momento dos mercados locais foi Fabio Akira, sócio e economista-chefe da BlueLine Asset Management. “Está impossível operar Brasil”, ele me disse, em uma entrevista ontem à tarde.

Diante da total falta de visibilidade — para o bem ou para o mal — a gestora mantém hoje suas principais posições de risco nos mercados internacionais.

Akira disse que o país ultrapassou linhas importantes ao flertar com intervencionismo setorial e o risco fiscal, justamente no momento em que lá fora os mercados passam por uma turbulência provocada pela alta das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos.

“Se eu tivesse certeza de que o Brasil iria degringolar, operava short [vendido], mas o preço está tão deprimido que no caso de qualquer alento os ativos podem ter uma melhora rápida” — Fabio Akira, BlueLine Asset Management

Um exemplo da baixíssima visibilidade nos mercados se deu justamente durante a minha entrevista com Akira, quando o Ibovespa saiu do patamar dos 107 mil para a casa dos 112 mil pontos. Tudo isso em menos de meia hora.

O motivo para a súbita melhora foi a sinalização do presidente da Câmara, Arthur Lira, de que o Bolsa Família não ficará de fora da regra do teto de gastos.

Sonho ou pesadelo?

O mais irônico nessa história é que o momento atual nos mercados globais em tese é favorável ao país. O tal do “reflation trade”, movimento em que os investidores apostam em ativos que ganham com a alta da inflação, impulsionou vários mercados exportadores de commodities, enquanto o país mais uma vez ficou para trás.

“Se você sonhasse com um cenário incrível para o Brasil não teria imaginado algo tão bom quanto agora”, me disse Sylvio Castro, sócio da Grimper Capital.

Baseado apenas no cenário atual dos mercados, os ativos brasileiros deveriam estar hoje em patamares muito mais altos, segundo o gestor. “A preocupação dos investidores deveria ser se a bolsa não estaria cara demais, e não o contrário como agora.”

Com a indefinição no cenário brasileiro, Castro prefere surfar na onda da valorização das commodities diretamente nesses ativos ou via outros países produtores.

Mas o gestor também não embarca na aposta contra os ativos locais. “Os preços poderiam estar ainda piores depois do que aconteceu nas últimas semanas. Mas é difícil 'shortear' [vender] Brasil.”

Leia também:

Valor relativo

Com 17 anos de mercado, a Neo Investimentos está habituada às incertezas relacionadas à economia brasileira. Ao contrário de outras gestoras, a maior parte da exposição do principal fundo multimercado da casa permanece no país.

Mas para sobreviver — e ganhar dinheiro — em meio aos solavancos típicos do nosso mercado, a Neo aposta no chamado "valor relativo", o que torna os retornos do fundo menos dependentes do cenário econômico.

Mas o que isso quer dizer em relação ao Brasil de hoje? Para Mario Schalch, sócio-fundador da gestora, o mercado hoje embute uma perspectiva de alta muito acelerada da Selic, diante do risco fiscal e da inflação.

A chamada curva de juros indicava a possibilidade de uma alta de 7 pontos percentuais na Selic, o que levaria os juros brasileiros para 9%. “Temos a curva mais inclinada do mundo até três anos, e a menos inclinada depois desse período.”

Nesse contexto, o fundo se posiciona vendido no mercado de juros curto prazo, com a visão de que as taxas devem subir menos do que o projetado, e comprado nos prazos mais longos. O retorno vem do saldo entre as duas posições. “Mesmo que eu não esteja certo, consigo montar posições que trazem uma boa margem de manobra”, disse o gestor.

Compartilhe

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Usiminas (USIM5) despencam 23% após balanço; é hora de fugir dos papéis ou aproveitar o desconto?

26 de julho de 2024 - 11:07

A performance reflete números abaixo do previsto pelo mercado para o segundo trimestre de 2024

FRIGORÍFICOS

Alívio para a BRF (BRFS3) e a JBS (JBSS3)? Brasil vai declarar fim do foco da doença de Newcastle no RS — mas há obstáculos no caminho 

25 de julho de 2024 - 18:58

Apesar do fim do foco da doença no Rio Grande do Sul, as exportações não devem ser imediatamente retomadas; entenda o que está em jogo para o Brasil agora

GIGANTE DA RENDA URBANA

Fundo imobiliário TRXF11 entra para o setor de saúde com acordo de R$ 621 milhões para construir novo hospital para o Einstein

25 de julho de 2024 - 18:38

O FII comprou um imóvel localizado no Morumbi, bairro nobre da cidade de São Paulo, que deve ser locado para o Einstein por 20 anos

Metal precioso

PIB americano alimenta apetite do mercado por risco; confira o que o dado provocou na cotação do ouro em Nova York

25 de julho de 2024 - 16:14

Valorização do iene e do franco suíço contribuíram para o desempenho do metal precioso

LEVANTAMENTO DA EQI

Retorno de até 200% e dividendos isentos de IR: cinco fundos imobiliários que renderam mais do que imóveis residenciais nos últimos anos

25 de julho de 2024 - 12:24

Os FIIs se consolidaram como uma alternativa para lucrar com imóveis com mais liquidez e menos burocracia

FIIs HOJE

R$ 570 milhões por uma fatia de um prédio: por que o fundo imobiliário KNRI11 aceitou desembolsar milhões por pouco mais da metade de um edifício corporativo em SP

25 de julho de 2024 - 11:13

O FII anunciou na última quarta-feira (24) a compra de 57% da Torre Crystal por R$ 570,8 milhões

Sem bolha

Não vejo excesso de otimismo no mercado americano hoje, diz Howard Marks, o ‘guru’ de Warren Buffett

24 de julho de 2024 - 18:57

Em evento em São Paulo, gestor da Oaktree disse que euforia se concentra em um punhado de ações de tecnologia e que ações estão um pouco caras, mas nada preocupante

FECHAMENTO DOS MERCADOS

S&P 500 e Nasdaq têm o pior desempenho em dois anos e arrastam a Nvidia (NVDC34) — quem é o culpado por esse tombo?

24 de julho de 2024 - 17:08

Os vilões das baixas foram duas gigantes norte-americanas, que causaram um efeito dominó e pressionaram todo um setor; por aqui, dólar renovou máxima e Ibovespa terminou o dia em baixa

INVESTIMENTOS NO EXTERIOR

O mercado de ações dos EUA está caro, mas há oportunidades: veja as principais apostas da gestora do JP Morgan para o 2º semestre

24 de julho de 2024 - 16:43

Para Mariana Valentini, da JP Morgan Asset Management, é necessário diversificar a carteira de investimentos — e outros países além dos EUA podem ser uma boa pedida agora

BALANÇO DA CLASSE

Fiagro salta mais de 30% e registra o maior retorno do ano; confira o ranking dos fundos agro mais rentáveis de 2024 até agora

24 de julho de 2024 - 16:01

De acordo com um levantamento da Quantum FInance, oito fundos da classe acumulam um retorno positivo neste ano

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar