A semana dos Bancos Centrais se encaminha para um fim e o saldo dos últimos dias é uma postura mais forte dos BCs contra a inflação. A mudança é bem recebida pelo mercado, o que leva o Ibovespa a ter fôlego para uma recuperação.
Ontem foi a vez do Federal Reserve, enquanto nesta manhã conhecemos a decisão do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE), que decidiu elevar sua taxa básica de juros de 0,1% ao ano para 0,25%.
Com um discurso alinhado de combate à inflação, os BCs globais inauguram uma nova fase da política monetária, abandonando a fartura de estímulos monetários vista durante a pandemia. No Brasil, os investidores repercutem o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). O BC destacou que a inflação ficará acima da meta de 5,25% em 2021, mas garante que em 2022 o indicador ficará abaixo do teto de 5%.
Por volta das 17h30 o principal índice da bolsa brasileira operava em alta de 0,39%, aos 107.847 pontos. O dólar à vista recua 0,98%, a R$ 5,6861. O recuo mais expressivo da moeda americana conta com a pressão do leilão feito mais cedo pelo BC, em uma tentativa de afastar
Não é coisa do passado
O documento divulgado nesta manhã pelo Banco Central não deixa de fora as incertezas que ainda rondam a pandemia do coronavírus. Há um destaque especial para a covid-19, já que os planos da entidade podem ser alterados caso a ômicron ou novas variantes voltem a pressionar a atividade econômica.
No relatório trimestral da inflação do Banco Central, o BC indicou que espera que os preços fechem 2021 com um avanço de 10,20% e atinjam os 4,7% em 2022. Isso representa um IPCA acima do teto da meta de 5,25% e distante do centro da meta de 3,75%.
Contudo, a inflação para o ano que vem deve se aproximar do teto da meta de 5,0%. O relatório ainda destaca o risco fiscal e o fim dos estímulos à economia por parte dos países desenvolvidos.
Na caça do dragão
O presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, conseguiu tirar um peso das costas do mercado na última quarta-feira. O Federal Reserve anunciou a aceleração da retirada de estímulos, ao mesmo tempo em que Powell abandonou oficialmente o discurso de inflação transitória. Entretanto, a alta nos juros não deve ocorrer “tão cedo”, de acordo com o presidente do BC americano.
De acordo com as perspectivas do Fed, devem acontecer três elevações de juros no ano que vem. Em setembro, última vez que as projeções foram revisitadas, a maioria dos 18 dirigentes via um aumento da taxa básica já em 2022. Até junho, as estimativas indicavam uma subida dos juros apenas em 2023.
Sobe e desce do Ibovespa
As empresas do setor de saúde se destacam na sessão desta quinta-feira, com o principal destaque sendo as ações de Hapvida e Intermédica. Na noite de ontem, o Cade aprovou a fusão das duas operadoras de saúde sem restrições.
No caso da Qualicorp, o mercado repercute a aprovação do Cade para um possível aumento de participação da Rede D'Or na companhia. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 17,31 | 6,59% |
AMER3 | Americanas S.A | R$ 30,20 | 5,37% |
GNDI3 | Intermédica ON | R$ 67,33 | 5,20% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 5,62 | 4,85% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 11,79 | 3,79% |
Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
CASH3 | Meliuz ON | R$ 3,28 | -4,37% |
ELET3 | Eletrobras ON | R$ 33,25 | -3,29% |
ELET6 | Eletrobras PNB | R$ 32,88 | -3,15% |
CIEL3 | Cielo ON | R$ 2,28 | -2,15% |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 9,65 | -1,93% |