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Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

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Segredos da bolsa: Renda Brasil e a prova dos noves sobre o teto de gastos

Com apresentação do programa, os investidores deverão descobrir a real extensão da influência de Paulo Guedes sobre Jair Bolsonaro.

Ricardo Gozzi
23 de agosto de 2020
20:02 - atualizado às 11:14
Auxílio Brasil
O ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. - Imagem: Marcos Corrêa/PR

Agosto não está fácil para quem acompanha a bolsa e o dólar. Os ativos financeiros brasileiros parecem reproduzir o castigo de Sísifo, o mortal condenado pelos deuses da Grécia Antiga a rolar uma enorme bola de mármore até o alto de uma montanha só para vê-la escorregar ladeira abaixo e ter de voltar para empurrá-la morro acima sucessivamente por toda a eternidade.

Não foi à toa que, quando agosto começou, advertimos para a possibilidade de o Ibovespa e a taxa de câmbio proporcionarem uma espécie de mês do cachorro louco depois de três meses de recuperação acentuada nos valores dos ativos locais.

Depois de muito oscilar entre o pânico e a euforia ao longo da semana, na maior parte do tempo descolado do andamento dos negócios no exterior, o Ibovespa até avançou 0,17% na semana, encerrando a sexta-feira aos 101.521,29 pontos, mas nos piores momentos perdeu o piso dos 100 mil pontos.

Quem apanhou feio mesmo foi o real. Como Maguila tentando bravamente manter-se em pé diante de um George Foreman ou um Evander Holyfield, a moeda brasileira absorveu como pôde o impacto de todas as incertezas dos investidores com relação à política nacional e ao teto de gastos, mas no fim caiu. O dólar visitou os níveis mais elevados em relação ao real desde o fim de maio até firmar-se em R$ 5,6066, uma alta de 3,31% na semana.

E se você espera calma e tranquilidade na semana que está por começar, lamento dizer, mas é melhor ir fazer outra coisa. Volatilidade é o que não deve faltar.

Vem aí o Renda Brasil

Enquanto o público parece anestesiado com a média de quase mil mortes diárias pela pandemia do novo coronavírus, os investidores deverão descobrir na terça-feira qual é a real extensão da influência do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o presidente Jair Bolsonaro.

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Afinal, grande parte da volatilidade dos últimos dias deveu-se aos esperneios de Guedes para segurar o teto de gastos e a disciplina fiscal em um momento no qual Bolsonaro parece encantado com o aumento de popularidade proporcionado por um auxílio emergencial que passou no Congresso com um valor acima do planejado tanto pelo presidente como pelo ministro.

Para esta semana, o governo pretende apresentar os detalhes do programa Renda Brasil e novas regras para a chamada carteira de trabalho Verde e Amarela. A prova dos noves estará guardada na extensão do programa de renda mínima. Como financiar um programa de grande impacto social sem derrubar um teto de gastos projetado pra ver suas telhas voarem com qualquer brisa?

A resposta às dúvidas – e a consequente reação dos investidores – será conhecida na terça-feira, segundo Guedes.

A semana de indicadores trará uma série de dados que, se lidos separadamente, podem assustar ou empolgar. Observados juntos trarão um panorama mais claro sobre o andamento da recuperação econômica em tempos de pandemia, em especial as sondagens setoriais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). O dado mais esperado, porém, é o IPCA-15 de agosto com os sinais para o andamento da inflação.

Veja quais são os indicadores que devem agitar a semana no Brasil

Segunda-feira
É repetitivo, sim, mas a semana começa com o boletim Focus e a atualização semanal dos dados da balança comercial. Também é esperada a sondagem da CNI sobre a indústria de construção.

Terça-feira
Dicas sobre o comportamento da inflação nestes tempos estranhos serão conhecidos quando o IBGE divulgar o IPCA-15. Logo a seguir, o Banco Central trará informações sobre as transações correntes e os investimentos diretos no Brasil. É bom dar uma olhadinha também nos dados da sondagem do comércio pela FGV.

Quarta-feira
O dia começa com a sondagem do setor de construção da FGV. Pela tarde, o Banco Central divulga os números semanais de fluxo cambial. Mas a estrela do dia será o relatório do Tesouro Nacional sobre a dívida pública referente a julho.

Quinta-feira
O Tesouro realiza leilão tradicional de LTN, LTF e NTN-F enquanto a FGV dá sequência à divulgação de suas sondagens setoriais, desta vez com dados sobre a indústria.

Sexta-feira
Logo cedo, a FGV divulga os números consolidados do IGP-M em agosto. Ainda pela manhã, o BC dá a conhecer os dados sobre operações de crédito referentes a julho. A semana de indicadores locais se encerra com o resultado primário do governo central em julho.

Começa a corrida pela Casa Branca

Se no Brasil a agenda política tende a ser agitada, espere para ver a dos Estados Unidos. A campanha para a presidência norte-americana começou oficialmente e o democrata Joe Biden figura como o favorito na disputa pela Casa Branca.

Tal cenário parecia impensável antes da pandemia, quando o presidente Donald Trump dava sinais de que tiraria de letra qualquer ameaça eleitoral da oposição a seu governo.

Inclinado a gafes e escorregões retóricos, Biden surpreendeu inclusive figurões republicanos no discurso de lançamento de sua campanha, afastando com eficácia e até mesmo elegância as tentativas trumpistas de o rotular como um “radical de esquerda”.

Com as eleições marcadas para novembro em um momento pra lá de atípico, resta saber se Biden será capaz de manter o momento ou se Trump, que surgiu como azarão há quatro anos e hoje assombra o mundo com sua falta de noção, tirará da cartola algum preconceito ou fake news ou ganhará de bandeja um escorregão do adversário capaz de recolocar a seu favor os eleitores dispostos a irem às urnas.

Dados de PIBs do 2º trimestre pelo mundo na agulha

Em termos de indicadores, os dados de produto interno bruto da Alemanha, do Canadá, dos Estados Unidos, da França e do México no segundo trimestre são os destaques em termos de novas informações sobre o impacto da pandemia sobre a economia global.

Os investidores também devem ficar atentos ao discurso do presidente do Federal Reserve Bank (o banco central norte-americano), Jerome Powell, durante o tradicional simpósio de política econômica em Jackson Hole, na quinta-feira.

Veja a seguir os principais indicadores previstos para esta semana no exterior.

Segunda-feira
O Fed de Chicago divulga seu índice de atividade econômica nacional dos EUA.

Terça-feira
O governo alemão informa os dados do PIB referentes ao segundo trimestre. Nos EUA, o Conference Board dá publicidade ao índice de confiança do consumidor em agosto.

Quarta-feira
O dia começa com os dados do PIB dos países da OCDE e do México no segundo trimestre. Mais tarde, o Departamento de Comércio dos EUA abre as informações sobre as encomendas de bens duráveis em julho. À noite, o Banco Central da Coreia do Sul (BoK) anuncia sua decisão de política monetária.

Quinta-feira
Saem os dados do PIB norte-americano no segundo trimestre. Em Jackson Hole, Jerome Powell discursa em meio a expectativas de que ele venha a sinalizar uma maior complacência do Fed com relação ao aquecimento da inflação.

Sexta-feira
Será a vez de o Canadá e a França divulgarem os dados do PIB no segundo trimestre. Nos EUA, o Departamento de Comércio informa os números sobre renda e gastos pessoais em julho. Na zona do euro, o Eurostat abre os dados de ambiente de negócios, sentimento econômico e de confiança dos consumidores, da indústria e do setor de serviços.

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