Os segredos da bolsa: numa semana mais curta, saiba o quais ações serão destaque
Não se deixe enganar pelo feriado: a bolsa terá uma semana cheia pela frente, com tensões políticas, noticiário corporativo agitado e agenda econômica carregada
Nesses tempos de quarentena, é normal ficar meio perdido no tempo — eu mesmo fiquei surpreso ao olhar para o calendário e perceber que temos um feriado nesta semana: na terça-feira, dia 21, a bolsa brasileira estará fechada por causa do Dia de Tiradentes.
Isso não quer dizer que você deva descuidar do noticiário. Tanto aqui quanto lá fora, temos diversos fatores que podem influenciar o preço das ações. Indicadores econômicos, movimentações políticas, novidades corporativas — teremos um pouco de tudo nos próximos dias.
A começar pelas tensões em Brasília: desde a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e nomeação de Nelson Teich para o comando da pasta, temos visto uma deterioração ainda maior nas relações entre governo e Congresso.
Mandetta contava com amplo respaldo popular e tinha apoio de grande parte da Câmara e do Senado. Assim, por mais que sua demissão fosse esperada, a consumação da saída provou turbulência no cenário político, com trocas de farpas entre o presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
A participação do presidente Jair Bolsonaro em protestos realizados no último domingo a favor da intervenção militar e do fechamento do Congresso Nacional coloca mais lenha na fogueira política.
A depender dos desdobramentos desse desgaste entre os poderes, podemos ter um aumento na aversão ao risco na bolsa. Afinal, o projeto de auxílio financeiro emergencial aos Estados e municípios — apelidado de 'bomba fiscal' — ainda será votado pelo Senado, e são poucas as chances de o governo ter sucesso em desarmar essa pauta caso os atritos continuem.
Leia Também
Ainda no front doméstico, é importante que os investidores fiquem atentos à evolução da curva de contágio de coronavírus no país. Na semana passada, foram quebrados os recordes de novas pessoas infectadas e falecimentos por causa da doença em 24 horas — e uma explosão do surto no país pode ter um efeito muito intenso sobre a bolsa.
No domingo (19), o Brasil já tinha 2,4 mil óbitos por causa da Covid-19, com 38,6 mil infectados. No mundo, mais de 2,2 milhões de pessoas já foram contaminadas com o coronavírus, com cerca de 153 mil mortes, de acordo com dados compilados pela universidade americana Johns Hopkins.

Dados e mais dados
Em termos de agenda econômica, a semana não tem nenhuma divulgação mais relevante aqui no Brasil. No exterior, contudo, teremos dias agitados nos Estados Unidos e na Zona do Euro — e, a depender da reação da economia dessas regiões ao coronavírus, poderemos ter dias intensos nos mercados acionários:
- Estados Unidos
- Segunda (20): Índice de atividade do Fed de Chicago em março
- Terça (21): Vendas de imóveis já existentes em março
- Quinta (23): Novos pedidos de seguro-desemprego até a semana do dia 18 de abril e vendas de novos imóveis em março
- Sexta (24): Índices preliminares de atividade industrial e do varejo em abril
Nos EUA, destaque para os indicadores referentes ao mercado residencial: trata-se de mais um dado que irá mostrar como a economia americana se comportou em março, mês em que o surto de coronavírus começou a ser sentido com mais intensidade no país.
Os números referentes ao mercado de trabalho e às vendas no varejo dos EUA, divulgados na semana passada, já mostraram impactos significativos ao nível de atividade. A venda de imóveis residenciais, novos ou não, contribuirá com mais uma peça para o quebra-cabeça da economia americana e meio à pandemia.
- Zona do Euro
- Segunda (20): balança comercial em fevereiro
- Terça (21): índice ZEW de sentimento econômico em abril
- Quarta (22): Confiança do consumidor em abril
- Sexta (24): Índices preliminares de atividade industrial e do varejo em abril
No velho continente, os números de confiança são os mais relevantes: por já se referirem a abril, mostrarão qual é a percepção dos consumidores e comerciantes depois de um mês de medidas de isolamento. Há uma percepção melhor de retomada das atividades, ou a cautela ainda impera na Europa?
Revisão de trajetória
Por mais que a segunda-feira (20) deva ter uma movimentação abaixo do normal por causa da véspera de feriado, é preciso ficar atento a algumas ações do Ibovespa, com destaque para os papéis ON da Vale (VALE3).
A mineradora reportou seus dados operacionais referentes ao primeiro trimestre de 2020 na noite de sexta-feira (17) e, assim, os investidores só poderão repercutir os números no início desta semana. E os dados reportados não foram exatamente animadores.
A produção de minério de ferro totalizou 59,6 milhões de toneladas entre janeiro e março deste ano, resultado que ficou abaixo das projeções informadas pela própria empresa, que estimavam uma faixa entre 63 e 68 milhões de toneladas no primeiro trimestre.
A Vale também revisou suas estimativas para o ano: agora, a mineradora espera produzir de 310 e 330 milhões de toneladas de minério de ferro; o guidance original falava em algo entre 340 e 355 milhões de toneladas.
As ações da Vale têm apresentado um desempenho não tão negativo em 2020, apesar da forte queda acumulada pelo Ibovespa. Desde o começo do ano, os papéis da companhia caem 17,38% — o índice despenca 31,7%.
Na última sexta-feira, Vale ON fechou em alta de 2,9%, a R$ 44,00, desempenho que pode estimular um movimento ainda mais intenso de correção na segunda-feira, tendo em vista o desempenho operacional não muito sólido da mineradora.

Operações em foco
E, falando em desempenho operacional, atenção para as ações ON do GPA (PCAR3): na quarta-feira (22), será divulgado o relatório de vendas da empresa no primeiro trimestre deste ano, dando uma ideia de qual foi o impacto do coronavírus para a companhia.
Durante a primeira quinzena de março, período em que o Ibovespa e as bolsas globais colapsaram, as ações do GPA e do Carrefour Brasil conseguiram reportar desempenhos relativamente resilientes — também perderam terreno, mas em menor intensidade, dada a percepção de que o isolamento social provocaria uma corrida aos supermercados.
Assim, resta saber se a tese irá se mostrar correta ou não. No relatório, é importante ver o desempenho dos dois braços do GPA: o 'atacarejo', capitaneado pela rede Assaí, tem mostrado resultados sólidos nos últimos anos, enquanto as bandeiras varejistas, como Pão de Açúcar e Extra, tem reportado números menos empolgantes.
Dando a largada
Por fim, teremos já nesta semana o início da temporada de balanços referentes ao primeiro trimestre de 2020. Entre as companhias que fazem parte do Ibovespa, a largada será dada pela Hypera, cujos resultados serão conhecidos na sexta-feira (24), depois do fechamento dos mercados.
Vale, é claro, ver como as métricas financeiras da companhia se comportaram nesses primeiros três meses, já com algum impacto do surto de coronavírus sobre as atividades. A teleconferência com analistas e investidores está marcada para a próxima segunda-feira (27), às 11h.
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa e Minerva (BEEF3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da bolsa brasileira acumulou valorização de 3,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão da semana no nível inédito dos 154 mil pontos
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da Cogna (COGN3) desabaram mesmo depois de um “trimestre limpo”?
As ações passaram boa parte do dia na lanterna do Ibovespa depois do balanço do terceiro trimestre, mas analistas consideraram o resultado como positivo
Fred Trajano ‘banca’ decisão que desacelerou vendas: “Magalu nunca foi de crescer dando prejuízo, não tem quem nos salve se der errado”
A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre ontem (6), com queda nas vendas puxada pela desaceleração intencional das vendas no marketplace; entenda a estratégia do CEO do Magazine Luiza
Fome no atacado: Fundo TRXF11 compra sete imóveis do Atacadão (CAFR31) por R$ 297 milhões e mantém apetite por crescimento
Com patrimônio de R$ 3,2 bilhões, o fundo imobiliário TRXF11 saltou de 56 para 74 imóveis em apenas dois meses, e agora abocanhou mais sete
A série mais longa em 28 anos: Ibovespa tem a 12ª alta seguida e o 9° recorde; dólar cai a R$ 5,3489
O principal índice da bolsa brasileira atingiu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos durante a manhã.
A bolsa nas eleições: as ações que devem subir com Lula 4 ou com a centro-direita na Presidência — e a carteira que ganha em qualquer cenário
Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual, fala sobre como se posicionar para as eleições de 2026 e indica uma carteira de ações capaz de trazer bons resultados em qualquer cenário
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
Nasdaq bate à porta do Brasil: o que a bolsa dos ‘todo-poderosos’ dos EUA quer com as empresas daqui?
Em evento em São Paulo, representantes da bolsa norte-americana vieram tentar convencer as empresas de que abrir capital lá não é um sonho tão distante
Ibovespa volta a fazer história: sobe 1,72% e supera a marca de 153 mil pontos antes do Copom; dólar cai a R$ 5,3614
Quase toda a carteira teórica avançou nesta quarta-feira (5), com os papéis de primeira linha como carro-chefe
Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
