O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, pediu demissão do cargo ocupado no Ministério da Saúde na manhã desta quarta-feira (15).
Oliveira era um dos principais formuladores da estratégia do ministério para combater o novo coronavírus. Ele vinha se queixando a colegas sobre o discurso de Bolsonaro. "Só Deus para entender o que querem fazer", disse.
A saída do secretário acontece em meio à pandemia do coronavírus e aos embates entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Saúde. O chefe do Executivo insiste em um afrouxamento do isolamento social, contrariando Mandetta, autoridades sanitárias em todo o mundo e governadores.
Mais cedo, a Folha de S. Paulo noticiou que o ministro avisou sua equipe na noite desta terça-feira (14) que deve ser demitido ainda nesta semana. O presidente Jair Bolsonaro já estaria à procura por um substituto.
Mandetta disse que combinou de esperar pela escolha de um novo nome para o Ministério da Saúde, ainda conforme a publicação.
O presidente Jair Bolsonaro ameaçou algumas vezes demitir Mandetta desde o início da crise do novo coronavírus. No centro do embate está a discussão sobre o isolamento social.
Mandetta era sustentado, em parte, pela ala militar do governo. Mas o apoio arrefeceu, conforme relatos da imprensa, após a entrevista concedida para a TV Globo no último domingo (12). Ontem, o vice-presidente Hamilton Mourão disse em entrevista ao Estadão que o ministro havia exagerado no tom.
Mandetta chegou a dizer que a população não sabia se escutava o chefe do Executivo ou o Ministério da Saúde e cobrou uma "fala única" do governo nas orientações sobre o enfrentamento do coronavírus.
Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde divulgou que o país tem 1,5 mil mortes e 25,2 mil casos confirmados do novo coronavírus. Mas há diversos estudos indicando que milhares de casos não estão sendo notificados. O número deve aumentar até setembro, segundo projeções do ministério.
*Com informações de Estadão Conteúdo