Orçamento Impositivo agora é assunto secundário, diz Maia
Presidente da Câmara diz que governo vai ter que gastar valores muito maiores do que os R$ 5 bilhões liberados em MP
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a discussão sobre o Orçamento Impositivo e sobre quem fica com a gestão de R$ 30 bilhões de emendas parlamentares, Executivo ou Legislativo, neste momento é secundária.
"Governo vai ter de gastar na saúde valores muito maiores do que os R$ 5 bilhões", disse em entrevista à Rádio Bandeirantes. O valor foi liberado por medida provisória editada pelo governo na sexta-feira depois de acordo fechado com o Congresso. O recurso tem origem em emendas para a saúde.
Maia lembrou que há dispositivo na lei do teto de gastos para momentos extraordinários de crise, como esse, que podem ajudar a liberar mais recursos para conter o avanço do coronavírus no Brasil.
"Orçamento precisa estar todo focado no enfrentamento da crise", afirmou. "Como uma pessoa que não tem renda formal vai para quarentena? Um motorista de Uber, por exemplo. Esses são os problemas dos quais o orçamento tem de ter prioridade", avaliou.
O presidente da Câmara disse que ainda não é possível ter noção das consequências da crise, não só na saúde, mas também na economia. Ele lembrou que na semana passada a previsão de economistas sobre o crescimento do País foi mudada rapidamente com o passar dos dias.
"Nas próximas semanas, vamos ter uma noção melhor", disse. "Governo tomou algumas decisões hoje, do meu ponto de vista, corretas", afirmou.
Maia foi questionado sobre uma polêmica que circula nas redes sociais desde domingo, após ele ter criticado abertamente a atitude do presidente Jair Bolsonaro de ter participado das manifestações.
Internautas pró-Bolsonaro questionam a participação de Maia na festa de inauguração da CNN Brasil, no último dia 9, na Oca em São Paulo. A festa reuniu mais de mil pessoas e diversas autoridades. "Não havia o crescimento do vírus como começou a subir na quinta e na sexta", disse.
Ainda segundo Maia, o "Congresso e Câmara continuarão funcionando" para que projetos prioritários de enfrentamento ao coronavírus sejam votados no curto prazo, "respeitando as restrições impostas pelo Ministério da Saúde". Para o deputado, entre os projetos prioritários, no médio prazo está a Reforma Tributária, cuja votação segue prevista para maio.
*Com Estadão Conteúdo
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