Com cautela em NY, bolsa fecha em queda de 0,6% após voltar aos 100 mil pontos; dólar recua
Em sessão de volatilidade, bolsa retorna ao patamar de 100 mil, mas não consegue manter fôlego com cautela em bolsas americanas. Dólar tem leve queda e se aproxima de R$ 5,30
O Ibovespa iniciou a sessão desta quinta-feira (9) de olho em uma marca especial. O patamar de 100 mil pontos estava na mira, 4 meses após a última vez em que ele foi frequentado pelo índice. Naquele fatídico mês de março, todos sabemos o que aconteceu: o mercado financeiro global foi chacoalhado como nunca antes pelos temores sobre o coronavírus, que passava a se disseminar em larga escala.
Desde então, a bolsa remou muito para se recuperar — e se recuperou, à base de estímulos de bancos centrais pelo mundo, pacotes fiscais, reabertura econômica em diferentes partes do globo e dados positivos de atividade.
Hoje, o dia foi de volatilidade nos mercados. A bolsa, de fato, voltou ao nível histórico de 100 mil pontos ainda pela manhã, atingindo, na máxima intradiária, de alta de 0,42%, aos 100.191 pontos. Logo depois, no entanto, virou para a queda, acompanhando a cautela nas bolsas americanas, e à tarde chegou à mínima de 0,91%, aos 98.860 pontos.
No fim do dia, o Ibovespa ainda teve de "suar" para manter os 99 mil. Fechou o pregão em baixa mais moderada, de 0,61%, aos 99.160,33 pontos.
"Sem nova grande notícia que alimente o otimismo, os investidores acabam realizando lucros de curto prazo", disse Paloma Brum, analista de investimentos da Toro Investimentos.
Ela cita o modo espera dos investidores quanto a novos dados e notícias que ofereçam mais clareza sobre a tendência do Ibovespa nos próximos dias. O índice brasileiro, por sua vez, seguiu o desempenho negativo do S&P 500 e do Dow Jones, disse a analista.
Leia Também
Os destaques positivos no pregão ficaram a cargo das varejistas, que intensificaram as altas durante a tarde. Lojas Americanas (LAME4), Via Varejo (VVAR3), B2W (BTOW3) e e Magazine Luiza (MGLU3) estão entre as maiores altas percentuais do Ibovespa hoje.
"Isso reflete o bom humor dos investidores com os dados do varejo divulgados ontem", afirmou Brum. "As vendas estão melhores do que se esperava com o impacto do fechamento das lojas físicas."
Outra ação que subiu muito fortemente hoje foi a da Eletrobras. O papel foi embalado por notícia publicada no jornal Valor Econômico, de que o governo negocia mudanças no projeto de lei já enviado ao Congresso que trata da privatização da empresa.
A Braskem teve, por sua vez, a pior queda percentual. A ação PN da companhia (BRKM5) tombou mais de 7%, após o anúncio de que prevê despesas R$ 1,6 bilhão em medidas para lidar com problemas geológicos em Maceió, no Alagoas.
Top 5
Confira abaixo os cinco papéis de melhor desempenho do Ibovespa nesta quinta-feira:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| LAME4 | Lojas Americanas | 35,37 | +10,12% |
| ELET6 | Eletrobras PN | 37,85 | +9,39% |
| ELET3 | Eletrobras ON | 36,76 | +8,60% |
| VVAR3 | Cielo ON | 17,55 | +7,21% |
| BTOW3 | B2W ON | 120,18 | +4,13% |
Confira também as maiores baixas do índice:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
| BRKM5 | Braskem PN | 23,57 | -7,02% |
| CCRO3 | CCR ON | 14,47 | -4,93% |
| TIMP3 | Tim ON | 14,72 | -3,54% |
| ECOR3 | Ecorodovias ON | 14,41 | -3,29% |
| USIM5 | Usiminas ON | 7,47 | -2,99% |
Lá fora, as bolsas americanas fecharam o pregão em direções opostas. O S&P 500 caiu 0,56%, aos 3.152,05 pontos, e o Dow Jones, 1,39%, para 25.706,09 pontos. Enquanto isso, na contramão, o Nasdaq avançou 0,53%, para 10.547,75 pontos.
O tom negativo que se manifestou no S&P e no Dow veio apesar dos dados do emprego dos Estados Unidos melhores do que a expectativa. Os pedidos de seguro-desemprego na semana somaram 1,314 milhão, abaixo da previsão de 1,388 milhão.
No entanto, a informação de que a Suprema Corte dos Estados Unidos determinou que o presidente do país, Donald Trump, apresente dados financeiros e tributários à procuradoria de Nova York elevou a cautela.
Além disso, continua no radar um receio dos investidores sobre o avanço do coronavírus nos Estados Unidos — o que poderia atrasar a recuperação da economia. Isto porque o país voltou a reportar mais de 60 mil novos casos de covid-19 em 24 horas, após ter esse número reduzido para 50 mil há alguns dias.
Dólar e juros
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,21% na sessão de hoje, cotada ao preço de R$ 5,33. No ano, a divisa sobe quase 33%, ainda sob pressão do temor financeiro gerado pelo coronavírus e pelo enfraquecimento da atividade brasileira causado pelo choque da pandemia.
Os pares emergentes do real, como o rublo russo, o peso mexicano e o rand sul-africano, também recuaram.
Isto não quer dizer que tenha sido assim o dia inteiro. A divisa também sofreu com a volatilidade do mercado. Para ter uma ideia, na máxima, o dólar bateu R$ 5,37, em alta de 0,55%. Na mínima, a variação foi forte: queda de 1,91%, aos 5,24. Como explicar tais oscilações?
"Foi um dia sem notícia, mas creio que a entrevista do Roberto Campos Neto, colocando em dúvida cortes de juros adicionais, sustentou a moeda", afirmou Vladimir Vale, estrategista-chefe do Crédit Agricole Brasil, em referência ao presidente do Banco Central. Campos Neto falou hoje à Reuters que o crescimento da economia e da inflação devem ir na mesma direção, apontando uma inflação na margem acima das expectativas.
Segundo Vale, é natural que haja oscilações no mercado, sem direção clara, após uma recuperação como houve. "O mercado está um pouco sem direção e segue dividido sobre a reabertura econômica e estímulos, de um lado, e, por outro, a preocupação com a pandemia", afirmou.
Enquanto isso, os juros futuros dos contratos de depósitos interbancários fecharam em leve queda na sessão de hoje, em um movimento ocorrido tanto nos vértices mais curtos quanto nos mais longos.
O mercado continua a ponderar as chances de mais um alívio na taxa básica de juros, a Selic, que atualmente já se encontra na sua mínima histórica. Em suas comunicações recentes, o Banco Central deixou a porta aberta para mais uma redução de 0,25 ponto na taxa básica de juros, caso necessário.
- Janeiro/2021: de 2,130% para 2,12%;
- Janeiro/2022: estável a 3,1%;
- Janeiro/2023: de 4,19% para 4,18%;
- Janeiro/2025: de 5,69% para 5,63%.
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
