A proposta de união entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) anunciada na manhã desta quarta-feira (23) e que pode criar um dos maiores players globais do segmento foi bem recebida pelo mercado.
As ações ordinárias da Localiza fecharam hoje em alta de 13,51%, a R$ 58,73. Já os papéis ON da Unidas avançaram cerca de 17,13%, a R$ 24,82. Mais cedo, os ativos chegaram a disparar mais de 20%.
Para o Credit Suisse, a fusão será positiva para as duas empresas, levando em conta o potencial de sinergia do acordo, e também para os acionistas da Localiza. Segundo o banco, a troca de ações tem o potencial de elevar em até 13% os preços dos papéis antes da reavaliação do mercado.
O Goldman Sachs enxerga a operação como 'estrategicamente positiva'. Além disso, adicionaria uma escala maior para a Localiza, em um setor onde essa é uma peça-chave para se tornar uma empresa com grandes vantagens competitivas. O ganho de escala aumenta o poder de barganha na aquisição de novos carros, negociação de débitos e outras vantagens. "A nova companhia poderá se beneficiar das melhores práticas de cada empresa na busca por clientes, venda de carros usados através de suas redes de vendas etc.".
Segundo o Goldman, a frota combinada das empresas seria de 377 mil carros no segmento de aluguel. O banco também analisa que a proposta de troca de ações resulta em um desconto de 3% nas ações da companhia, mas é acompanhada de um prêmio de 10% nos papéis da Unidas.
Segundo o anúncio, a operação de combinação dos negócios será feita via incorporação de ações, resultando em uma empresa capaz de prover melhores soluções em mobilidade e na criação de um player de escala global.
A incorporação de ações acontecerá da seguinte forma: acionistas da Localiza passarão a deter em conjunto 76,85000004% do capital social total e votante da nova companhia, com os acionistas da Unidas detendo 23,14999996%.
Na prática, acionistas da Unidas receberão 0,44682380 ação ordinária da Localiza a cada 1 ação ordinária da Unidas de sua propriedade.
Levando em consideração os resultados apresentados em 2019, a empresa fruto da fusão deve ter um lucro anual de R$ 1,182 bilhão.
A operação ainda deve passar pela aprovação dos acionistas das duas companhias e também pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).