O processo de divórcio entre Itaú Unibanco e XP caminha para um acordo amigável. A Itaúsa, uma das principais acionistas do maior banco privado brasileiro, avaliou como positiva a proposta em estudo pela XP Investimentos pelas ações com "supervoto" da corretora que hoje estão nas mãos do banco.
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Na quinta-feira, o Itaú aprovou a venda de uma participação de 5% na XP e a separação dos demais 41% em uma nova empresa, chamada de Newco, com a entrega das ações dessa companhia aos acionistas do banco.
Da participação detida pelo Itaú, 28% são de ações classe B, que dão direito a dez votos cada. A XP está de olho nesses papéis e anunciou que considera propor uma fusão com a Newco.
Em troca, os acionistas do banco receberiam ações classe A da XP — que dão direito a um voto cada — ou recibos de ações (BDRs, na sigla em inglês). Desta forma, eles passariam a ser acionistas diretos da XP.
A corretora não informou, contudo, se vai oferecer mais alguma vantagem para que os acionistas do Itaú abram mão das ações com "supervoto". Mas, a julgar pela reação da Itaúsa, talvez nem precise.
“A Itaúsa considera positivas as proposições realizadas até o momento pela XP e, caso a XP venha a apresentar proposta relativa à incorporação da Newco, a Itaúsa pretende avaliar seus detalhes em conjunto com a IUPAR visando melhor atender aos interesses de seus acionistas, sendo certo que levarão a melhor proposta para análise e deliberação em Assembleia Geral de Acionistas da Newco”, informou a Itaúsa, em comunicado.
Após a separação, a holding passará a deter 37,39% da nova empresa que vai deter a participação do banco na XP, o equivalente a 15,35% do capital total da corretora.
A Itaúsa já havia informado que pretende manter a participação na XP no curto prazo e que atuará alinhada com a corretora. Mas que não considera essa participação como estratégica no longo prazo, “estando este ativo sujeito às avaliações no âmbito do processo de acompanhamento de seu portfólio”.
No pregão desta segunda-feira da B3, as ações preferenciais da Itaúsa (ITSA4) eram negociadas em queda de 0,83% por volta das 10h45. Leia também nossa cobertura completa de mercados.