Itaú e Bradesco devem participar de capitalização do IRB Brasil
Operação é parte do esforço da companhiapara adequar seus ativos sob o aspecto regulatório e ainda dar uma sinalização um pouco mais concreta de confiança ao mercado em meio à grave crise de credibilidade
Os sócios Itaú Unibanco e Bradesco devem acompanhar o reforço de capital de até R$ 2,3 bilhões no IRB Brasil Re, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A operação, aprovada na semana passada em reunião do recém-empossado colegiado, é parte do esforço da companhia, líder do mercado brasileiro de resseguros, para adequar seus ativos sob o aspecto regulatório e ainda dar uma sinalização um pouco mais concreta de confiança ao mercado em meio à grave crise de credibilidade que atravessa.
Em paralelo à divulgação do seu aguardado resultado do primeiro trimestre, adiado por duas vezes, o IRB anunciou na última terça-feira, 30, a contratação do Itaú BBA e do Bradesco BBI para coordenarem a capitalização. Além de atuarem como assessores da captação bilionária, os bancos, que são os maiores acionistas da companhia, também devem participar da operação, conforme duas fontes ouvidas pelo Broadcast, na condição de anonimato.
"Um movimento interessante, no curto prazo, seria a sinalização por parte de Itaú e Bradesco, de que devem acompanhar a oferta, aportando recursos para não terem suas participações diluídas", avalia o diretor de renda variável da Eleven Financial, Carlos Daltozo, em relatório ao mercado.
Procurado, o Itaú confirmou intenção de participar da capitalização do ressegurador IRB Brasil Re. "O Itaú Unibanco tem a intenção de participar deste aumento de capital de modo a manter sua participação no IRB inalterada. O banco considerará subscrição adicional, caso seja necessária", informa a instituição, em nota ao Broadcast. O Bradesco, que tem investimento no IRB por meio de sua seguradora, não se manifestou.
A atual base de acionistas do IRB é, segundo uma fonte ouvida pela reportagem, suficiente para o reforço de capital. "Só os atuais acionistas já bastam", diz, na condição de anonimato.
Leia Também
Confiança
O Itaú detém 11,14% do ressegurador, enquanto o Bradesco possui participação de 15,23%. Juntos, somam 26,3% do total do capital social. A companhia passou a ser uma corporation, ou seja, de capital pulverizado após a saída da União e do Banco do Brasil do bloco de controle, no ano passado. Seu terceiro maior acionista é a gigante norte-americana BlackRock, com fatia de 5,11%. Vale lembrar que a gestora é conhecida por manter suas posições estáveis no mercado, entre 4% e 6%.
A capitalização do IRB deve acontecer até setembro. Ainda não se sabe, porém, qual será o formato da operação. Dentre as possíveis estruturas, estão emissão de ações, debêntures conversíveis em ações ou bônus de subscrição, e ainda capitalização de lucros ou reservas.
O presidente do conselho de administração e atual diretor-presidente do IRB, Antonio Cassio dos Santos, disse que o ressegurador chegou a avaliar uma emissão de dívida ou de ações a mercado, mas que o custo seria um "absurdo" no cenário atual. "Infelizmente, neste momento, em que pese muita liquidez de mercado, uma estrutura de emissão de dívida e ações, com muitas empresas precisando de liquidez, com muitos problemas por conta da pandemia - o que não é o nosso caso -, o custo seria absurdo", disse Santos.
O aumento de capital é necessário para o IRB equacionar a sua insolvência regulatória. Em março, a cifra indicada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que regula o setor, era de R$ 2,1 bilhões. O ressegurador não tem problemas de solvência, mas de liquidez. Na prática, tem ativos para fazer frente à exigência da autarquia, entretanto, os mesmos não se encaixam naqueles considerados como 'garantidores'.
Além da questão regulatória, o próprio IRB admitiu que a capitalização ajudará a dar uma sinalização de confiança ao mercado, que ainda penaliza os papéis na bolsa brasileira. As ações da companhia amargaram queda de 11,72% no pregão da última terça, cotadas a R$ 11,00, na maior baixa do Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro.
'Festa de esqueletos'
O ressegurador trouxe à tona uma 'festa de esqueletos', nas palavras da Eleven Financial, com a reapresentação dos balanços de 2019 e 2018. Os principais ajustes foram por conta da contabilização de uma 'avalanche de sinistros' que, conforme o presidente do IRB, não estava contabilizada em lugar algum. O movimento impactou os resultados e também o patrimônio líquido da companhia.
No primeiro encontro da nova gestão do IRB com analistas e investidores, os executivos levaram cerca de duas horas e quarenta minutos para esclarecer as dúvidas existentes. Ainda assim, parece que não foi suficiente. Ao longo da conversa, ocorrida nesta tarde, os papéis do ressegurador aprofundaram a queda, após a sinalização de que a distribuição de dividendos será impactada no curto prazo e, para 2021, o IRB ainda vai estudar o nível a ser pago aos acionistas.
Outra dúvida - também não esclarecida - é quanto ao patamar sustentável de rentabilidade da companhia. Mesmo questionados, os executivos deixaram o mercado sem resposta, o que não agradou. "O ponto principal a entender é se o ROE (retorno, na sigla em inglês) de 30% relatado em 2019 e 2018 pode ser considerado um nível novo e sustentável para a empresa", questiona o analista do Citi, Felipe Salomão, em relatório ao mercado.
Também foi a primeira vez que o IRB falou abertamente sobre a Squadra. Foi justamente uma longa análise da gestora carioca que desencadeou a mais séria crise de credibilidade do ressegurador ao longo dos seus 81 anos, com a queda da diretoria e da alta cúpula da companhia, instauração de uma fiscalização especial da Susep, e processos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com o presidente do Conselho do IRB, a análise da Squadra foi 'fantástica' e o fez rebatizar um dito popular. "No futuro, quando eu estiver falando para alunos ou clientes, vou explicar o que batizei de 'Squadra effect', baseado em um dito popular que nos esquecemos: você pode enganar muitos por muito tempo, mas não pode enganar todos por todo tempo", afirmou, referindo-se à antiga gestão do ressegurador.
Concluídas as investigações que focaram na identificação de fraudes contábeis e 'fake news' envolvendo a gigante Berkshire Hathaway, a nova cúpula do IRB espera não encontrar mais nenhum esqueleto escondido no ressegurador. Mas como se aprende no próprio mercado de seguros, não existe 'risco zero'.
O próximo passo do ressegurador é rever seu portfólio de negócios, incluindo operações na América Latina e no mercado externo. Antes de se afundar numa crise que parece não ter fim, o IRB estava em franca expansão internacional. Neste momento de pandemia, contudo, o melhor a se fazer, conforme o presidente da companhia, é olhar para dentro de casa.
ChatGPT Go: versão de assinatura mais barata da ferramenta chega ao Brasil com opção gratuita para clientes Nubank
A OpenAI lança no Brasil o ChatGPT Go, uma versão mais acessível da ferramenta de inteligência artificial, com preços 65% mais baixos que o plano Plus. Em parceria com o Nubank, a novidade oferece assinaturas gratuitas de até 1 ano para clientes do banco
MBRF e os sauditas: um negócio promissor e uma ação que dispara 20% — o que fazer com MBRF3 agora?
Pelo segundo dia seguido, as ações da MBRF subiram forte na bolsa na esteira do anúncio da joint venture com a HPDC, subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita
Amazon quer cortar 14 mil cargos na área corporativa — e as demissões podem estar só começando na big tech
Com a inteligência artificial e robôs ganhando espaço, a Amazon inicia um plano de reestruturação que pode transformar a forma como a empresa opera — e afeta milhares de empregos.
Por que o mercado já não espera muito do balanço do Santander Brasil (SANB11) no 3T25? Veja as apostas dos analistas
Primeiro grande banco a abrir os números do 3T25, o Santander deve mostrar melhora gradual — mas com riscos persistentes. Veja as apostas do mercado
Se tudo der certo para a Petrobras (PETR4), Margem Equatorial pode acrescentar quase R$ 420 bilhões ao PIB do Brasil, diz gerente da estatal
Após anos de disputa por licença ambiental, estatal aposta no potencial da região para impulsionar o desenvolvimento e garantir autossuficiência energética
Brasil depende demais do agro, diz CEO da JBS (JBSS32) — que alerta para os riscos implícitos
O CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, defendeu a diversificação da economia brasileira e alertou para um cenário global cada vez mais fragmentado
Em meio a possível venda à J&F, Eletronuclear vê risco de ‘colapso financeiro’ e pede ajuda de R$ 1,4 bilhão ao governo Lula, diz jornal
O alerta da estatal é o mais recente de uma série de pedidos de socorro feitos ao longo dos últimos meses
Dividendos gordos? Petrobras (PETR4) pode pagar nova bolada aos acionistas — e bancos já calculam quanto vem por aí
Com avanço na produção do terceiro trimestre, mercado reacende apostas em dividendos fartos na petroleira. Veja as projeções
Com vitória da Ambipar (AMBP3) na Justiça, ações disparam; como fica o investidor?
O investidor pessoa física pode ser tanto detentor de ações da companhia na bolsa quanto de debêntures da empresa. Veja quando e se ele pode recuperar o dinheiro investido
B3 (B3SA3) recebe mais um auto de infração da Receita Federal referente a amortização de ágio na incorporação da Bovespa Holding
Dona da bolsa já obteve decisões favoráveis do CARF cancelando autos de infração anteriores que questionavam a amortização do ágio em outros anos
BTG Pactual lança o BTG Pay e abre lista de espera para maquininha própria, marcando estreia no segmento de adquirência
De olho nos clientes pessoa jurídica, BTG lança maquininha de cartão e solução de pagamentos integradas ao app BTG Empresas
MBRF (MBRF3) lança Sadia Halal, maior empresa de frango halal do mundo, e mira IPO em 2027; ações disparam
A dona da Sadia e Perdigão e a subsidiária do fundo soberano da Arábia Saudita, anunciam a expansão de sua joint venture para conquistar mercado de alimentação voltada para muçulmanos
Banco do Brasil (BBAS3) no fundo do poço e Bradesco (BBDC4) no passo a passo da recuperação: o que esperar dos balanços dos bancos no 3T25
O Santander será o primeiro dos grandes bancos a divulgar o balanço, seguido pelo Bradesco e outros gigantes do setor financeiro brasileiro; veja as previsões do mercado
ANP libera funcionamento de refinaria alvo da Operação Carbono Oculto; ICL manifesta preocupação com o setor
Segundo as investigações, o núcleo principal das atividades criminosas teria se associado ao Grupo Refit
‘COP paralela’ pode ser o reforço que a COP30 precisa para aquecer o debate entre empresas que não vão à Belém
Altos custos, falta de estrutura e desistências não apagam o potencial da conferência para redefinir o papel do país no financiamento climático e na transição ecológica
Ultrapar (UGPA3) abocanha 37,5% de participação na VirtuGNL por R$ 102,5 milhões; entenda o que está em jogo com a aquisição
A VirtuGNL vem se consolidando como referência de soluções de baixo carbono no setor de transporte rodoviário, com foco na substituição do diesel, segundo a Ultrapar
Em recuperação judicial, Americanas (AMER3) busca rotas para o crescimento e lança programa de pontos
O programa “Cliente A” será lançado em três fases e contará com sistema de pontos integrado ao cartão de crédito da marca
Mais uma vitória para a Ambipar (AMBP3): Justiça do Rio de Janeiro prorroga blindagem contra credores
A prorrogação da medida cautelar suspende pagamentos da companhia até que haja uma decisão sobre o pedido de recuperação judicial da Ambipar
Raízen (RAIZ4) amarga downgrade: Fitch corta nota de crédito, e Safra reduz preço-alvo pela metade
A Fitch pretende revisar os ratings da companhia em até seis meses. Já o Safra ainda recomenda a compra das ações
Produção de petróleo da Petrobras (PETR4) sobe 18,4% no 3T25 e China é o destino de mais da metade das exportações
Considerando só o petróleo, a produção média da estatal avançou 18,4% na comparação ano a ano, para 2,520 milhões de barris por dia (bpd)