Just do it: Centauro compra a Nike do Brasil por R$ 900 milhões e ações vão às máximas históricas
As ações ON da Centauro (CNTO3) dispararam quase 15% e chegaram a patamares inéditos de preço, com o mercado aprovando a compra da Nike do Brasil. Desde o IPO, os papéis já saltaram quase 300%
A Centauro foi derrotada pelo Magazine Luiza na disputa pela Netshoes, mas não desistiu dos planos de expansão nessa área. Na manhã desta quinta-feira (6), o grupo SBF — controlador da rede de artigos esportivos — deu uma tacada inesperada e anunciou a compra da Nike do Brasil, por R$ 900 milhões.
O mercado aprovou a ousadia: as ações ON da Centauro (CNTO3) fecharam em forte alta de 14,7%, a R$ 49,71, nas máximas do dia. Trata-se de um novo recorde de encerramento para os papéis.
Vale lembrar que as ações da Centauro estrearam na bolsa brasileira em 17 de abril do ano passado, a R$ 12,50 — assim, considerando o desempenho de hoje, os papéis acumulam uma valorização de quase 300%.
Pelo acordo, a Centauro será a operadora do canal de vendas online da Nike no país, além de atuar como distribuidora exclusiva dos produtos da marca — incluindo aí os itens de vestuário e calçados, além de acessórios e equipamentos.
As lojas da Nike no Brasil também ficarão sob responsabilidade da Centauro — decisões quanto à abertura ou não de novas unidades caberão ao grupo SBF.
Endividamento
Mas como a Centauro fará para pagar os R$ 900 milhões da compra da Nike do Brasil?
Em mensagem à CVM, a empresa diz que irá financiar uma parte desse montante, já tendo, inclusive, contratado o Santander Brasil, o Itaú BBA e o Bradesco BBI para ajudá-la a estruturar a operação.
A companhia não revelou a fatia que será financiada, mas uma análise de seu balanço trimestral revela que boa parte dessa cifra deverá ser obtida junto aos bancos. Ao fim de setembro de 2019, a Centauro possuía pouco mais de R$ 45 milhões em caixa e uma dívida líquida ajustada de R$ 212,7 milhões.
À primeira vista, esses números podem indicar uma situação financeira frágil e gerar preocupação quanto à viabilidade da compra da Nike do Brasil. No entanto, a geração de Ebitda — isto é, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização — da Centauro traz bastante tranquilidade nesse front.
Entre julho e setembro de 2019, o Ebitda da companhia totalizou R$ 117 milhões, um aumento de 42,8% na base anual — nos primeiros nove meses do ano passado, o Ebitda chegou a R$ 374 milhões, avançando 122,9% em um ano.
Assim, a relação entre dívida líquida ajustada da Centauro e o Ebitda gerado nos últimos 12 meses estava em 0,5 vez ao fim de setembro — no mesmo mês de 2018, essa relação era de 3,4 vez. Um patamar que abre espaço para um salto no endividamento sem maiores dores de cabeça.
Vale ressaltar, ainda, que a dívida da Centauro era muito maior em setembro de 2018, ultrapassando os R$ 800 milhões. Mas, com o IPO em abril, a companhia conseguiu levantar mais de R$ 700 milhões, e boa parte desses recursos foram usados para abater os compromissos financeiros.
Contra-ataque
No ano passado, a Centauro travou uma batalha com o Magazine Luiza pela compra da Netshoes. Inicialmente, o Magalu propôs US$ 2,00 por ação do site de artigos esportivos, mas o grupo SBF tentou atravessar a operação, oferecendo um valor maior.
A partir daí, as duas concorrentes foram dando lances crescentes, até que o Magazine Luiza saísse vitorioso ao ofertar US$ 3,70 por ação, em 14 de junho. Desde então, a Centauro não havia dado novos passos no campo das fusões e aquisições — uma história que mudou hoje, com a compra da Nike do Brasil.
A tacada da Centauro também vem com uma pitada de vingança, uma vez que, ao deter a exclusividade dos produtos da Nike, a empresa irá afetar a prateleira da Netshoes — e, consequentemente, impactar os planos de expansão do Magazine Luiza no comércio online de artigos esportivos.
Numa rápida consulta ao site da Netshoes, é possível encontrar mais de dois mil artigos da marca sendo comercializados:
Enquanto os investidores aplaudiram a jogada da Centauro, a reação foi mais cautelosa em relação ao Magazine Luiza. Sem saber ao certo qual será o efeito da transação para a Netshoes, as ações ON do Magalu (MGLU3) fecharam em queda de 2,57% hoje.
Caixa Seguridade (CXSE3) pode pagar mais R$ 230 milhões em dividendos após venda de subsidiárias, diz BofA
Analistas acreditam que recursos advindos do desinvestimento serão destinados aos acionistas; companhia tem pelo menos mais duas vendas de participações à vista
Gradiente (IGBR3) chega a disparar 47%, mas os acionistas têm um dilema: fechar o capital ou crer na vitória contra a Apple?
O controlador da IGB/Gradiente (IGBR3) quer fazer uma OPA para fechar o capital da empresa. Entenda o que está em jogo na operação
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Com olhos no mercado de saúde animal, Mitsui paga R$ 344 milhões por fatias do BNDES e Opportunity na Ourofino (OFSA3)
Após a conclusão, participação da companhia japonesa na Ourofino (OFSA3) será de 29,4%
Quer ter um Porsche novinho? Pois então aperte os cintos: a Volkswagen quer fazer o IPO da montadora de carros esportivos
Abertura de capital da Porsche deve acontecer entre o fim de setembro e início de outubro; alguns investidores já demonstraram interesse no ativo
BTG Pactual tem a melhor carteira recomendada de ações em agosto e foi a única entre as grandes corretoras a bater o Ibovespa no mês
Indicações da corretora do banco tiveram alta de 7,20%, superando o avanço de 6,16% do Ibovespa; todas as demais carteiras do ranking tiveram retorno positivo, porém abaixo do índice
Small caps: 3R (RRRP), Locaweb (LWSA3), Vamos (VAMO3) e Burger King (BKBR3) — as opções de investimento do BTG para setembro
Banco fez três alterações em sua carteira de small caps em relação ao portfólio de agosto; veja quais são as 10 escolhidas para o mês
Passando o chapéu: IRB (IRBR3) acerta a venda da própria sede em meio a medidas para se reenquadrar
Às vésperas de conhecer o resultado de uma oferta primária por meio da qual pretende levantar R$ 1,2 bilhão, IRB se desfaz de prédio histórico
Chega de ‘só Petrobras’ (PETR4): fim do monopólio do gás natural beneficia ação que pode subir mais de 50% com a compra de ativos da estatal
Conheça a ação que, segundo analista e colunista do Seu Dinheiro, representa uma empresa com histórico de eficiência e futuro promissor; foram 1200% de alta na bolsa em quase 20 anos – e tudo indica que esse é só o começo de um futuro triunfal
Leia Também
-
IRB Re (IRBR3): vale a pena comprar a ação que toca máxima após forte alta dos lucros em fevereiro?
-
Anglo American recusa proposta “oportunista e pouco atraente” de quase US$ 39 bilhões da BHP e barra megafusão
-
Assembleia da Light (LIGT3) é suspensa sem votação do plano de recuperação judicial; veja quando os credores voltarão a se reunir
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
3
Imposto de 25% para o aço importado: só acreditou quem não leu as letras miúdas