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Fernando Pivetti

Fernando Pivetti

Jornalista formado pela Universidade de São Paulo (USP). Foi repórter setorista de Banco Central no Poder360, em Brasília, redator no site EXAME e colaborou com o blog de investimentos Arena do Pavini.

Entrevista exclusiva

Após compra de lojas do Makro, CEO do Carrefour Brasil vê expansão do comércio eletrônico como obrigação

Presidente-executivo e vice-presidente de finanças do grupo varejista concederam entrevista ao Seu Dinheiro e contam detalhes sobre a sua estratégia de negócio

Fernando Pivetti
Fernando Pivetti
1 de março de 2020
6:15 - atualizado às 19:34
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Noël Prioux - Imagem: Divulgação

O Carrefour Brasil chamou a atenção do mercado há duas semanas com uma tacada ousada: a compra de 30 lojas da rede Makro por quase R$ 2 bilhões. O movimento foi visto como mais um importante passo do grupo rumo à consolidação no segmento de atacarejo.

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Só que nem tudo está ganho: se a compra das lojas do Makro representou um importante movimento no varejo físico, o Carrefour ainda tem muito o que percorrer quando o assunto é comércio eletrônico.

Depois de ficar de fora do segmento por quatro anos, o grupo mudou o foco e concentrou esforços na internet, que vem ganhando um espaço cada vez maior nas compras dos consumidores.

Todas as recentes iniciativas do grupo estão alinhadas com a visão do CEO do Carrefour no Brasil, Noël Prioux. Em 2018 ele já via a internet como foco de investimento do grupo, e agora enxerga o comércio eletrônico como uma obrigação.

Conversei na semana passada com Prioux e com Sébastien Durchon, vice-presidente de finanças e diretor de relações com investidores do Carrefour Brasil.

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Em entrevista exclusiva para o Seu Dinheiro, eles afirmaram que a ideia para o e-commerce do grupo é ser mais assertivo na expansão, adaptando fórmulas e estratégias específicas que se encaixem nos novos padrões de consumo do país.

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E esses padrões vêm, de fato, mudando constantemente. Milhares de pessoas abandonaram as lojas físicas de supermercados já utilizam o celular para fazer suas compras, de móveis a alimentos. Dada a praticidade do método, esses números só tendem a crescer.

A ideia inicialmente adotada foi investir na transformação de lojas físicas em pontos de retirada de compras online, contando com parcerias como a da startup Rappi para agilizar as entregas.

Os resultados vieram: o grupo conseguiu elevar o faturamento do segmento, que no início de 2018 representava pouco mais de 5% da divisão de varejo (sem gasolina) e, no quarto trimestre do ano passado, saltou para 16%.

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Para além do mundo virtual, Prioux e Durchon também comentaram detalhes da estratégia por trás da recente aquisição das lojas Makro e falaram sobre a possibilidade do surto do novo coronavírus atingir os negócios do Carrefour.

Confira a entrevista na íntegra:

O Carrefour Brasil comprou 30 lojas da rede Makro por R$ 1,95 bilhão. O que isso representa para os negócios do grupo?

Prioux: Venho falando que nessa compra o mais importante para nós foi a localização das lojas. A ideia era ampliar a nossa área de atuação e nossa rentabilidade. Vamos utilizar o mesmo modelo das demais lojas Atacadão.

Por que a localização é o que mais importa?

Prioux: Seria o mesmo que abrir uma loja dentro de um novo país. Cada vez que abrimos uma unidade em um lugar diferente, ampliamos o nosso leque de clientes. Nessa lógica, o primeiro a chegar tem sempre a melhor localização. O Makro, por exemplo, foi o primeiro a chegar em muitos lugares e possui hoje boas localizações. Adquirir algumas dessas lojas traz valor agregado.

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Durchon: Um bom exemplo desse processo é a loja do Makro na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Hoje em dia é impossível abrir uma loja naquela região, tanto pela falta de espaço como pelo preço. A única maneira de atingir o público daquele bairro é comprando uma loja já existente.

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Sébastien Durchon

O Makro ainda planeja vender mais algumas lojas, a ideia é o Carrefour entrar nessa disputa?

Prioux: O Makro está com a estratégia de focar seus negócios em São Paulo. Não fechamos as portas para novas aquisições. Se tiver uma boa localização, vamos estudar e fazer uma oferta.

O faturamento do Carrefour Brasil hoje é concentrado no chamado atacarejo. O plano de investimentos contempla outras áreas?

Prioux: Devemos pensar no futuro, e nele está o e-commerce. Comércio eletrônico não é uma opção, é uma obrigação. Acreditamos que esse segmento possui grande demanda e temos que abrir esse mercado. A ideia é que, nos próximos anos, tenhamos uma estratégia específica para a realidade do mercado brasileiro.

E como essa estratégia aconteceria?

Prioux: Cada país tem uma demanda própria e devemos adaptar o nosso modelo de maneira a potencializar os resultados. É mais uma fonte de geração de valor.

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Quais ações já foram implantadas até o momento?

Prioux: Para ampliar ainda mais nossa capacidade de distribuição online, em setembro do ano passado inauguramos um novo centro de distribuição destinado para uma operação logística de eletroeletrônicos para os canais físicos e e-commerce. Localizado em Cajamar (SP), a operação tem 64 mil m² e capacidade para armazenar mais de 300 mil itens.

Já no e-commerce alimentar, temos investido fortemente no sortimento de produtos e na expansão desta operação. Para agilizar a entrega dos pedidos feitos online, expandimos nosso serviço próprio de entrega e firmamos uma parceria com a Rappi, que hoje opera em 172 lojas em 34 cidades do Brasil, representando 40% de novos clientes do e-commerce alimentar, que chegam ao Carrefour por meio do aplicativo.

Além disso, também temos relevantes avanços nas sinergias entre físico e online. O serviço de entrega rápida, Drive e Clique & Retire mantém o seu ritmo de expansão.

Como você enxerga a posição do Carrefour em relação aos concorrentes quando o assunto é e-commerce?

Prioux: Trabalhamos hoje para ter um ecossistema único para os nossos clientes, integrando o online com offline. Diante das mudanças de comportamento e olhando para a jornada do consumidor, propomos modalidades de compra de acordo com o perfil de cada pessoa, como o Click & Retire, que permite ao cliente retirar os produtos comprados no site em uma de nossas lojas físicas.

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Outra opção é o home delivery, que oferece mais agilidade e comodidade para quem deseja receber as compras diretamente em casa, no horário que preferir.

Nossos consumidores demandam esse tipo de integração e temos que estar preparados para entregar a melhor experiência para todos. Nossos preços também são um dos nossos principais diferenciais, sempre entregando a melhor proposta de valor.

Como vocês enxergam o resultado do Carrefour Brasil em 2019?

Durchon: De forma geral, apresentamos um bom crescimento no ano passado. A rede Atacadão já vinha forte nos últimos anos e continuou essa tendência. Já os hipermercados, embora apresentando uma situação mais complicada em termos de venda, ao longo do ano passado ganharam força.

No varejo, um formato de destaque foram as lojas de conveniência. Embora elas ainda representam uma parcela muito baixa dos resultados do grupo, apresentaram resultados potenciais no ano passado.

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Além disso também temos nosso banco, que possui atualmente uma carteira de crédito de R$ 11 bilhões e viu seu resultado crescer 20% em 2019.

A demanda por alimentos orgânicos no Brasil tem crescido de forma acelerada e o Carrefour já se posicionou quanto a isso. Mas em que estágio a estratégia do grupo se encontra?

Prioux: É um dos nossos pontos de interesse. Em geral os produtos orgânicos são mais caros no Brasil, tomamos a estratégia de baixar os preços dos produtos orgânicos, queremos que eles sejam acessíveis. Todas as nossas lojas hoje tem uma área destinada a esse tipo de alimento. Adotamos um movimento de qualidade alimentar, o Act for food. Queremos comprar mais dos produtores para fazer com que esses preços baixem.

Nossos resultados com relação a esse segmento são bastante positivos. A boa notícia é que nossos fornecedores também estão acompanhando essa tendência e fornecendo alimentos naturais e com menos química.

Vocês esperam que o surto de coronavírus pelo mundo vai impactar nos negócios do Carrefour dentro do Brasil?

Prioux: Nada. Não vemos impacto nos negócios do Carrefour. Podemos, claro, ter alguns problemas com o fornecimento de alguns produtos importados, mas isso é mínimo perto dos negócios no geral. Compramos muitos produtos nacionais então, da maneira como o surto está hoje, ele não nos afeta.

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