🔴 Onde Investir 2º semestre está no ar – CONFIRA AS PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES

Estadão Conteúdo

NÃO VAI TER JEITO

‘Vamos todos sair mais pobres desta crise’

O presidente do banco de investimento BR Partners, Ricardo Lacerda, vê uma realidade imutável em relação à pandemia.

Bandeira do Brasil em meio a tempestade
Brasil - Imagem: Shutterstock

Enquanto entes políticos brasileiros brigam, a crise sanitária do coronavírus se agrava no Brasil e empurra a economia global para a pior crise desde a Grande Depressão de 1929. Para o presidente do banco de investimento BR Partners, Ricardo Lacerda, é a hora de o brasileiro decidir prioridades. "A gente quer governos polarizando questões técnicas ou tentando amenizar um pouco a gravidade da situação, como a gente vê em outros países?", disse, durante a série de entrevistas Economia na Quarentena, do jornal O Estado de S. Paulo.

Buscar confluências é essencial até porque o executivo vê uma realidade imutável em relação à pandemia. "Todos sairemos mais pobres desta crise." Nesse sentido, ele diz que é necessário mostrar que existe capacidade técnica no Brasil para lidar com o problema. Assim, quem sabe, o capital externo pode voltar ao País. "Precisa haver esforço para recuperar o interesse estrangeiro pelo nosso ambiente de negócios."

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Como a pandemia está afetando o ambiente de negócios?

Temos de analisar que vivemos três crises: sanitária, econômica e política. A crise sanitária é global e grave, além de estar ainda envolta em muita incerteza. Não é uma coisa feita contra o Brasil, não é armação. A crise econômica também é grave e se manifesta numa retração do PIB (Produto Interno Bruto) muito violenta, entre 10% a 20% no segundo trimestre e, no ano, de 5% a 10% - o Brasil aí incluído. Para entender a crise política, é preciso voltar às duas últimas eleições presidenciais no Brasil, nas quais vimos muita polarização. Houve uma escalada da agressividade verbal. Essa divisão continuou durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro. Essa polarização tem causado muita insegurança.

Como o sr. avalia o combate da crise até aqui?

Leia Também

Há algumas boas notícias - temos visto algumas reaberturas pelo mundo, estabilização do número de casos em vários países asiáticos. Há protocolos de tratamento e imunização do coronavírus bastante promissores. Então é possível que a gente entre em um ambiente mais favorável. Na questão econômica, a atuação do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) injetou liquidez elevou o mercado financeiro a alguma recuperação. Com relação à questão política, é difícil ver alguma coisa positiva.

A dicotomia entre reabrir ou não a economia é prejudicial?

Já vivemos um ambiente de enorme incerteza. Se as autoridades causam mais incerteza ainda, é um problema. Todo mundo entende que a dívida pública crescerá, que vai haver um novo normal no que se refere ao endividamento no mundo. Porque todo mundo entende que tem de se gastar o que for necessário para salvar o máximo de vidas. Confundir a agenda de combate à pandemia com agenda ideológica gera insegurança nos investidores e nos empresários. Gerar incerteza é o caminho errado.

O câmbio vem batendo recordes atrás de recordes. O que isso nos diz sobre o Brasil de hoje?

O câmbio está extremamente desvalorizado. Deveria estar em R$ 4,60 ou R$ 4,80, e não a R$ 5,70. O governo tomou a decisão acertada de fazer uma injeção de capital grande na economia, reduzindo juros. Quando se faz uma redução de juros na magnitude, a coisa tem de desaguar para outro lado. E esse lado foi o câmbio. É inevitável, mas acho que o governo tem subestimado a questão do câmbio. Essa volatilidade do real pode afetar nossa credibilidade com investidores.

De qual maneira?

O investidor se assusta. Além da questão do câmbio, a gente vinha num cenário de recuperação da disciplina fiscal. Esse cenário foi para o espaço com os efeitos da pandemia. No curtíssimo prazo não há ambiente para as reformas estruturais. Vamos ter de passar a crise para recuperar esse debate.

Uma eventual saída de Paulo Guedes do governo seria prejudicial ao País?

Certamente. Acho que uma troca ministerial nesse momento seria péssimo. Vejo isso com muita preocupação.

São Paulo está próximo de um lockdown. Como o sr vê isso?

Não sou especialista. Mas miraria muito nos exemplos de fora. Onde precisou ter lockdown (isolamento total), teve. E vemos muitos desses países voltando ao normal. Essa decisão tem de ser remetida aos epidemiologistas e cientistas. Precisamos de um caminho. Vamos fazer o lockdown? Vamos fazer, não vai ser o fim do mundo. Quem vai definir isso não vai ser o governo federal ou o estadual, vai ser o vírus.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NADA A COMEMORAR

Pandemia completa 2 anos no Brasil com quase 650 mil mortes

26 de fevereiro de 2022 - 10:10

Além das centenas de milhares de mortes, quase 30 milhões de brasileiros foram diagnosticados com covid-19 no período

NOVA ONDA AVANÇA

Covid-19 volta a causar mais de mil mortes por dia no Brasil

4 de fevereiro de 2022 - 7:15

Nas últimas semanas, Ministério da Saúde têm registrado sucessivamente novos recordes diários de casos da doença no Brasil

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A alta estrutural do petróleo: como a questão ucraniana pode influenciar?

25 de janeiro de 2022 - 9:07

Tensões entre Ucrânia e Rússia podem pressionar os preços da commodity, dando uma mãozinha para o barril chegar à marca dos US$ 100

NOVA ONDA

Covid-19 volta a ganhar força e Brasil bate recorde de casos confirmados da doença em 24 horas

19 de janeiro de 2022 - 6:39

Números de novos casos em apenas um dia ultrapassou a marca de 137 mil; Ministério da Saúde também confirmou mais 351 mortes pela doença

DERRUBADO PELA COVID

Com presidente do Conselho fura-quarentena e perdas de clientes, Credit Suisse tem desafio de recuperar reputação

17 de janeiro de 2022 - 15:05

Credit Suisse volta a ser abalado com saída de presidente do Conselho que veio para recuperar a imagem do banco, mas foi pego violando as regras da quarentena contra a covid-19

EFEITOS COLATERAIS

Ômicron e seus investimentos: variante do coronavírus terá efeitos distintos sobre empresas de saúde na bolsa; saiba quais são eles

15 de janeiro de 2022 - 14:10

Planos de saúde devem enfrentar um cenário menos favorável dado o aumento dos índices de sinistralidade e pressão sobre os custos

FILANTROPIA

MacKenzie Scott, ex-mulher de fundador da Amazon, escolhe o Brasil para primeiro aporte em ONG fora dos EUA

13 de janeiro de 2022 - 15:15

O Vetor Brasil, organização que desenvolve profissionais para o setor público, receberá o dinheiro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Os yields devem estar loucos: entenda os impactos da alta dos juros nos EUA

11 de janeiro de 2022 - 6:16

2022 promete ser um ano no qual enfrentaremos o desconhecido. Não só pelos impactos da pandemia, mas também pela normalização monetária

PÉ NO FREIO

Covid-19 volta a ameaçar planos de IPOs nos EUA

10 de janeiro de 2022 - 14:35

Ofertas públicas são adiadas por conta da variante Ômicron da covid-19

AÉREAS COM PROBLEMAS

Depois da Azul, Latam cancela voos por casos de covid e gripe entre tripulantes

9 de janeiro de 2022 - 16:58

Diante dos problemas, Anac oferece suporte a passageiros afetados e monitora os casos entre profissionais da aviação

APERTEM AS MÁSCARAS

Vem aí a deltacron: Pesquisador afirma ter descoberto variante do coronavírus que mescla ômicron e delta

9 de janeiro de 2022 - 9:08

Autor da descoberta diz que ainda é cedo para antecipar os possíveis impactos da cepa; 25 casos foram confirmados até agora

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas operam mistas antes do payroll dos EUA e paralisação dos auditores da Receita pressiona governo federal

7 de janeiro de 2022 - 7:57

O Ibovespa ainda registra queda na casa dos 3% e o exterior morno não deve ajudar o índice brasileiro

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas e bitcoin (BTC) caem após ata do Fed, e Ibovespa deve aprofundar queda com risco fiscal do cenário doméstico

6 de janeiro de 2022 - 8:00

Os índices dos Estados Unidos tiveram uma queda expressiva ontem (05) após a divulgação do documento, e o Ibovespa, que já ia mal, piorou ainda mais

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas operam com cautela no exterior antes da ata do Fed e cenário doméstico permanece atento ao risco fiscal; ações de tecnologia caem lá fora após cerco da China contra setor

5 de janeiro de 2022 - 7:56

O coronavírus se espalha pelos países, que batem recordes de casos registrados nas últimas 24h e situação pode comprometer a retomada das atividades

De olho na bolsa

Esquenta dos mercados: Bolsas do exterior sobem após dados positivos e Ibovespa deve destoar com cenário doméstico focado no risco fiscal mais uma vez

4 de janeiro de 2022 - 7:55

Além disso, a variante ômicron permanece no radar dos investidores internacionais, com maiores informações sobre infecções e letalidade

coronavírus

Anvisa recomenda suspensão da temporada de cruzeiros; três navios na costa brasileira registraram casos de covid a bordo

2 de janeiro de 2022 - 16:31

Dois navios interromperam as atividades na última sexta-feira, e o terceiro realizou o desembarque hoje, no Porto do Rio

MERCADOS HOJE

Show da virada: bolsas americanas deixam Ibovespa no chinelo e encerram 2021 com ganhos de até 27%

31 de dezembro de 2021 - 11:38

Índices em Nova York sentem efeito do baixo volume do último dia do ano e fecham sessão abaixo dos recordes recentes. Temores por disparada de casos de covid-19 nos Estados Unidos também pesam.

A BOLSA HOJE

Esquenta dos mercados: alerta da OMS sobre ômicron e delta atrapalha rali de final de ano nas principais bolsas mundiais

30 de dezembro de 2021 - 7:48

A organização alertou que a circulação simultânea das duas variantes pode provocar um tsunami de casos de covid-19

Fechamento hoje

Em mais um dia fraco, Ibovespa perde força e fecha em queda; dólar volta a flertar com os R$ 5,70

29 de dezembro de 2021 - 18:51

Temores com a ômicron no exterior e volumes reduzidos limitaram novas altas, o que pesou na bolsa brasileira; juros e dólar responderam mal ao IGP-M e à pressão dos servidores públicos por aumentos

MAIS UMA ONDA

OMS alerta para tsunami de casos de covid-19 no mundo e manda recado ao Brasil; saiba o que a agência falou

29 de dezembro de 2021 - 18:43

Dois anos após primeiras notificações da China, circulação simultânea das variantes Delta e Ômicron provoca disparada global de infecções

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar