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Ivan Ryngelblum
Ivan Ryngelblum
Jornalista formado pela PUC-SP, com pós-graduação em Economia Brasileira e Globalização pela Fipe. Trabalhou como repórter no Valor Econômico, IstoÉ Dinheiro e Agência CMA.
pandemia e economia

Vacinação é essencial para sustentar retomada, diz Citi

País vive segunda onda de contaminação de covid-19 e isto está freando a retomada, diz economista-chefe do banco

Ivan Ryngelblum
Ivan Ryngelblum
10 de dezembro de 2020
16:00 - atualizado às 16:47
Vacina contra covid-19
Corrida pela vacina contra covid-19 - Imagem: Shutterstock

A economia brasileira está demonstrando sinais de retomada, mas ela só será sustentável quando houver mais clareza sobre o processo de vacinação da população. Enquanto houver dúvidas, não será possível ajustar os gastos públicos da maneira adequada e muitas aberturas de capital e emissão de dívida ficam em suspensão.

A segunda onda de contaminações por covid-19 é o principal freio para uma retomada mais robusta do País, de acordo com o economista-chefe do Citi Brasil, Leonardo Porto.

Segundo ele, a falta de controle da doença já está tendo efeitos sobre a atividade econômica. Ainda que os dados divulgados recentemente apontem para uma aceleração da economia, Porto disse que os próximos números, principalmente os relativos a dezembro, devem demonstrar que o País ainda está frágil.

A expectativa é de uma desaceleração forte. Depois da alta de 7,7% no terceiro trimestre, o PIB deve registrar avanço de 0,7% no quarto trimestre e de 0,1% no primeiro trimestre do ano que vem, de acordo com as projeções do Citi. Tudo isso por conta da covid-19.

“O Brasil está enfrentando uma segunda onda. Já começamos a ver uma desaceleração mais aguda [da economia] em dezembro”, afirmou. “A segunda onda vai ser um freio para o processo de recuperação no quatro trimestre e no primeiro trimestre de 2021.”

Nem tudo está perdido

Para não dizer que o encontro com a imprensa foi marcado pelo pessimismo, a expectativa é do Citi é de aceleração da economia a partir do segundo trimestre. Porto informou que a projeção para o PIB do período é de 0,6%, com a economia brasileira fechando 2021 com expansão de 3%. Para 2020, a expectativa é de queda de 5,1%.

As projeções do Citi para a economia no próximo ano estão baseadas não só nas notícias sobre o desenvolvimento dos imunizantes, mas também nas informações sobre a estratégia dos governos estaduais e federal para vacinar as pessoas. Porto calculou que, até o momento, o País conta com 186 milhões de doses de diferentes imunizantes. Considerando que muitas deles exigem que as pessoas tomem duas doses, o equivalente a 44% da população estará coberta.

“O processo de vacinação vai começar a ganhar tração no segundo trimestre. E isso vai permitir liberar as atividades e dará coragem para as pessoas saírem e consumirem”, afirmou o economista-chefe do Citi. “Se tivermos sucesso em controlar a doença e implementar rapidamente a vacinação, encurtaremos a desaceleração [da economia] no primeiro trimestre e o processo de re-aceleração será mais rápido no segundo trimestre.”

Estourando o teto de gastos

A melhora esperada para a economia, porém, não impedirá que o teto de gastos seja furado em 2021. Para o Citi, o estouro será de 1 ponto percentual (p.p.) do PIB, o equivalente a R$ 75 bilhões. Isto ocorrerá porque a situação do País ainda estará fragilizada, com muitas pessoas desempregadas, forçando o governo a atuar.

“Se você não controlar a pandemia, não tem como pessoas mais vulneráveis conseguirem um emprego e se recolocarem, é difícil politicamente deixar estas pessoas desamparadas”, afirmou Porto. “O controle da pandemia é condição necessária para o ajuste fiscal.”

Mesmo esperando que o teto de gastos seja descumprido, o Citi não prevê uma alta significativa da inflação em 2021, como é de se esperar quando se vê as contas públicas fora de ordem. A expectativa é de que ela alcance 3,7%, ficando no centro da meta de 3,75%.

Parte da explicação está na expectativa de que este aumento seja compensado por um aumento da dívida pública bruta, que deve passar de 94,5% para 95,9%. Mas o motivo principal está no fato de que o País passará por um ajuste fiscal. Ainda que as despesas devam crescer, elas ainda serão menores do que aquelas registradas em 2020, quando o governo federal teve que gastar para mitigar os efeitos da pandemia.

“O fato de a despesa superar o teto em 1 p.p. em 2021 não significa que a política fiscal não está contracionista”, disse Porto. “Este ano, ela superou em 8 p.p., então a despesa vai cair 7 p.p. no ano que vem. A política fiscal ainda será extremamente contracionista.”

IPOs e follow-ons

Controlar a segunda onda de covid-19 e as contas públicas não terá efeitos apenas sobre a economia, como também na intenção das empresas de abrirem capital ou captarem recursos no mercado via emissão de ações, disse o presidente do Citi Brasil, Marcelo Marangon.

Ele informou que o banco possui, no momento, 40 mandatos de operações de empresas que devem vir ao mercado em 2021. E ele projeta que o País pode registrar no ano que vem volumes superiores a US$ 30 bilhões em IPOs e follow-ons. Tudo, é claro, dependerá de o Brasil apresentar as condições ideais.

“Várias operações estão em andamento e em fase final de estruturação”, afirmou. “É muito importante que o governo tome as decisões adequadas, com rigor fiscal, para que possamos colocar estas operações no mercado.”

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