Opep reduz projeção de demanda global por petróleo em 2020
Segundo a organização, se a situação atual de disseminação do Covid-19 persistir, novas diminuições estarão a caminho

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) voltou a reduzir nesta quarta-feira, 11, sua projeção para o aumento da demanda global por petróleo este ano por causa do coronavírus.
Segundo a organização, se a situação atual de disseminação do Covid-19 persistir, novas diminuições estarão a caminho. De acordo com o relatório mensal da entidade, que tem sede em Viena, divulgado nesta quarta, o crescimento do consumo foi ajustado de 990 mil barris por dia (bpd) para 920 mil bpd em 2020.
A mudança, conforme a instituição, reflete a perspectiva de uma expansão econômica global mais lenta, associada a uma proliferação do vírus para além da China. "O impacto do surto de Covid-19 na China e seus impactos adversos no transporte e combustíveis industriais foram as principais causas dessa revisão em baixa", explicou.
A Organização também presumiu que o surto deve afetar "severamente" o crescimento da demanda de petróleo em vários outros países e regiões fora do gigante asiático, onde a doença teve origem.
Entre os países que devem sofrer com a epidemia estão Japão, Coreia do Sul, membros europeus da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Oriente Médio. Isso levou a uma revisão para baixo também nessas regiões, conforme a Opep.
A demanda global total de petróleo agora é projetada em 99,73 milhões de barris por dia em 2020, com a expectativa de que o consumo no segundo semestre seja maior do que nos primeiros seis meses do ano. Para 2019, o crescimento da demanda mundial de petróleo em 2019 também foi revisado para baixo, para 830 mil bpd.
Leia Também
Neste caso, o ajuste refletiu principalmente dados mais fracos do que o esperado nas economias americanas que fazem parte da OCDE. "Considerando o mais recente desenvolvimento, os riscos descendentes atualmente superam quaisquer indicadores positivos e sugerem mais prováveis revisões descendentes no crescimento da demanda de petróleo, caso o status atual persista."
Integrantes de fora da Opep
A Opep também fez uma forte revisão para baixo das suas projeções de crescimento da oferta da commodity em 2020 pelos produtores que não fazem parte do cartel. De acordo com o relatório mensal, a expansão do suprimento por esses países será de 1,76 milhão de bpd, e não mais de 2,25 milhões de bpd como projetava no mês passado.
"A projeção sofreu mudanças em função da produção elevada principalmente na Rússia, Tailândia, Indonésia e Omã, enquanto nos Estados Unidos, China, México, Colômbia, Noruega, Azerbaijão e Malásia houve revisão para baixo", detalhou a entidade.
O crescimento da produção de líquidos nos EUA em 2020 foi alterado em 360 mil bpd para 900 mil bpd. Mesmo assim, de acordo com a Organização, o país deve impulsionar o crescimento ao longo do ano fora da Opep, juntamente com Brasil, Noruega, Canadá, Guiana e Austrália.
Já para 2020, a projeção de aumento do fornecimento de petróleo fora da Opep foi ampliada de 1,88 milhão de bpd para 1,99 milhão de bpd. A instituição observou que o Equador passou a fazer parte do grupo a partir de agora.
Brasil
A Opep também previu em seu relatório mensal que a produção brasileira de commodity este ano será de 3,85 milhões de bpd. Segundo o documento, não houve alteração em relação à projeção anterior, mas na ocasião o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) registrou que a entidade que tem sede em Viena havia elevado sua estimativa de oferta doméstica de 3,79 milhões de bpd para 3,81 milhões de bpd.
A manutenção anual de plataformas deve desacelerar o crescimento do suprimento ao longo do segundo e terceiro trimestres, de acordo com a Organização.
O relatório também salientou que a federação trabalhista da indústria petrolífera do Brasil (FUP) prometeu manter uma greve em desafio a uma decisão do tribunal do trabalho de 17 de fevereiro em favor da estatal Petrobras, que pode afetar a produção de petróleo no mês de fevereiro.
A Opep comentou que cerca de 21 mil trabalhadores participam da greve, impactando as operações em 11 refinarias e 57 plataformas, entre outras instalações, de acordo com a FUP.
Em relação a 2019, o documento conta que a estimativa para a produção de líquidos pelo Brasil tenha aumentado em 230 mil bpd, para uma média de 3,54 milhões de bpd. Neste caso, a entidade salientou que houve uma revisão ascendente da produção de biocombustíveis no País.
A produção brasileira de petróleo bruto em janeiro aumentou em 61 mil barris por dia na comparação com dezembro do ano passado, para uma média de 3,17 milhões de bpd. A Opep destacou que este é o terceiro registro mensal consecutivo com abastecimento superior a 3 milhões de bpd, o que mostra um crescimento robusto anual de 540 mil bpd, principalmente proveniente de campos do pré-sal, incluindo Lula e Búzios.
A Organização comentou, no entanto, que o crescimento robusto do horizonte do pré-sal na Bacia de Santos no primeiro mês de 2020 foi parcialmente compensado por fortes quedas relatadas em campos localizados em reservatórios do pós-sal na Bacia de Campos, particularmente no campo de Roncador.
Essa diminuição seria de cerca de 190 mil bpd, uma baixa de mais de 17% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em janeiro, a produção total de líquidos no Brasil, incluindo biocombustíveis, aumentou em 30 mil bpd, para média de 3,90 milhões de bpd, superior em 530 mil bpd aos dados do mesmo mês de 2019.
*Com Estadão Conteúdo
Pandemia completa 2 anos no Brasil com quase 650 mil mortes
Além das centenas de milhares de mortes, quase 30 milhões de brasileiros foram diagnosticados com covid-19 no período
Covid-19 volta a causar mais de mil mortes por dia no Brasil
Nas últimas semanas, Ministério da Saúde têm registrado sucessivamente novos recordes diários de casos da doença no Brasil
A alta estrutural do petróleo: como a questão ucraniana pode influenciar?
Tensões entre Ucrânia e Rússia podem pressionar os preços da commodity, dando uma mãozinha para o barril chegar à marca dos US$ 100
Covid-19 volta a ganhar força e Brasil bate recorde de casos confirmados da doença em 24 horas
Números de novos casos em apenas um dia ultrapassou a marca de 137 mil; Ministério da Saúde também confirmou mais 351 mortes pela doença
Com presidente do Conselho fura-quarentena e perdas de clientes, Credit Suisse tem desafio de recuperar reputação
Credit Suisse volta a ser abalado com saída de presidente do Conselho que veio para recuperar a imagem do banco, mas foi pego violando as regras da quarentena contra a covid-19
Ômicron e seus investimentos: variante do coronavírus terá efeitos distintos sobre empresas de saúde na bolsa; saiba quais são eles
Planos de saúde devem enfrentar um cenário menos favorável dado o aumento dos índices de sinistralidade e pressão sobre os custos
MacKenzie Scott, ex-mulher de fundador da Amazon, escolhe o Brasil para primeiro aporte em ONG fora dos EUA
O Vetor Brasil, organização que desenvolve profissionais para o setor público, receberá o dinheiro
Os yields devem estar loucos: entenda os impactos da alta dos juros nos EUA
2022 promete ser um ano no qual enfrentaremos o desconhecido. Não só pelos impactos da pandemia, mas também pela normalização monetária
Covid-19 volta a ameaçar planos de IPOs nos EUA
Ofertas públicas são adiadas por conta da variante Ômicron da covid-19
Depois da Azul, Latam cancela voos por casos de covid e gripe entre tripulantes
Diante dos problemas, Anac oferece suporte a passageiros afetados e monitora os casos entre profissionais da aviação
Vem aí a deltacron: Pesquisador afirma ter descoberto variante do coronavírus que mescla ômicron e delta
Autor da descoberta diz que ainda é cedo para antecipar os possíveis impactos da cepa; 25 casos foram confirmados até agora
Esquenta dos mercados: Bolsas operam mistas antes do payroll dos EUA e paralisação dos auditores da Receita pressiona governo federal
O Ibovespa ainda registra queda na casa dos 3% e o exterior morno não deve ajudar o índice brasileiro
Esquenta dos mercados: Bolsas e bitcoin (BTC) caem após ata do Fed, e Ibovespa deve aprofundar queda com risco fiscal do cenário doméstico
Os índices dos Estados Unidos tiveram uma queda expressiva ontem (05) após a divulgação do documento, e o Ibovespa, que já ia mal, piorou ainda mais
Esquenta dos mercados: Bolsas operam com cautela no exterior antes da ata do Fed e cenário doméstico permanece atento ao risco fiscal; ações de tecnologia caem lá fora após cerco da China contra setor
O coronavírus se espalha pelos países, que batem recordes de casos registrados nas últimas 24h e situação pode comprometer a retomada das atividades
Esquenta dos mercados: Bolsas do exterior sobem após dados positivos e Ibovespa deve destoar com cenário doméstico focado no risco fiscal mais uma vez
Além disso, a variante ômicron permanece no radar dos investidores internacionais, com maiores informações sobre infecções e letalidade
Anvisa recomenda suspensão da temporada de cruzeiros; três navios na costa brasileira registraram casos de covid a bordo
Dois navios interromperam as atividades na última sexta-feira, e o terceiro realizou o desembarque hoje, no Porto do Rio
Show da virada: bolsas americanas deixam Ibovespa no chinelo e encerram 2021 com ganhos de até 27%
Índices em Nova York sentem efeito do baixo volume do último dia do ano e fecham sessão abaixo dos recordes recentes. Temores por disparada de casos de covid-19 nos Estados Unidos também pesam.
Esquenta dos mercados: alerta da OMS sobre ômicron e delta atrapalha rali de final de ano nas principais bolsas mundiais
A organização alertou que a circulação simultânea das duas variantes pode provocar um tsunami de casos de covid-19
Em mais um dia fraco, Ibovespa perde força e fecha em queda; dólar volta a flertar com os R$ 5,70
Temores com a ômicron no exterior e volumes reduzidos limitaram novas altas, o que pesou na bolsa brasileira; juros e dólar responderam mal ao IGP-M e à pressão dos servidores públicos por aumentos
OMS alerta para tsunami de casos de covid-19 no mundo e manda recado ao Brasil; saiba o que a agência falou
Dois anos após primeiras notificações da China, circulação simultânea das variantes Delta e Ômicron provoca disparada global de infecções