🔴 NOVA META: RENDA EXTRA DE ATÉ R$ 2 MIL POR DIA ENTENDA COMO

Estadão Conteúdo
Economia em foco

Juros baixos dependem de retomada de âncora fiscal

O mercado financeiro vê a retomada e a manutenção dos esforços para controlar as contas públicas como essencial para manter os juros nos patamares mais baixos vistos atualmente

O ministro da Economia, Paulo Guedes, faz palestra de encerramento do Seminário de Abertura do Legislativo de 2020
O ex-ministro da Economia, Paulo Guedes - Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe estão perdendo a ancoragem fiscal e agora buscam retomar o controle do timão do barco com o lançamento de medidas pós-pandemia. O controle da chamada âncora fiscal — um conjunto de regras e ações que permitem apontar, no futuro, para a sustentabilidade das contas públicas — é considerado pelo mercado essencial para a permanência do próprio ministro no cargo e a manutenção dos juros básicos em patamar baixo.

A aliança de lideranças do Centrão com a ala militar do governo Bolsonaro, porém, aponta para revisão da orientação do modelo de ajuste fiscal adotado até agora pelo Ministério da Economia. Analistas indicam que, na hora que o mercado perder a confiança no ajuste e largar a "mão" que apoia Guedes, o presidente Bolsonaro poderá abrir espaço para o grupo desenvolvimentista do governo, como já fez com outros ministros.

Na pandemia, as dúvidas em relação ao futuro do Brasil já fizeram o País se descolar negativamente dos demais países emergentes, como mostram indicadores como risco país e câmbio. O Ministério da Economia não fala publicamente na perda da ancoragem fiscal.

A postura tem sido a de reforçar a importância do teto de gasto (regra que impede o crescimento das despesas acima da inflação), mas a pressão para aumentar as políticas expansionistas adotadas na pandemia ampliou as dúvidas e deixou sem respostas a trajetória futura da dívida pública nos próximos anos.

Técnicos experientes do Ministério da Economia, ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, já falam reservadamente em perda da âncora fiscal com a dívida em patamar acima de 90% do PIB - nunca antes alcançado - e sem perspectiva de estabilização, muito menos de queda nos próximos anos. O problema, afirmam os técnicos, é que não há nada na agenda, no momento, que indique que esse quadro vai mudar.

A nova previsão da equipe econômica, divulgada na sexta-feira, indica que a dívida bruta do governo geral chegará a 93,5% no cenário de queda do PIB de 4,7% com que trabalha o Ministério da Economia. O tombo pode ser maior e também a elevação do endividamento.

Leia Também

"O mercado ainda não jogou a toalha que acabou a âncora fiscal do País. Mas estou mais pessimista e atribuo uma chance maior de perdê-la", diz Fabio Akira, economista-chefe da BlueLine Asset.

O coordenador do observatório fiscal da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Manoel Pires, avalia que há um receio muito grande dos desdobramentos daqui para frente. "Como o governo abriu mão de ter uma meta fiscal das contas públicas para 2021, ninguém sabe o resultado que será perseguido."

Para o diretor executivo da Instituição Fiscal Independente, Felipe Salto, o governo precisará se preparar para acionar os gatilhos (medidas de ajuste, principalmente nos gastos com pessoal) de correção do teto, com grandes chances de ser rompido em 2021. "Temos um encontro marcado com as regras fiscais no ano que vem."

Segundo ele, o teto é um enigma ainda não resolvido, já que será impossível a máquina funcionar com despesas discricionárias (cujo pagamento não é obrigatório) em nível tão baixo. "Está faltando alguém botar ordem. Já que eles gostam de ordem, pelo menos nos digam quais são as metas fiscais."

Reverberou o alerta feito semana passada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele disse que o Brasil não tem muita margem nas contas públicas e que, se o mercado entender que a expansão de gasto será permanente, vai punir o País e "voltaremos ao equilíbrio antigo de juros altos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Os juros vão subir ainda mais? Quando a âncora fiscal falha, a âncora monetária precisa ser acionada com mais força

10 de dezembro de 2024 - 7:08

Falta de avanços na agenda fiscal faz aumentar a chance de uma elevação ainda maior dos juros na última reunião do Copom em 2024

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Histerese ou apenas um ciclo — desta vez é diferente?

9 de dezembro de 2024 - 20:00

Olhando para os ativos brasileiros hoje não há como precisar se teremos a continuidade do momento negativo por mais 18 meses ou se entraremos num ciclo mais positivo

ONDE INVESTIR

Até 9% acima da inflação e isento de IR: onde investir para aproveitar as altas taxas de juros da renda fixa em dezembro

9 de dezembro de 2024 - 18:20

BTG e Itaú BBA indicam títulos do Tesouro Direto e papéis de crédito privado incentivados com rentabilidades gordas em cenário de juros elevados no mercado

EXPECTATIVAS DESANCORADAS

Um alerta para Galípolo: Focus traz inflação de 2025 acima do teto da meta pela primeira vez e eleva projeções para a Selic e o dólar até 2027

9 de dezembro de 2024 - 11:54

Se as projeções se confirmarem, um dos primeiros atos de Galípolo à frente do BC será a publicação de uma carta pública para explicar o estouro do teto da meta

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Atualização pela manhã: desdobramentos da guerra na Síria, tensão no governo francês e expectativas com a Selic movimentam bolsas hoje

9 de dezembro de 2024 - 8:04

A semana conta com dados de inflação no Brasil e com a decisão sobre juros na próxima quarta-feira, com o exterior bastante movimentado

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: IPCA, IBC-BR e decisão do Copom sobre os juros dominam a semana

9 de dezembro de 2024 - 7:01

A agenda da semana conta ainda com a decisão de política monetária na zona do euro, relatório mensal da Opep e CPI nos EUA

O PAYROLL MANDOU AVISAR QUE…

Os sinais do dado de emprego sobre o caminho dos juros nos EUA. Bolsas se antecipam à próxima decisão do Fed

6 de dezembro de 2024 - 13:06

O principal relatório de emprego dos EUA mostrou a abertura de 227 mil postos no mês passado — um número bem acima dos 36 mil de outubro e da estimativa de consenso da Dow Jones de 214.000

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Papai Noel dá as caras na bolsa: Ibovespa busca fôlego em payroll nos EUA, trâmite de pacote fiscal no Congresso e anúncios de dividendos e JCP

6 de dezembro de 2024 - 7:55

Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano e velocidade do trâmite do pacote fiscal ditarão os rumos dos juros no Brasil e nos EUA

BULLS DOMINANDO

É recorde atrás de recorde: bitcoin (BTC) atinge (e supera) marca de US$ 100 mil pela primeira vez na história

5 de dezembro de 2024 - 8:38

Apesar do otimismo com o mercado, os analistas alertam que os investidores devem permanecer vigilantes e preparados para possíveis correções

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As máximas do mercado: Ibovespa busca recuperação com trâmite urgente de pacote fiscal pela Câmara

5 de dezembro de 2024 - 8:30

Investidores também repercutem rumores sobre troca na Petrobras e turbulência política na França e na Coreia do Sul

DEBATE MACRO

“O dólar vai a R$ 4 ou menos, a bolsa sobe aos 200 mil pontos e os juros caem a 8,5% se Lula fizer isso”: CEO da AZ Quest conta o que pode levar o Brasil a ficar ‘irreconhecível’

4 de dezembro de 2024 - 18:55

Durante evento promovido pela Mirae Asset, Walter Maciel criticou medidas fiscais do governo Lula e apontou caminhos para a recuperação econômica do país

O GATO, O RATO E OS JUROS

Trump vem aí: Powell diz o que pode fazer com os juros nos EUA diante das ameaças do republicano — e isso tem a ver com você

4 de dezembro de 2024 - 17:21

Com o republicano batendo na porta da Casa Branca, presidente do Fed deu novas pistas sobre o que pensa para o ritmo de corte da taxa referencial na maior economia do mundo

EMPREENDEDORISMO EM ALTA

Setor de franquias fatura mais de R$ 70 bilhões e cresce 12% no terceiro trimestre; conheça redes para investir nos segmentos mais lucrativos

4 de dezembro de 2024 - 12:29

A Pesquisa Trimestral de Desempenho da Associação Brasileira de Franchising (ABF) revelou que todos os segmentos de franquias cresceram no terceiro trimestre de 2024

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um conto de Natal na bolsa: Ibovespa aguarda dados de produção industrial no Brasil e de emprego nos EUA antes de discurso de Powell

4 de dezembro de 2024 - 8:21

Bolsa busca manter recuperação apesar do dólar na casa dos R$ 6 e dos juros projetados a 15% depois do PIB forte do terceiro trimestre

ALTA DOS JUROS

‘Preferimos novos aportes em títulos pós-fixados’: por que a Empiricus gosta da renda fixa indexada ao CDI para quem investir agora

3 de dezembro de 2024 - 18:27

Perspectiva de alta de juros acima do esperado inicialmente deve impulsionar ativos atrelados à Selic e ao DI; veja os títulos recomendados pela casa de análise

PIBÃO

4 pontos que ajudaram o PIB brasileiro a bombar (de novo) no terceiro trimestre, apesar da decepção com o agro

3 de dezembro de 2024 - 12:17

Crescimento do PIB do Brasil atingiu os 4% no terceiro trimestre de 2024, mas juros em alta tendem a provocar desaceleração em um futuro próximo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando a conta não fecha: Ibovespa repercute envio de pacote fiscal ao Congresso em dia de PIB do terceiro trimestre

3 de dezembro de 2024 - 8:20

Governo enviou PEC do pacote fiscal ao Congresso na noite de segunda-feira enquanto o dólar segue acima dos R$ 6

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A dura realidade matemática: ou o Brasil acerta a trajetória fiscal ou a situação explode

3 de dezembro de 2024 - 7:01

Mercado esperava mensagem clara de responsabilidade fiscal e controle das contas públicas, mas o governo falhou em transmitir essa segurança

ONDE INVESTIR

8 títulos de renda fixa isentos de imposto de renda para lucrar em cenário de alta de juros e inflação, segundo o BB-BI

2 de dezembro de 2024 - 18:45

Banco manteve indicações de novembro e acrescentou CRA da Marfrig e debênture da Eletrobras, diante da aversão a risco no mercado doméstico

SEM APETITE PELO BRASIL

Selic a 15% ao ano, inflação e fantasma fiscal: por que a Kinea está vendida na bolsa brasileira?

2 de dezembro de 2024 - 17:12

Responsável por mais de R$ 132 bilhões em ativos, a gestora afirma que “existem melhores oportunidades no exterior”; veja onde a Kinea investe hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar