O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo está sendo "generoso" com os governadores na proposta de auxílio emergencial aos Estados e municípios.
"A União cedeu tudo e os governadores ganharam duas vezes. Primeiro, porque estão recebendo dinheiro. Segundo porque não terão que dar o aumento. O governo, de novo, está sendo generoso e estendendo a mão para a Federação.
O projeto está em tramitação no Senado e vai prever o congelamento dos salários dos servidores. "O dinheiro tem que estar na ponta. Essa é filosofia do governo", disse ele.
Segundo ele, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AC), que é o relator do projeto, lhe disse que vai defender a bandeira da suspensão dos reajustes, que terá apoio no Congresso.
O ministro disse que os programas emergenciais do governo para a covid-19 estão sendo bem-vistos fora do País, apesar de críticas internas. "Já estamos pensando nos marcos regulatórios, na reforma dos impostos e tudo na frente para fazer a retomada", afirmou.
Nos trilhos
Guedes avisou que não há mais como focar os investimentos públicos em infraestrutura como na época do regime militar. Guedes disse que está muito seguro do caminho de política econômica que está tomando para a retomada econômica via investimentos privados e que vai caminhar na direção do mercado "sem medo" para trazer prosperidade para o País e os trabalhadores.
Para Guedes, não vai faltar dinheiro privado para os investimentos, porque há "trilhões de dólares livres no mundo procurando para onde ir".
"Assim como durante o regime militar teve um foco muito grande na infraestrutura e os investimentos foram feitos com alto ritmo de crescimento e, quando a democracia começou a puxar os recursos para a área social para as áreas sociais, os recursos foram exaurindo do lado de lá", disse.
Segundo ele, esse é problema clássico da economia. "Se você quer fazer mais saúde, mais educação, sobre menos recurso, por exemplo, para infraestrutura", enfatizou. Guedes disse que o Estado brasileiro praticamente exauriu suas fontes de financiamento.
Segundo ele, será preciso mudar os marcos regulatórios. "É por aí a retomada. Temos que fazer uma reconfiguração do marco. É isso que vai garantir que os recursos venham do setor privado", previu.