Na mais recente reunião de política monetária, em abril, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) se comprometeu a usar todas as ferramentas disponíveis para continuar apoiando a economia durante a pandemia de coronavírus, de acordo com a ata referente ao encontro, divulgada nesta quarta-feira, 20.
Segundo o documento, os dirigentes defenderam que as taxas de juros devem permanecer nos níveis atuais (entre 0% e 0,25%) até que haja confiança de que a crise foi superada. "Manter os juros baixos continuará a prestar apoio à economia e promover as metas máximas de emprego e estabilidade de preços do Comitê", ressaltou.
Na avaliação do grupo, os programas de compras de ativos devem seguir em vigor, a fim de assegurar o fluxo de crédito para empresas e famílias e, dessa forma, permitir a efetiva transmissão da política monetária. "Os participantes observaram que era importante continuar monitorando de perto as condições do mercado e que o Comitê está preparado para ajustar seus planos conforme apropriado para apoiar bom funcionamento dos mercados", salienta.
Apoio fiscal
Os dirigentes da instituição avaliaram que mais apoio fiscal pode ser necessário, se a fraqueza econômica causada pela pandemia de coronavírus perdurar.
No documento, divulgado nesta quarta-feira, a equipe da autoridade monetária avaliou que o desempenho da economia vai depender da evolução da pandemia, mas que a volatilidade nos mercados acionários diminuiu.
A equipe também afirmou que a demanda global por dólares estava forte, o que pressionou os mercados no curto prazo. Já a incerteza com a covid-19 foi classificada como "extremamente elevada".
O cenário pessimista, segundo a equipe do Fed, contempla uma segunda onda de infecções por coronavírus. "Esse cenário não é menos plausível que o cenário-base", disseram.
Já as condições no mercado monetário e nos mercados de bônus e empréstimos melhoraram, segundo avaliação da equipe.
Queda na atividade
A ata da reunião do Federal Reserve destacou também que a atividade das empresas e o investimento destas "recuaram dramaticamente", diante do choque causado pela pandemia de coronavírus. Houve forte queda na produção industrial em março e os dirigentes esperavam recuo ainda maior em abril, mostra o documento.
Os programas anunciados e executados pelo Fed ajudaram a manter o fluxo de crédito para as empresas e também para pessoas físicas e governos estaduais e locais, aponta a ata, além de apoiar o funcionamento mais suave dos mercados financeiros.
Muitas empresas tiveram de fechar suas portas por causa da pandemia e das medidas para conterá disseminação da covid-19, diz a ata. Naquelas que ficaram ao menos em parte abertas, houve também um choque importante com a emergência de saúde, seja na queda na demanda ou em problemas na cadeia de produção.
Os dirigentes citam também que é "apropriado" continuar com as compras de bônus, a fim de apoiar o crédito para as empresas e também as famílias. Ao mesmo tempo, mostram o temor de que, com o choque, muitas pequenas empresas não aguentem, especialmente se o impacto for duradouro.