🔴 NO AR: ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – CONFIRA MAIS DE 30 RECOMENDAÇÕES – VEJA AQUI

Bruna Furlani

Bruna Furlani

Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB). Fez curso de jornalismo econômico oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem passagem pelas editorias de economia, política e negócios de veículos como O Estado de S.Paulo, SBT e Correio Braziliense.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Fusões e aquisições devem cair pela metade, mas ainda são opção a IPOs, diz diretor da Duff & Phelps

Empresas que iam abrir o capital e não podem esperar pela retomada do mercado agora podem recorrer a uma fusão, diz Alexandre Pierantoni, diretor-executivo da consultoria de M&A

Bruna Furlani
Bruna Furlani
14 de abril de 2020
5:42 - atualizado às 17:52
Alexandre Pierantoni, diretor executivo da Duff & Phelps
Alexandre Pierantoni, diretor executivo da Duff & Phelps - Imagem: Otavio Valle/Divulgação

Depois de um ano bastante agitado para o mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) no Brasil com uma alta de mais de 40%, a continuidade das negociações sofreu um banho de água fria no último mês, diante dos impactos provocados pelo coronavírus.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

E o mau tempo deve persistir durante uma boa parte deste ano. Quem diz isso é Alexandre Pierantoni, diretor executivo da consultoria norte-americana Duff & Phelps, especializada em assessoria a empresas de médio porte.

A falta de visibilidade no cenário deve fazer com que o mercado atue em "modo sobrevivência", o que pode levar a uma queda de mais de 50% no número de fusões e aquisições em 2020, segundo o executivo.

Mas o cenário de crise causado pelo coronavírus também pode abrir portas. Pierantoni diz que empresas que iam abrir capital (IPO, na sigla em inglês) neste ano podem ter agora interesse em realizar fusões e aquisições, porque não há tempo para esperar.

"As empresas estavam se preparando para listagem na B3. Havia uma janela muito boa e várias poderiam ir ao mesmo tempo para a bolsa nos próximos quatro a cinco meses. Agora, a janela se deslocou para 2021 e deve ocorrer durante todo o ano. Está mais larga. O ponto é que as empresas não podem esperar tanto tempo. Por isso, M&As podem virar uma opção para elas", afirma.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em entrevista ao Seu Dinheiro, o diretor da Duff & Phelps conta que a crise gera dois cenários: de um lado, as empresas que se alavancaram (endividaram) para abrir capital podem estar com pouco caixa disponível; do outro lado, há investidores que precisam fazer a alocação de recursos em outros mercados fora o de capitais e que estão mais dispostos a renegociar dívidas e consolidar empresas.

Leia Também

Porém, para que o mercado volte a rodar e acelerar em 2021 o diretor faz um alerta: o país está atrasado no anúncio de ações mais agressivas por parte do governo para injetar liquidez na economia.

Para ele, o pacote anunciado pela equipe econômica para ajudar no caixa das micro, pequenas e médias empresas é um "bom começo, mas ainda é pouco".

“Agora precisamos da mão pesada do governo para alavancar o investimento da iniciativa privada, já que o setor privado não fará isso. Estou preocupado com o curto prazo” — Alexandre Pierantoni, Duff & Phelps

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o diretor da Duff & Phelps:

Como está vendo o cenário de fusões e aquisições no Brasil agora diante dessa crise?

Obviamente, está sendo fortemente impactado no Brasil, assim como no resto do mundo. Isso porque os "drivers" de médio e longo prazo como previsibilidade e estabilidade foram afetados. Estamos em compasso de espera. Nem mundialmente nem no Brasil sabemos o tamanho da onda e nem quanto tempo ela vai durar. No ano passado, encerramos o período com 1150 transações no mercado de M&A no Brasil. Mas agora, a expectativa é que isso caia pela metade em 2020.

A crise é negativa, mas também pode gerar dois cenários favoráveis para o setor de M&As. Concorda?

Para mim, criam-se oportunidades agora. As empresas estavam se preparando para listagem na B3. Havia uma janela muito boa em que várias poderiam ir ao mesmo tempo para a bolsa nos próximos quatro a cinco meses. Agora, a janela se deslocou para 2021 e deve ocorrer durante todo o ano. Está mais larga. O ponto é que as empresas não podem esperar tanto tempo. Por isso, M&As podem virar uma opção para elas.

O que favorece esse cenário?

Nos últimos três anos, as empresas estavam com água até o nariz, bastante fragilizadas. Mas, no último trimestre, começaram a respirar. Do lado dos vendedores, as companhias se alavancaram [endividaram] para abrir capital. Então, elas podem ter que renegociar dívidas e muitas vezes até se consolidar com outras para permanecer fortes. Já do lado dos compradores, há investidores que precisam fazer a alocação de recursos em outros mercados sem ser o de capitais e que estão com maior apetite para adquirir ativos a preços mais atrativos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Diante da crise, o que mudou para a própria Duff & Phelps? Todas as negociações foram paralisadas?

Trabalhamos com operações de empresas que têm entre R$ 30 milhões e R$ 400 milhões. A gente estava com nove mandatos ativos andando a velocidade total. Desses, dois pararam totalmente. Três ou quatro diminuíram velocidade e dois do setor de tecnologia não foram sequer afetados e eu permaneço recebendo ofertas para uma dessas empresas. Vejo que mudaram as regras do jogo, mas vamos continuar jogando. Empresas de médio e longo prazo podem ver o momento como oportuno para se fortalecer, mesmo sem fechar o "deal" [acordo] agora.

Com essa nova janela de oportunidade para M&As se abrindo, a Duff & Phelps já recebeu alguma proposta?

Nada relacionado ao momento atual de crise. Hoje, eu estou discutindo ativamente duas propostas de empresas que chegaram até nós porque foram abordadas por possíveis compradores ou porque estão precisando de capital. Demora cerca de um mês e meio essa primeira parte do trabalho. Agora estamos fazendo a "lição de casa".

Como é possível continuar as negociações em meio a toda essa crise causada pelo coronavírus?

Na fase inicial, nós preparamos um conjunto de informações da empresa. Isso é pouco afetado pelo cenário atual. Em seguida, temos que descrever a estratégia da empresa (algo que é afetado, mas que é possível adiantar algo ao cliente). Depois, precisamos fazer uma avaliação da empresa. Para isso, tenho que olhar para o futuro, o que é bastante difícil agora. Mas podemos começar a desenvolver possíveis cenários. Eu consigo fazer a "lição de casa".

Agora, a parte em que é preciso levar a mercado é que talvez eu não consiga. Porém, os processos são longos. Se eu começar uma negociação hoje, ela deve terminar apenas no fim do ano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nessa crise, quais seriam os setores menos afetados?

Os setores menos impactados são tecnologia, logística, educação e serviços de saúde. Isso porque todos eles já estavam com a atividade mais aquecida e apresentam uma curva de recuperação mais rápida diante de crises. Outro setor que também deve ser pouco impactado é o de infraestrutura.

Por que o setor de tecnologia e de infraestrutura podem ser mais resilientes durante esse período?

No caso do setor de infraestrutura, há uma carência no Brasil. O país continua com 200 milhões de habitantes e com necessidade de investimento nesse setor. Depois que a "onda" passar, as pessoas vão voltar a precisar de aeroportos, trens e outros meios de transporte. O gestor estrangeiro até pode ter reduzido a alocação agora, mas deve voltar quando a onda passar. Já o setor de tecnologia é menos impactado porque possui atratividade de alavancar margem e complementação de produtos e serviços com outros setores.

Agora falando de câmbio, qual é o impacto do dólar nessas janelas positivas que podem se abrir no setor de M&A?

Eu acho que não é só o câmbio. O próprio mercado de capitais pode ajudar o de M&As. Neste ano, ele estará em "modo sobrevivência" e não deve haver muita entrada de recursos. Já do lado do câmbio, ele deve permanecer lá em cima, o que faz com que o estrangeiro precise de menos dólares para comprar reais. Sendo assim, as empresas brasileiras estariam atrativas porque mundialmente caíram de valor e porque o real está depreciado em relação ao dólar. Penso que daqui a pouco vai ser a hora de comprar.

O que é preciso para que o cenário em 2021 melhore?

Agora precisamos da "mão pesada do governo" para alavancar o investimento da iniciativa privada, já que o setor privado não fará isso. Estou preocupado com o curto prazo. Eu quero ser otimista, mas estamos atrasados em relação ao que começou a ser feito pelo governo com entrada mais agressiva de dinheiro. Não adianta vir com o remédio depois que o paciente está na UTI.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O pacote anunciado pelo governo nas últimas semanas é suficiente?

Penso que é pouco, mas é um bom começo. Precisamos ter cartas na manga pra reforçar o ambiente de negócios. Gosto de fazer uma comparação com as aulas do meu filho. Agora, com as aulas paralisadas, ele terá apenas a modalidade online. É um bom começo, mas vai ter que estudar mais porque o fim do ano vai ser igual. O ponto é que hoje nós não sabemos quão mais ele terá que estudar para passar de ano. A aula online não vai ser suficiente. Da mesma forma, a carta da manga do governo é injetar dinheiro, mas será preciso mais à medida em que as coisas fiquem mais claras no cenário.

Como está a expectativa dos M&As para o ano que vem?

Será um ano custoso e de sobrevivência. Como economista, vejo que a demanda está reprimida e quem melhor se preparar agora, vai estar melhor lá na frente. Se fizermos a lição de casa, poderemos ver uma recuperação das atividades de M&A já no último trimestre de 2020. Tem jogo acontecendo e vai ter campeonato no fim do ano, mas tem que jogar agora.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
TEM PRA TODO GOSTO

Quina faz um novo milionário; Lotofácil e Dia de Sorte também têm ganhadores

5 de dezembro de 2025 - 6:51

Enquanto a Quina, a Lotofácil e a Dia de Sorte fizeram a festa dos apostadores, a Mega-Sena e a Timemania acumularam nos sorteios da noite de quinta-feira (4).

NAS ENTRELINHAS

Mercado aposta em corte da Selic em janeiro, mas sinais do Copom indicam outra direção, diz Marilia Fontes, da Nord

4 de dezembro de 2025 - 19:42

Para a sócia da Nord, o BC deve manter a postura cautelosa e dar sinais mais claros antes de fazer qualquer ajuste

EFEITOS MASTER

Fundos de pensão que investiram em títulos do Banco Master entram na mira da Justiça em meio a irregularidades nos investimentos

4 de dezembro de 2025 - 16:04

Investigações apontam para aplicações financeiras fora dos protocolos adequados nos casos dos fundos Amazonprev, Rioprevidência e Maceió Previdência

CIDADE DE 65 MIL HABITANTES

Time sensação do Campeonato Brasileiro, Mirassol arrecada o equivalente a um terço do orçamento municipal

4 de dezembro de 2025 - 15:15

Sensação do Brasileirão, o Mirassol arrecadou cerca de um terço do orçamento municipal e levou a pequena cidade paulista ao cenário internacional com a vaga na Libertadores

INFLUÊNCIA

Joesley Batista viajou para a Venezuela para pedir renúncia de Maduro: qual o interesse da JBS e da J&F no país?

4 de dezembro de 2025 - 10:39

Joesley Batista tem relações com o presidente Donald Trump e pediu pelo fim das tarifas sobre a carne. A JBS também tem negócios nos Estados Unidos

SEM RECLAMAÇÕES

Lotomania e Super Sete aproveitam bola dividida na Lotofácil e pagam os maiores prêmios da noite nas loterias da Caixa

4 de dezembro de 2025 - 7:53

Lotofácil manteve a fama de loteria “menos difícil” da Caixa, mas cedeu os holofotes a outras modalidades sorteadas na noite de quarta-feira (3).

VAI PISAR NO FREIO?

Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual

3 de dezembro de 2025 - 19:35

A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026

INVESTIMENTOS EM 2026

Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista

3 de dezembro de 2025 - 17:31

Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo

MAIS VENDIDOS

Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo 

3 de dezembro de 2025 - 15:09

Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados

JÁ VIU A SUA?

Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped

3 de dezembro de 2025 - 14:04

Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários

BILIONÁRIA SELF-MADE

De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira

3 de dezembro de 2025 - 12:04

A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária

LUXO

Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami

3 de dezembro de 2025 - 9:29

A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes

MÁQUINA DE MILIONÁRIOS

Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham

3 de dezembro de 2025 - 7:06

A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.

CRIMES FINANCEIROS

Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário

2 de dezembro de 2025 - 18:45

Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master

ASTROS NO PREGÃO

Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão

2 de dezembro de 2025 - 15:28

Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos

MECANISMO CONTRA GOLPISTAS

BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas

2 de dezembro de 2025 - 14:49

Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro

ECONOMIA DE ATÉ 80%

CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação

2 de dezembro de 2025 - 11:19

Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país

EXAUSTÃO MENTAL

A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje

2 de dezembro de 2025 - 10:38

Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional

PARADA PARA MANUTENÇÃO

Não tem para ninguém: Lotofácil, Quina e demais loterias da Caixa entram em dezembro sem ganhadores

2 de dezembro de 2025 - 7:06

Depois de acumular no primeiro sorteio do mês, a Lotofácil pode pagar nesta terça-feira (2) o segundo maior prêmio da rodada das loterias da Caixa — ou o maior, se ela sair sem que ninguém acerte a Timemania

FORA DO CONSENSO

Tema de 2026 será corte de juros — e Galapagos vê a Selic a 10,5% no fim do próximo ano

1 de dezembro de 2025 - 19:11

No Boletim Focus desta semana, a mediana de projeções dos economistas aponta para uma Selic de 10,5% apenas no final de 2027

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar