O comércio externo e o consumo doméstico da China deram sinais de melhora em março, depois que o governo fez progressos no combate ao coronavírus e se esforçou para reiniciar a atividade econômica, segundo o Ministério de Comércio do país.
Tantos as exportações quanto as importações se recuperaram parcialmente em março, após sofrerem fortes quedas no primeiro bimestre, afirmou hoje o porta-voz do ministério, Gao Feng. Ele ressaltou, porém, que o setor exportador chinês continua enfrentando obstáculos ligados à disseminação do coronavírus no exterior.
Alguns exportadores pesquisados pelo ministério dizem que encomendas foram canceladas por clientes externos, sendo que as da indústria têxtil e de vestuário foram particularmente afetadas pela pandemia.
Na terça-feira (07), mais de 76% dos grandes exportadores chineses haviam retomado 70% da capacidade de produção, afirmou Gao, acrescentando que o governo vai agir para apoiar empresas e limitar o impacto do vírus.
Analistas consultados pelo The Wall Street Journal estimam que as exportações da China sofreram redução anual de 15,9% em março, após a queda de 17,2% vista no primeiro bimestre, e que as importações diminuíram 10% no mesmo período, após o recuo de 4% dos primeiros dois meses do ano. A balança comercial chinesa de março será divulgada na terça-feira (14).
Após críticas feitas pelo governo dos EUA, Gao disse também que a China não restringiu exportações de produtos médicos, destacando que as vendas externas dessa categoria somaram o equivalente a US$ 1,44 bilhão em março. O porta-voz acrescentou que o governo vai endurecer a supervisão de exportações da áreas médica após relatos de que alguns produtos de baixa qualidade foram embarcados para a Europa.
Gao comentou ainda que o consumo da China já atingiu seu nível mais baixo e começa a se recuperar, depois que mais de 20 cidades distribuíram cupons com o objetivo de impulsionar os gastos das famílias.
Economias regionais
Também nesta quinta-feira, o Banco do Japão (BoJ, pela sigla em inglês) rebaixou hoje sua perspectiva para todas as economias regionais do país, uma vez que os setores manufatureiro e de serviços foram atingidos pela pandemia do novo coronavírus.
As economias de todas as nove regiões estão "fracas" ou enfrentando "forte pressão de baixa", afirmou o BC japonês em relatório trimestral, que é conhecido como "Sakura" e equivale ao Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA).
Antes da publicação do documento, o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, comentou que há forte incerteza em relação à perspectiva da economia global e reiterou que a instituição não vai hesitar em adotar novas medidas de estímulos se a crise do coronavírus exigir. Fonte: Dow Jones Newswires.
*Como Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo