🔴 VEM AÍ: ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE – INSCREVA-SE GRATUITAMENTE

Estudei 15 bear markets históricos – e explico por que vejo grandes chances de a bolsa cair de novo

Todas as vezes que o índice Dow Jones caiu mais de 20% nos séculos XX e XXI, o fundo do poço foi testado mais de uma vez. A crise mais curta durou 63 dias e a mais longa se arrastou por 1029 dias

28 de abril de 2020
6:37 - atualizado às 8:38
Bear market: tendência de queda
Imagem: Shutterstock

Hoje tomei a liberdade para ir direto ao ponto – sem o tradicional storytelling. O tema demanda objetividade e a devida diligência. Enquanto financista, meu maior anseio é levar a você, meu leitor, a informação mais apurada possível, de modo a tentar explorar oportunidade de se ganhar dinheiro com a máxima responsabilidade.

Recentemente, tive a oportunidade de me debruçar sobre a história e o comportamento dos bear markets ao longo do século passado, tudo alinhado e a pedido de Felipe Miranda, Estrategista-Chefe e Sócio-Fundador da Empiricus, e em conjunto do brilhante e excepcional trabalho de Leandro Petrokas, chefe da área de análise técnica da mesma casa de análise.

Pairava sobre nossas cabeças a dúvida sobre a duração temporal média dos mercados de baixa. Além disso, buscávamos entender, com o auxílio da análise fria dos dados históricos, como se desenhava o desempenho dos ativos de risco em momento conturbados.

Não é segredo para ninguém, como venho compartilhando neste espaço há algum tempo, que o momento atual demanda cautela e resiliência emocional. Vivemos um período idiossincrático nos mais diversos sentidos. Contudo, por mais que as premissas de todos nossos modelos tenham se abalado demasiadamente, ainda temos muito trabalho para fazer. Não é porque não vemos a resposta que ela não existe. Ausência de evidência não é evidência de ausência.

Desde a dispersão do coronavírus pelo mundo e a subsequente implementação dos modelos de quarentena ao redor do globo, os ativos de risco, notadamente as ações, se mostraram extremamente estressados. Tivemos o sell-off mais agudo em menos tempo da história e, ao que tudo indica, podemos não ter visto o fundo do poço ainda. Ou, se o vimos, devemos nos lembrar de que até o poço pode ter porão quando se trata de investimento - vide os valores do contrato futuro do petróleo indo para patamares negativos na semana passada, por exemplo.

Ao observarmos os contornos do Dow Jones Industrial Average (índice de ações mais tradicional dos EUA) ao longo do século XX e do século XXI, podemos constatar que, na maioria das vezes, a queda total de um bear market pode ser dividida em cinco movimentos, sendo três de baixa e dois de alta. Historicamente ainda, nota-se que o terceiro ou o quinto movimento tende a ser o mais expressivo.

Leia Também

Também percebemos que, dentro dos bear markets, existem movimentos exuberantes de alta, mas que marcam topo abaixo do topo prévio. O primeiro movimento de alta, que é a correção após o impulso de queda inicial, costuma ser de 50% a 60% do movimento de queda prévio, algo como o que estamos testemunhando também no bear market atual. Tal movimento de alta é o que chamaos “pulo do gato morto”, ou, em inglês, “dead cat bounce”.

Grosso modo, assim, podemos estruturar imageticamente os mercados de baixa da seguinte forma:

Fonte(s): Empiricus

Descritivamente, um bear market normal tem três fases claras. Na primeira (1), ocorre uma queda rápida e vigorosa, até um mínimo local. Então, inicia-se uma nova etapa (2), cujo tamanho corresponde, em módulo, a pelo menos metade da queda anterior (o segmento de reta batizado 2 tem ao menos metade do tamanho de 1). A partir daí, entramos numa terceira fase (3), em que se testa a mínima anterior ou algo ainda mais para baixo.

Hoje, é praticamente impossível prever os próximos passos do mercado. Entretanto, seguindo o comportamento usual dos bear markets, podemos esperar por mais movimentos de queda no gráfico semanal, tanto nas Bolsas americanas como na brasileira.

Reforço que não se trata de uma opinião o que observamos aqui, apenas de uma análise absolutamente fria da realidade concreta, de modo a tentar contextualizar historicamente o momento atual, no anseio de buscar entender o presente bear market a partir de experiências anteriores.

Para exemplificar um pouco melhor, a maior queda foi verificada entre setembro de 1929 e julho de 1932 (durante a Grande Depressão), quando o Dow Jones acumulou perdas de 89,26%. O bear market mais longo também foi o desse período, com duração de 1.029 dias. Já o mais curto se deu entre agosto e outubro de 1987, quando o índice do mercado americano caiu 40,09% em 63 dias.

Veja como o jogo é longo. O bear market mais curto da história ocorreu no pânico de 1987 e durou oito semanas. O segundo mais curto foi de 1961 a 1962, com 32 semanas.

Abaixo, o gráfico retratando o período de setembro de 1929 a julho de 1932:

Fonte(s): Empiricus e Trading View

A duração total do bear market, como disse, foi de 1.029 dias, com uma amplitude de queda da ordem dos 89,26%, sendo que o maior movimento de queda foi visto em um quinto instante (terceira pernada para baixo), acumulando 79,40% de correção. Poderia me estender por diversos gráficos, mas acredito que este, por si só, já consiga expressar o que passa em nossas cabeças.

Portanto, se o Ibovespa cai mais de 30% só em 2020, não podemos esperar que as coisas se resolvam em um piscar de olhos – se estamos na véspera de uma das crises mais agudas da história recente, não tem como tratar que o problema será resolvido rapidamente.

Pelo contrário, o investidor de sucesso deve estar consciente de que os investimentos em ativos de renda variável devem respeitar, grosso modo, o longo prazo. Só assim, como nos indica o estudo acima, poderíamos ter uma noção mais clara de formação das tendências mais bem definidas e consolidadas, em movimento sustentáveis.

Por mais que pareça o suficiente para tirarmos conclusões, não paramos por aí.

Note que, em meio à exacerbação do nível de incerteza, a tangibilidade dos preços se esvai. Devemos comprar as ações no auge do medo (da incerteza)? Se realmente devemos comprar ações no auge do medo, o ideal seria saber quando isso ocorre. Mas é muito difícil compreender tal verificação de medo.

Quem melhor consegue nos ajudar nesse sentido seria o VIX.

O VIX é o índice que mede a volatilidade das opções das 500 ações que compõe o índice americano S&P 500. Também é conhecido como índice do medo, devido ao fato de que quanto maior o índice, maior a volatilidade das opções; portanto, mais incerto os agentes estão em relação ao futuro.

Estudamos seis quedas expressivas no mercado de capitais americano, representado pelo índice Dow Jones, e buscamos responder à seguinte pergunta: o mercado marca fundo, ou seja, encontra seu menor patamar, quando o VIX marca topo? Em outras palavras, o auge da volatilidade é, de fato, o auge da crise?

A resposta é não. O VIX costuma marcar seu topo (auge) em um dia de forte queda do mercado. Até aí, seria o comportamento natural e esperado. Contudo, tal movimento não necessariamente marca o fundo do movimento nas ações. Abaixo, uma tabela que compila os resultados consolidados do nosso estudo.

Fonte(s): Empiricus

Aprendemos que, após o topo no VIX, enxergamos os mercados seguindo em queda até encontrar o fundo definitivo do movimento. Na verdade, o que acontece é que, na fase inicial de uma crise, ocorrem os grandes ajustes de portfólio, forçando uma abrupta desalavancagem do sistema e espalhando o pânico. Nesse momento inicial, não há diferenciação; isto é, tudo cai indiscriminadamente e acentuadamente. No pós-pânico, por sua vez, passa a haver a diferenciação e, então, questões particulares, das individualidades de países ou ativos, começam a ser relevantes.

Resumidamente, Bolsas costumam testar seus fundos ao menos uma vez em bear markets bem definidos e o pico de volatilidade não é indicativo de mínima dos mercados – os mercados atingem suas mínimas, em médias, 150 dias após o pico de volatilidade. Ou seja, o jogo é longo e ainda temos muito chão pela frente.

Agradeço muitíssimo a oportunidade concedida pelo Felipe Miranda e pelo Leandro Petrokas para que eu pudesse fazer parte desse fabuloso estudo tão bem conduzido por eles.

Pragmaticamente, finalizamos com a questão: quando comprar uma ação se estamos em um bear market como o atual? E se a ação que parece barata hoje cair mais 20%, 30% ou 50% nos próximos dias, como a história sugere que possa acontecer?

Nos parece claro que as Bolsas globais têm tudo para testar novas mínimas, incluindo o próprio Ibovespa. Isso é certeza? Negativo. Então como se preparar?

O grau de exposição parece ser chave aqui. Regular hoje uma posição líquida comprada a ativos de risco (ações) de até 15% do total, paralelamente a uma sólida posição com proteções clássicas (ouro e dólar) de até 30% do total, com uma internacionalização dos investimentos de até 15% do total e uma posição em caixa (risco zero e liquidez imediata) robusta parece ser uma solução interessante para o investidor local.

Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.

Semanalmente, por meio do Carteira Empiricus, nosso carro chefe entre as assinaturas, buscamos, sob a tutela de nossas Estrategista-Chefe, Felipe Miranda, procurar as melhores oportunidades para os mais diferentes tipos de mercado. Criamos uma alocação completa que contempla TUDO o que o investidor precisa saber para o momento atual. Para os que gostaram do estudo acima, convido-os para checar nossos conteúdos. Quem tenta, não se arrepende.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MERCADO EM 5 MINUTOS

Mercado em 5 Minutos: O que a queda de um símbolo nos mostra sobre o momento atual?

9 de setembro de 2022 - 11:21

A morte da Rainha Elizabeth II marca não só o fim do 2º período elisabetano para os britânicos, mas também a queda de um dos mais icônicos símbolos de estabilidade das últimas décadas

MERCADO EM 5 MINUTOS

Mercado em 5 Minutos: Uma nova frente de estímulos ao redor do mundo vem ganhando força

6 de setembro de 2022 - 10:14

É possível sentir uma cautela no ar antes da reunião do Banco Central Europeu (BCE), nesta semana, enquanto acompanhamos as consequências do corte de gás da Rússia

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O pior ainda está por vir: Europa corre o risco de apagões e recessão se Putin seguir cortando o gás

6 de setembro de 2022 - 7:11

Existem duas frentes de preocupação da crise energética que o mercado deve permanecer de olho: o gás natural e o pétroleo

MERCADO EM 5 MINUTOS

Mercado em 5 Minutos: Quem está ansioso para o dia da independência?

5 de setembro de 2022 - 10:10

Começamos com o Dia do Trabalhos nos EUA, nesta segunda-feira (5), que fecha o mercado americano. Os mercados asiáticos iniciaram a semana em queda, acompanhados pelas bolsas europeias.

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Aperte os cintos: o Fed praticamente acabou com as teses de crescimento, e o fim do bear market rally está aí

30 de agosto de 2022 - 6:22

Saída da atual crise inflacionária passa por algum sacrifício. Afinal, estamos diante de um ciclo econômico clássico e será preciso esfriar o mercado de trabalho

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O conclave dos banqueiros centrais vai começar: saiba o que esperar do simpósio de Jackson Hole

23 de agosto de 2022 - 9:17

Foi em Jackson Hole que Jerome Powell previu erroneamente que a inflação nos Estados Unidos seria um fenômeno transitório

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Campanha eleitoral finalmente começa e volatilidade se avizinha, mas há meios de mitigar os riscos no mercado; aqui você aprende como

16 de agosto de 2022 - 6:00

Muita volatilidade é esperada, mas o mercado já conhece Lula e também sabe quem é Bolsonaro; as eleições não representam uma ameaça concreta à bolsa e é possível capturar o potencial de valorização desse período

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Um mundo tomado pela inflação: entenda a que é preciso prestar atenção para saber se os preços vão finalmente parar de subir

9 de agosto de 2022 - 6:10

O processo de normalização dos preços será fundamental para que consigamos ter maior previsibilidade quanto ao futuro dos ativos de risco

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair

2 de agosto de 2022 - 5:58

Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas

Insights Assimétricos

O Fed entre os juros e a inflação: por que estamos na semana mais importante de julho?

26 de julho de 2022 - 7:11

O Federal Reserve (Fed) se vê entre a cruz e a espada: subir juros de um jeito agressivo e afetar a economia, ou deixar a inflação alta?

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Pouso suave ou aterrissagem forçada? Saiba o que esperar do petróleo diante da desaceleração da economia global

19 de julho de 2022 - 6:24

Apesar de a história mostrar que o petróleo caiu em 5 das últimas 6 recessões, há espaço para que o declínio dos preços das ações de petróleo seja menor que o da commodity desta vez

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Ruídos da recessão: como a alta dos preços da energia na Europa acabou com a vantagem competitiva da zona do euro

12 de julho de 2022 - 7:04

Efeitos nocivos da recessão na Europa também devem afetar o Brasil, que fornece matérias-primas e compra maquinários industriais dos europeus

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Pior que a alta dos combustíveis! Entenda como o aumento dos preços dos alimentos ameaça a recuperação da economia global

5 de julho de 2022 - 6:27

Questões geopolíticas devem continuar pressionando as cadeias de fornecimento de alimentos existentes, sem uma solução fácil no curto prazo

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O dólar pode ser imprevisível, mas é essencial para proteger sua carteira. Entenda os riscos e conheça as melhores estratégias

28 de junho de 2022 - 6:28

Os movimentos do dólar no mercado de câmbio são incertos, mas há estratégias eficazes para investir na moeda norte-americana e diversificar seu portfólio

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Economia global em desaceleração: como investir quando o risco de recessão aumenta a cada minuto que passa

21 de junho de 2022 - 6:23

Mercado financeiro está diante de águas bastante turbulentas, o que reforça a importância de diversificar e proteger seus investimentos

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Precisamos sobreviver a mais uma Super Quarta: entenda por que a recessão é quase uma certeza

14 de junho de 2022 - 6:22

Não espere moleza na Super Quarta pré-feriado; o mundo deve continuar a viver a tensão de uma realidade de mais inflação e juros mais altos

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Um metal precioso ganha momento com o fim dos estímulos – entenda por que você precisa dele na sua carteira

7 de junho de 2022 - 6:56

Ouro se manterá como componente indispensável do portfólio no futuro, permitindo que investidores não percam o sono mesmo em situações estressantes nos mercados

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Recessão em tons de Zima Blue – como investir em um momento no qual o mercado precisa buscar suas raízes para sair da crise

31 de maio de 2022 - 7:09

Processos como o atual fazem parte de movimentos naturais do mercado; a agressividade da correção se relaciona com o tempo em que nos distanciamos de nossa essência

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O futuro bate à nossa porta: entenda a importância da regulamentação do mercado de carbono no Brasil

24 de maio de 2022 - 6:25

O avanço do mercado de carbono no Brasil ainda é pequeno em comparação ao que ocorre na Europa, mas é um passo fundamental para sua consolidação

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Nos embalos de um mundo ainda globalizado: como a rotação setorial deve beneficiar a Vale (VALE3)

17 de maio de 2022 - 6:32

A Vale tem atravessado uma verdadeira montanha-russa – ou seria uma montanha-chinesa? -, mas sua ação mantém-se com um caso de sucesso entre as teses de valor

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar