Após os Estados Unidos ameaçarem romper relações com a China, o gigante asiático decidiu acelerar a compra de bens agrícolas americanos, cumprindo os termos do acordo comercial firmado em janeiro. A notícia trouxe alívio aos mercados, que operam em alta nesta manhã, mas ainda monitoram uma possível segunda onda nos EUA e China.
No Brasil, a crise política segue em destaque. Os investidores aguardam os desdobramentos da prisão de Fabrício Queiroz para o governo Bolsonaro, que está enfraquecido pelas investigações já em andamento e os atritos com o STF.
Alívio comercial
Notícias de que o governo chinês planeja acelerar a compra de bens agrícolas americanos, um dos termos do acordo comercial firmado em janeiro, animam os mercados nesta sexta-feira.
Segundo a Bloomberg, a decisão foi tomada após conversas ocorridas no Havaí entre os países nesta semana. Ontem, o clima de tensão havia aumentado entre os países, com o presidente Donald Trump ameaçando até mesmo cortar os laços com o gigante asiático.
Com o sinal de calmaria no campo comercial, os investidores também repercutem a fala do epidemiologista chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, Wu Zunyou. Segundo o especialista, a nova onda de infecções de covid-19 registrada em Pequim está sob controle.
A notícia alívia um pouco do temor do mercado de que uma nova onda da doença atraoalhe o processo de retomada econômica. No entanto, os Esgtados Unidos seguem apresentando uma alta no número de casos em estados que relaxaram as medidas de isolamento.
Na Ásia, os mercados fecharam em alta durante a madrugada. Os índices futuros em Nova York também operam no azul, refletindo as notícias do campo comercial. Na Europa, preocupações com o coronavírus limitam os ganhos, mas as principais bolsas sobem no início da manhã.
Tempo fechado
O cenário político conturbado no Brasil pode limitar o efeito do movimento de alta observado no exterior.
A semana, que foi marcada por uma série de derrotas do governo Bolsonaro contra o Judiciário - com o andamento de inquéritos que atingem apoiadores do presidente, chega ao fim ainda repercutindo a prisão de Fabrício Queiroz. A saída de Abraham Weintraub do ministério da Educação foi ofuscada pela prisão do ex-assessor.
Queiroz é investigado por participação no esquema de 'rachadinha' no gabinete de Flávio Bolsonaro e foi preso na casa do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef.
Bolsonaro categorizou a prisão como 'espetaculosa' e disse que para ele o caso está encerrado. Para os investidores, os desdobramentos do caso ainda são incertos.
O presidente também sofreu outras derrotas no Supremo. A Corte aprovou a constitucionalidade do inquérito das fake news e negou o pedido de Habeas Corpus de Sara Winter.
Na quinta-feira, o cenário político tenso foi ignorado pela bolsa brasileira ontem, quando o Ibovespa subiu 0,60%, a 96.125,24 pontos. O câmbio, no entanto, absorveu toda a tensão, subindo 2,09%, a R$ 5,3708.
Boletim médico
O Brasil deve atingir hoje a marca de 1 milhão de casos do novo coronavírus. O país também se aproxima da marca de 50 mil mortos.
Foi o terceiro dia consecutivo com mais de mil mortes registradas. Foram 23.050 novos casos e 1.204 mortos.
Agenda
No Brasil, destaque apenas para os dados da CNI, sobre a indústria (10h).
No exterior, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve participa de evento, às 14h.
Fique de olho
- Localiza pagará R$ 64,764 milhões em juros sobre capital próprio
- Even irá pagar R$ 30 milhões em dividendos no dia 2 de julho.
- Copasa distribuirá R$ 43,8 milhões em JCP, o equivalente a R$ 0,34 por ação