🔴 OURO DISPARA 55% EM 2025: AINDA DÁ PARA INVESTIR? – SAIBA COMO SE EXPOR AO METAL

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Cláusula contratual

A partir de 2022, RBVA11 terá que vender imóveis hoje alugados para o Santander

Banco não vai renovar contratos de 26 agências pertencentes ao fundo, que vencem em 2022 e 2023; ao menos um desses contratos obriga fundo a vender o imóvel nesse caso, impedindo-o de alugá-lo a terceiros

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
17 de agosto de 2020
5:30 - atualizado às 4:38
estágio no Santander
Locação de agências do Santander são alvo de disputa judicial. Imagem: Shutterstock

A não renovação de 26 contratos de locação do Santander com o fundo imobiliário Rio Bravo Renda Varejo (RBVA11) pode representar, para os cotistas, um risco maior do que se imaginou até agora.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na última segunda-feira (10), o RBVA11 emitiu fato relevante informando que o Santander não pretende renovar o aluguel de 26 das 28 agências bancárias de propriedade do fundo e das quais o banco é, atualmente, inquilino.

Todos os contratos dessas agências vencem ou em dezembro de 2022 ou em julho de 2023. Esses 26 imóveis respondem, hoje, por 48% da receita imobiliária do fundo. Todas as 28 agências respondem por 55% da receita de locação.

Em fatos relevantes publicados na segunda (10) e na quinta-feira (13), a Rio Bravo se limitou a dizer que a não renovação dos contratos não impactará as receitas imobiliárias do fundo de forma imediata e até o fim da vigência dos contratos e que considera que os prazos residuais até os términos dos contratos “serão extremamente importantes para o trabalho de destinação dos ativos do Fundo”, sem especificar, entretanto, que destinação seria essa.

Eu obtive um dos contratos de locação, referente a uma agência localizada na Avenida Paulista, região central de São Paulo. Segundo ele, em caso de não renovação do aluguel, o fundo não pode locá-lo a terceiros, ficando obrigado a vendê-lo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nessa venda, o Santander tem direito de preferência nos mesmos termos oferecidos a terceiros e tem até os 60 últimos dias do prazo do contrato de locação para exercer sua opção de compra. Apenas se não desejar comprar o imóvel é que o fundo poderá oferecê-lo a mercado.

Leia Também

Se os contratos de todas as 26 agências tiverem estas mesmas cláusulas, isso significa que, a partir de dezembro de 2022, o fundo não só perderá a receita com os aluguéis desses ativos como também terá de começar a vendê-los.

Os ativos mais bem localizados, como essa agência da Avenida Paulista, talvez não sejam tão difíceis de vender, e dependendo de como estiver o mercado em 2023, podem ser até vendidos por um preço interessante. Mas o Santander também optou por devolver agências em localizações menos nobres, cujas vendas talvez já não sejam tão bons negócios.

No fato relevante de quinta-feira, a Rio Bravo disse que já considerava a possibilidade de não renovação das locações, uma vez que os locatários são livres para renová-las ou não, e a gestora analisa múltiplos cenários envolvendo todos os inquilinos e contratos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A Rio Bravo diz ainda que prossegue com a estratégia de diversificação de locatários, contratos e setores de atuação que vem implementando desde o início do fundo.

De fato, o RBVA11 começou como um fundo de agências da Caixa, e hoje tem também agências do Santander, além de imóveis alugados para a C&A, a Centauro e o Grupo Pão de Açúcar e uma participação no Shopping Iguatemi, em São Paulo.

Assim, é bem possível que, até o final de 2022, quando começam a vencer os contratos com o Santander, o fundo consiga mitigar o risco representado pela perda de um inquilino importante e a subsequente venda dos imóveis responsáveis por quase metade da sua receita imobiliária. Mesmo assim, vale o investidor ficar atento.

Disputa judicial

As 28 agências do Santander que são propriedade do RBVA11 são hoje alvo de uma disputa judicial entre o banco e o fundo. O Santander entrou com uma ação para cada imóvel a fim de tentar baixar, na Justiça, os valores dos aluguéis.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Muito embora se tratem de contratos atípicos - que não admitem revisional, apenas correção pela inflação até o vencimento - o Santander alega “onerosidade excessiva” em razão de acontecimento extraordinário e imprevisível, a pandemia de coronavírus.

Para justificar seu pedido, o banco recorre não à Lei do Inquilinato, a cujo direito de revisional as partes renunciaram nesses contratos de locação, mas sim a dois artigos do Código Civil.

O banco deseja que os valores dos aluguéis se aproximem mais do atual valor de mercado, alegando que os aluguéis e os próprios valores dos imóveis caíram em razão da crise desencadeada pela pandemia.

O Santander também diz que não teve pleno uso dos imóveis, uma vez que as agências bancárias tiveram seus horários de funcionamento reduzidos em razão das medidas de distanciamento social impostas pelo Poder Público.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Até, agora, porém, nenhuma das ações obteve êxito. Mesmo assim, o imbróglio machucou as cotas do fundo na bolsa, cujos preços já caíram mais de 15% desde a notícia de que o Santander havia entrado com as 28 ações.

Investidores criticaram duramente a iniciativa do banco, uma vez que uma mudança nos valores de aluguel de contratos atípicos poderia elevar a insegurança jurídica do mercado de fundos imobiliários com um todo.

Esse tipo de contrato é considerado o mais conservador dos contratos de aluguel, pois costuma ter prazo longo - normalmente de dez anos -, sem revisional por todo o período, além de obrigar o inquilino a pagar todo o fluxo de aluguéis caso ele peça rescisão antes do vencimento.

Em momentos de crise, como o atual, fundos que têm muitos contratos atípicos tendem a sofrer menos do que aqueles com contratos típicos de cinco anos e revisional no meio do prazo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Posição da Rio Bravo

No dia 29 de julho - antes de o Santander ter manifestado intenção de devolver os imóveis ao fim do contrato, mas já depois do início dos processos - a Rio Bravo promoveu um webcast para tirar dúvidas de cotistas, ainda disponível aqui.

Na ocasião, a gestora não falou sobre a necessidade de venda dos imóveis caso o Santander optasse por não renovar os contratos, embora tenha sido questionada sobre o que aconteceria nesse caso.

Pelo contrário, deu a entender que seria possível alugar os imóveis a outros inquilinos, logo nas três primeiras perguntas feitas por espectadores, a partir dos 20 minutos de vídeo, mais ou menos.

Em um dado momento, perguntado sobre em que mês exatamente vencem os contratos com o Santander que terminam em 2022, Everton Carajeleascow, da equipe de gestão da Rio Bravo, responde que o vencimento se dá em dezembro, com efeito caixa apenas depois de janeiro do ano seguinte. “Posterior a isso seria ou uma renovação desse contrato, ou uma vacância, ou uma locação para um terceiro”, diz o gestor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No minuto 36:07, um espectador pergunta sobre uma eventual devolução dos imóveis pelo Santander ao término dos contratos. Ao que o gestor responde: “Se devolver os ativos, teremos que buscar novos locatários”.

Mas pelo contrato a que eu tive acesso, esta não é uma alternativa viável, ao menos não para todas as agências do Santander. Inclusive isso foi admitido pela defesa da Rio Bravo em manifestações no decorrer dos processos referentes à redução dos aluguéis.

Eu procurei a gestora, que informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que não está comentando o assunto.

Entretanto, no último fato relevante do fundo, a Rio Bravo informa que realizará um novo webcast para tirar dúvidas de investidores no dia 20 de agosto, e que as perguntas podem ser enviadas até as 10h

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NÃO ENGATOU

Braskem (BRKM5) salta quase 10%, mas fecha com ganho de apenas 0,6%: o que explica o vai e vem das ações hoje?

19 de novembro de 2025 - 18:49

Mercado reagiu a duas notícias importantes ao longo do dia, mas perdeu força no final do pregão

COMPRA OU VENDE?

SPX reduz fatia na Hapvida (HAPV3) em meio a tombo de quase 50% das ações no ano

19 de novembro de 2025 - 17:40

Gestora informa venda parcial da posição nas ações e mantém derivativos e operações de aluguel

VAI CAIR NA CONTA?

Dividendos: Banco do Brasil (BBAS3) antecipa pagamento de R$ 261,6 milhões em JCP; descubra quem entra no bolo

19 de novembro de 2025 - 11:33

Apesar de o BB ter terminado o terceiro trimestre com queda de 60% no lucro líquido ajustado, o banco não está deixando os acionistas passarem fome de proventos

EFEITOS DO IMBRÓGLIO

Liquidação do Banco Master respinga no BGR B32 (BGRB11); entenda os impactos da crise no FII dono do “prédio da baleia” na Av. Faria Lima

19 de novembro de 2025 - 10:20

O Banco Master, inquilino do único ativo presente no portfólio do FII, foi liquidado pelo Banco Central por conta de uma grave crise de liquidez

OPORTUNIDADES OU ARMADILHA?

Janela de emissões de cotas pelos FIIs foi reaberta? O que representa o atual boom de ofertas e como escapar das ciladas

19 de novembro de 2025 - 6:02

Especialistas da EQI Research, Suno Research e Nord Investimentos explicam como os cotistas podem fugir das armadilhas e aproveitar as oportunidades em meio ao boom das emissões de cotas dos fundos imobiliários

ALTA COM DESCONFORTO

Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual

18 de novembro de 2025 - 15:22

Pesquisa com gestores aponta queda no otimismo, desconforto com valuations e realização de lucros após sequência histórica de altas do mercado brasileiro

DEPOIS DA LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa

18 de novembro de 2025 - 11:41

As ações da companhia recuaram na bolsa depois de o BC determinar a liquidação extrajudicial do Master e a PF prender Daniel Vorcaro

ONDA DE REVISÕES CONTINUA

Hapvida (HAPV3) lidera altas do Ibovespa após tombo da semana passada, mesmo após Safra rebaixar recomendação

17 de novembro de 2025 - 15:53

Papéis mostram recuperação após desabarem mais de 40% com balanço desastroso no terceiro trimestre, mas onda de revisões de recomendações por analistas continua

REAÇÃO AOS BALANÇOS

Maiores quedas do Ibovespa: Rumo (RAIL3), Raízen (RAIZ4) e Cosan (CSAN3) sofrem na bolsa. O que acontece às empresas de Rubens Ometto?

17 de novembro de 2025 - 15:15

Trio do grupo Cosan despenca no Ibovespa após balanços fracos e maior pressão sobre a estrutura financeira da Raízen

FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%

15 de novembro de 2025 - 16:23

Levantamento mostra que fundos de shoppings e do agronegócio dominaram as maiores valorizações, superando com sobra o desempenho do IFIX

ESTRATÉGIA DOS GESTORES

Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina

15 de novembro de 2025 - 15:30

Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973

14 de novembro de 2025 - 18:44

Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%

O DIA DEPOIS DO BALANÇO

Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%

14 de novembro de 2025 - 17:37

Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre

QUEM É VIVO SEMPRE APARECE. OU MELHOR: QUEM É OI

Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%

14 de novembro de 2025 - 16:52

Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3

O QUE BOMBOU NA BOLSA

Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano 

14 de novembro de 2025 - 15:02

Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano

AÇÕES QUE FICARAM PARA TRÁS

Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa

14 de novembro de 2025 - 12:02

Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3

GALPÕES LOGÍSTICOS

A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas

14 de novembro de 2025 - 6:07

Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?

“REALMENTE ME ASSUSTA”

A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações

13 de novembro de 2025 - 19:01

Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo

A VOZ DOS GESTORES

A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado

13 de novembro de 2025 - 14:01

Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial

HORA DO “GRANDE CORTE”

De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?

13 de novembro de 2025 - 11:59

Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar