Pressão do coronavírus continua e mercados globais seguem no vermelho
Incertezas com o impacto da doença na economia global é um dos maiores fatores para a queda. Enquanto o indicador segue incerto, a doença continua se alastrando pelo globo
A quarta-feira de cinzas seguiu o roteiro esperado pelos investidores no mercado brasileiro.
Depois de dois dias fechada para as celebrações do carnaval, a bolsa brasileira realizou os ajustes necessários e teve o seu pior desempenho desde o Joesley Day, em 18 de maio de 2017.
Refletindo a cautela com o coronavírus, que se espalhou de forma rápido pelo mundo durante o feriado, a queda foi de quase oito mil pontos.
O principal índice da bolsa brasileira recuou 7%, aos 105.718,29 pontos.
O dólar também teve um dia sob alta pressão, mesmo com a atuação do BC - que realizou um novo leilão de swap, e subiu 1,11%, a R$ 4,4413, um novo reorde nominal de encerramento.
Acabou?
Mesmo com o ajuste feito, o sentimento ainda é de aversão ao risco. O coronavírus segue sendo o centro das atenções. Ao todo, já são mais de 81 mil pessoas infectadas pelo mundo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, falou em coeltiva sobre a situação da doença no país, que tem 16 casos confirmados.
Segundo Trump, o vice-presidente Mike Pence ficará responsável pelo controle da doença no país, e embora o risco para o povo americano seja 'muito baixo', o surto pode se tornar 'muito pior'.
O país também estuda restringir viagens para a Itália e a Coreia do Sul.
Os comentários intensificaram ainda mais o sentimento de cautela nas bolsas americanas e deixa os índices futuros negativos nessa manhã. Ontem, Wall Street anotou o seu quarto pregão consecutivo de perdas, com a situação intensificando a procura por ativos de risco, como os Treasuries.
Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única. Mesmo com as ameaças da doença, o banco central da Coreia do Sul manteve a sua taxa básica de juros em 1,25%.
Na Europa, parte das bolsas tentaram recuperar as perdas ontem, mas os mercados voltaram a cair nesta manhã. O Stoxx-600, índice pan-europeu, recuou abaixo dos 400 pontos.
Dia de PIB
Não é só a evolução do coronavírus que aumenta a desconfiança dos investidores com a economia americana. Indicadores menos robustos também possuem um papel importante na falta de fôlego de Wall Street para se recuperar.
Por isso, hoje os olhos se voltam para a divulgação dos números do PIB do 4º trimestre de 2019. O período ainda não traz dicas do possível impacto do coronavírus na economia americana, mas, se os números forem fracos, as bolsas americanas devem sofrer ainda mais.
Mais uma revisão
Enquanto isso, as empresas continuam revendo as suas projeções para os próximos meses. Depois de Apple, Mastercard e HP, agora foi a vez da Microsoft.
A companhia reviu o seu guidance de receita no segmento de computadores pessoais para o terceiro trimestre de 2020.
Balanços
Em semana esvaziada de divulgações, a Ambev divulgou o seu resultado do 4º trimestre de 2019 antes da abertura. Marcopolo e AES Tietê também divulgam os seus números hoje.
- A Ambev teve lucro de R$ 4,6 milhões no quarto trimestre de 2019, uma alta de 24,4%. Com o resultado o lucro líquido ajustado no ano aumentou 8,5%, atingindo R$ 12,549 bilhões.
Agenda
Expectativa é de deflação para o IGP-M de fevereiro, divulgado às 8h.
O dia também reserva as contas do Governo Central (10h) e os dados semanais do fluxo cambial (14h30) e a balança comercial (15h).
Fique de olho
BMG voltará a emitir letras financeiras em balcão e plataformas de investimentos.
Acionistas da Zamp (BKBR3) recusam-se a ceder a coroa do Burger King ao Mubadala; veja quem rejeitou a nova oferta
Detentores de 22,5% do capital da Zamp (BKBR3) já rechaçaram a nova investida do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos
Inflação americana segue sendo o elefante na sala e Ibovespa cai abaixo dos 110 mil pontos; dólar vai a R$ 5,23
O Ibovespa acompanhou o mau humor das bolsas internacionais e segue no aguardo dos próximos passos do Fed
Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB
As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional
Wall Street se recupera, mas Ibovespa cai com varejo fraco; dólar vai a R$ 5,17
O Ibovespa não conseguiu acompanhar a recuperação das bolsas americanas. Isso porque dados do varejo e um desempenho negativo do setor de mineração e siderurgia pesaram sobre o índice.
Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo
Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Leia Também
-
Prévia da inflação veio melhor que o esperado — mas você deveria estar de olho no dólar, segundo Campos Neto
-
Bolsa hoje: Dólar cai a R$ 5,11 com inflação nos EUA; Ibovespa retoma os 126 mil pontos com NY e avança 1% na semana
-
Real forte? Esse bancão vê a moeda brasileira vencendo o iene — divisa japonesa atinge o menor nível em 34 anos ante o dólar
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Imposto de 25% para o aço importado: só acreditou quem não leu as letras miúdas
-
3
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+