Os investidores estão em compasso de espera para a divulgação das decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. A expectativa é que tanto o Banco Central quanto o Federal Reserve irão manter a taxa básica de juros nos patamares atuais, mas o comunicado deve trazer novidades sobre o futuro e, no caso do Federal Reserve, detalhar melhor as mudanças recentes na leitura das metas de inflação.
No Brasil, os investidores também seguem monitorando os ruídos políticos que chegam de Brasília, após mais um dia de desentendimento entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes.
Cartão vermelho
"Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil".
Foi com essas palavras que o presidente Jair Bolsonaro anunciou o fim do Renda Brasil - programa que nem mesmo chegou a ver a luz do dia.
A declaração gerou certo mal estar no mercado, não pela 'morte' prematura do programa e sim pelos ruídos sobre a relação do presidente Jair Bolsonaro com o ministro Paulo Guedes e a equipe econômica.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente disse que daria um 'cartão vermelho' para quem sugerisse a possibilidade de congelamento de aposentadorias como meio de financiar a criação do Renda Brasil.
Mais tarde, o ministro Paulo Guedes afirmou que a declaração não era direcionada a ele. No entanto, o episódio fez com que a bolsa brasileira operasse com grande instabilidade no decorrer do dia, até fechar em leve alta de 0,02%, aos 100.297,91 pontos. O dólar também avançou, encerrando o dia em alta de 0,26%, a R$ 5,2890.
Dia de decisão
Nesta quarta-feira, após o fechamento do mercado (18h) o Comitê de Política Monetária do Banco Central divulga a sua decisão de política monetária.
A expectativa é pela manutenção da taxa básica de juros e pela sinalização sobre o futuro da economia e possíveis movimentos feitos pelo Banco Central.
Super-quarta
Não é só no Brasil que o dia é mercado por decisão. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve também anuncia hoje a sua decisão de política monetária (15).
Assim como no Brasil, a expectativa dos investidores é pela manutenção da taxa básica de juros e por maiores informações sobre as mudanças das metas de inflação, anunciadas recentemente pela instituição.
Em compasso de espera, os investidores asiáticos optaram pela cautela durante a madrugada. As bolsas do continente fecharam sem uma direção única.
Na Europa, as principais praças operam próximas da estabilidade, também no aguardo das novas sinalizações do Fed.
As bolsas do continente e os índices futuros em Wall Street passaram a subir com mais força após a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisar a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) global. Segundo a instituição, o esperado é uma queda de 4,5%, contra os 6% anunciados anteriormente.
Agenda
Os grandes destaques do dia são as decisões do Banco Central (18h) e do Federal Reserve (15h).
Além disso, a agenda também reserva a divulgação do IGP-10 de setembro (8h) e vendas no varejo em agosto nos Estados Unidos (9h30).
Fique de olho
- Petrobras anunciou que trocou US$ 4 bilhões em Glboal Notes por títulos registrados na SEC, que iniciou a venda do Bloco Tayrona na Colômbia e que voltou a negociar empresas que estavam impedidas por investigação.
- CVM aceitou acordo para encerrar processo envolvendo dois executivos da B3.
- Plano & Plano reduziu a faixa indicativa e precificou os seus papéis a R$ 9,40, movimentando R$ 690 milhões
- Raia Drogasil irá realizar desdobramento de ações de 1 para 5.
- A Unidas fará pagamento de juros sobre capital próprio no valor de R$ 0,0925 por ação.