Com Trump e possibilidade de novos estímulos no radar, bolsas internacionais exibem sinais mistos
Investidores acompanham o pronunciamento de diversas autoridades monetárias, buscando dicas sobre o futuro e a possibilidade de novos estímulos
A alta hospitalar do presidente americano Donald Trump, que se recupera na Casa Branca do diagnóstico positivo para coronavírus, e a aparente paz selada entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, são alguns dos fatores positivos que devem guiar os negócios nesta terça-feira. Mas, lá fora, as bolsas internacionais começam o dia sem tanta força para puxar uma alta mais forte.
Na Europa, onde as principais praças operam no azul, os investidores repercutem a fala da presidente do Banco Central Europeu, Christina Lagarde, de que novos estímulos podem ser aplicados na região. Nos Estados Unidos, também há expectativa por novidades sobre o novo pacote fiscal negociado no país e a fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em evento no meio da manhã. No entanto, os índices futuros em Wall Street exibem sinais mistos.
Céu azul
O grande termômetro dos mercados internacionais nos últimos dias tem sido a saúde do presidente americano Donald Trump. Na última sexta-feira, após o anúncio que o presidente americano havia testado positivo para a covid-19, os mercados amargaram perdas expressivas. Mas, com a recuperação favorável do seu quadro, os investidores começaram a semana com o pé direito.
No Brasil, não foi só a saúde de Trump que alimentou o otimismo visto na Bolsa brasileira. O cenário político, frequente foco de tensão e cautela, também aliviou os negócios.
O primeiro ponto de alívio foi a fala do senador Márcio Bittar, relator do Renda Cidadã, que disse que o novo programa social do governo respeitará o teto de gastos e que qualquer demanda deve passar pelo carimbo do ministro Paulo Guedes, da Economia.
Depois, a reaproximação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e de Guedes também agradou os investidores. Com o alívio no cenário, o Ibovespa avançou 2,21%, aos 96.089,19 pontos. Com a busca por ativos de risco em escala global, o dólar operou em forte queda, caindo 1,82%, a R$ 5,56.
Bandeira Branca
Após as farpas que vinham sendo trocadas nas últimas semanas, qunado o presidente da Câmara chegou a chamar o ministro de desequilibraso, os dois parecem ter firmado um acordo de paz.
Durante a noite, Guedes e Maia participaram de um 'jantar de reconciliação'. Maia pediu desculpas públicas por ter sido 'indelicado e grosseiro'. Gudes, por sua vez, agradeceu Maia e defendeu uma ação conjunta entre Executivo e Legislativo para que as reformas administrativas avancem e sejam aprovadas.
Em alta
A alta hospitalar do presidente Donald Trump influenciou positivamente as principais bolsas asiáticas, que fecharam em alta durante a madrugada. Na China, o mercado esteve fechado em razão do feriado do Dia Nacional e se manterão assim durante toda a semana.
O presidente americano segue se recuperando do coronavírus, mas agora já na Casa Branca.
Outra notícia que chega dos Estados Unidos e que ajuda a sustentar o bom humor dos investidores é as negociações em torno de um novo pacote de estímulos fiscais. A pauta tem estado enroscada, com desentendimentos entre a base do governo e oposição. No entanto, os investidores acreditam que o pacote está próximo de ser anunciado.
Na Europa, o principal gatilho para a alta das bolsas nesta manhã é o pronunciamento da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde. Em entrevista ao Wall Street Journal, Lagarde afirmou a o BCE ainda pode promover novos cortes da taxa básica de juros e injetar mais estímulos no continente para continuar combatendo os efeitos da pandemia do coronavírus na economia.
Nos Estados Unidos, o otimismo com a saúde de Trump e o novo pacote de estímulos têm efeitos limitados, com os índices futuros em Wall Street exibindo sinais mistos. Por volta das 7h42, somente o Dow Jones futuro avançava.
Agenda
Os principais destaques da agenda do dia ficam com os líderes das principais autoridades monetárias do mundo.
No Brasil, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, falará em evento virtual sobre 'fintechs, bancos digitais e meios de pagamento' (17h).
Lá fora, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, discursa em evento (11h40). Na Europa, Christine Lagarde também fará um novo pronunciamento (10h).
Dentre os indicadores econômicos, destaque para o relatório de empregos Jolts de agosto, nos EUA, (11h).
Fique de olho
- Os bancos que coordenam a oferta da varejista Havan sugeriram a suspensão da oferta por conta das condições de mercado.
- A companhia Sequoia precificou a ação em R$ 12,40, abaixo da faixa estimulada, movimentando R$ 1 bilhão.
- A Sinqia adquiriu a empresa de software Tree Solution.
- A Totvs anunciou o lançamento da Totvs consignado, plataforma de gestão de empréstimo consignado privado.
- Após a aprovação em assembleia, a Justiça homologou o aditamento do plano de recuperação judicial da Oi.
Acionistas da Zamp (BKBR3) recusam-se a ceder a coroa do Burger King ao Mubadala; veja quem rejeitou a nova oferta
Detentores de 22,5% do capital da Zamp (BKBR3) já rechaçaram a nova investida do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos
Inflação americana segue sendo o elefante na sala e Ibovespa cai abaixo dos 110 mil pontos; dólar vai a R$ 5,23
O Ibovespa acompanhou o mau humor das bolsas internacionais e segue no aguardo dos próximos passos do Fed
Esquenta dos mercados: Cautela prevalece e bolsas internacionais acompanham bateria de dados dos EUA hoje; Ibovespa aguarda prévia do PIB
As bolsas no exterior tentam emplacar alta, mas os ganhos são limitados pela cautela internacional
Wall Street se recupera, mas Ibovespa cai com varejo fraco; dólar vai a R$ 5,17
O Ibovespa não conseguiu acompanhar a recuperação das bolsas americanas. Isso porque dados do varejo e um desempenho negativo do setor de mineração e siderurgia pesaram sobre o índice.
Esquenta dos mercados: Depois de dia ‘sangrento’, bolsas internacionais ampliam quedas e NY busca reverter prejuízo; Ibovespa acompanha dados do varejo
Os futuros de Nova York são os únicos que tentam emplacar o tom positivo após registrarem quedas de até 5% no pregão de ontem
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Leia Também
-
Por que o iene japonês está perdendo valor e atingiu o menor patamar frente ao dólar em mais de 34 anos?
-
Bolsas hoje: Ibovespa fecha em alta, mas acumula tombo de 4,5% no primeiro trimestre; dólar sobe e volta aos R$ 5
-
Bolsa hoje: Wall Street e bancos dão 'empurrão' e Ibovespa fecha em alta; dólar cai
Mais lidas
-
1
Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 10% e registram maior alta do Ibovespa; 'bancão' americano aumentou participação na varejista
-
2
O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
-
3
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha