Coronavírus pauta dia de sinais mistos no mercado
Enquanto o sinal vermelho prevalece na Ásia, os índices futuros em Nova York e a abertura do pregão na Europa indicam um dia que pode ser de recuperação, com leves altas.
Após um feriado prolongado do ano novo lunar, as bolsas chinesas voltaram a abrir e enfrentaram forte quedas. Durante o período de fechamento, o coronavírus continuou se espalhando e as bolsas precificaram a situação com atraso. Já são mais de 17 mil infectados na China e mais de 360 mortes.
O índice Xangai Composto caiu 7,72%, enquanto o Shenzen Composto despencou 8,41%. As outras bolsas da região seguiram a mesma tendência.
Com a volta definitiva do feriado na China, o minério de ferro também voltou a ser negociado e fechou em baixa de 5,37%, cotado a US$ 80,38 a tonelada.
Redução de danos
O tombo do mercado chinês já era esperado e o governo local tenta agir rapidamente para estancar as perdas.
O banco central chinês (PBcC) anunciou a injeção de US$ 173 bilhões em liquidez no sistema financeiro. A medida foi tomada por meio de uma oferta de contratos de recompra reversas de 7 e 10 dias, o que reduxiu os juros dessas operações em 10 pontos-base.
O país também suspendeu a negociação com futuros e proibiu a venda a descoberto de ações.
Mas a medida está longe de ser o suficiente. Durante a madrugada o país divulgou o seu índice de gerente de compras (PMI) industrial, que caiu de 51,5 em dezembro para 51,1 em janeiro. Não se sabe ainda se a leitura já sofreu impacto dos desdobramentos do coronavírus.
Com uma mistura de dados econômicos pouco animadores e a cautela elevada em torno do coronavírus, a bolsa brasileira fechou com queda de 1,53%, aos 113.760,57 pontos.
Dia de recuperação?
Enquanto o sinal vermelho prevalece na Ásia, os índices futuros em Nova York e a abertura do pregão na Europa indicam um dia que pode ser de recuperação, com leves altas.
Na Europa, os investidores também repercutem os dados positivos da atividade industrial na zona do euro e o Brexit. O PMI industrial do bloco subiu de 46,3 em dezembro para 47,9 em janeiro. Esse é o maior nível desde abril de 2019.
Petróleo
A possibilidade da Opep considerar um corte adicional de 500 mil barris por dia (bpd) na produção para conter o impacto do vírus faz a commodity ganhar força. Desde o dia 20, quando o surto do coronavírus estourou na China, a cotação do petróleo já caiu 11%.
Olho na Selic
A semana começa com a expectativa pela decisão monetária do Copom na próxima quarta-feira (5).
A maior parte do mercado defende que um novo corte de 0,25 ponto na taxa básica de juros deve ocorrer, já que os dados recentes de inflação e da atividade econômica doméstica não empolgam.
Confira os principais eventos que mexem com a bolsa nesta semana.
Agenda
Resultado da balança comercial brasileira é divulgado hoje, às 15h.
A semana ainda tem a divulgação do payroll do mês de janeiro, na sexta-feira, nos Estados Unidos.
Balanços
Nos Estados Unidos, hoje é dia de conhecer os resultados da Alphabet, dona do Google. Lá fora, a semana ainda reserva os números do Twitter, Ford, GM e Fiat.
No Brasil, entramos na segunda semana de divulgação dos balanços corporativos. Na quarta-feira (5) é dia do Brasdesco. Na quinta-feira (6) Lojas Renner e Klabin.
Confira os principais destaques corporativos da semana.
Fique de olho
- Funcionários da Petrobras seguem com a greve iniciada no último sábado (1º) e atinge dez estados. A estatal informou que a produção não está sendo afetada.
- Gol tranferiu as suas ações da Smiles para a subsidiária GLA. ações da GLA serão incorporadas pela Gol e as PN resgatáveis da GLA serão resgatadas por pagamentos em dinheiro
- Latam deixará aliança OneWorld em 1 de março
- Daniel Oliveira será o substituto de José Vicente Marino na presidência da Avon
- Cogna irá relizar follow on que pode chegar a R$ 2,7 bilhões
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