Ibovespa prossegue em queda puxado por bancos e Petrobras e se descola de NY em meio à tensão fiscal
Índice ainda caminha para encerrar semana em alta; dólar busca máximas
O Ibovespa mantém queda descolado das bolsas de Nova York em meio à tensão fiscal a respeito da rolagem da dívida pública, puxado por ações de bancos e da Petrobras que operam em baixas firmes.
Às 16h40, o Ibovespa recuava 0,56%, aos 98.500,56 pontos. A maior parte dos principais índices americanos, enquanto isso, marcavam ganhos.
O principal índice acionário da B3 — bem como outros mercados — reage à notícia de que dívida do Tesouro a vencer entre janeiro e abril de 2021 soma R$ 643 bilhões, valor maior que o dobro da média dos últimos cinco anos, equivalente a 15,4% da dívida interna brasileira, segundo o Broadcast.
No leilão de ontem, o Tesouro colocou apenas 40% do lote ofertado de títulos atrelados à Selic com prazo mais curto, o que alimenta a percepção do risco fiscal.
"Por aqui, pesou tanto na bolsa quanto no câmbio essa dificuldade do Tesouro de rolar a dívida", diz Roberto Padovani, economista do banco BV. "Basicamente é o tema fiscal fazendo com que o nosso desempenho seja pior que o do resto do mundo."
O índice hoje é puxado por algumas empresas de peso em sua composição. As ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) da Petrobras caem 1,82% neste momento, seguindo a queda do preço do contrato de petróleo tipo Brent, barril de referência para a estatal, com recuo de 0,7%.
Leia Também
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai mais de 10% na bolsa
Enquanto isso, todas as ações de bancos também recuam no índice, contribuindo para o desempenho negativo do Ibovespa hoje.
"É um movimento de realização de alguns papéis relevantes", diz Henrique Esteter, analista de ações da Guide Investimentos. "Petrobras pesa com queda do petróleo."
Ainda assim, o Ibovespa caminha para fechar a semana no positivo, em alta acumulada superior a 1%. Em outubro, o avanço supera os 4%.
Depois de operar perto da estabilidade por boa parte da manhã, o dólar à vista passou a avançar. Agora, tem alta de 0,37%, a R$ 5,6455.
Na máxima, a divisa americana subiu 0,41%, para R$ 5,6475.
O Dollar Index (DXY), índice que compara o dólar a uma cesta de moedas como euro, libra e iene, no entanto, se desvaloriza 0,18% agora.
"A injeção de estímulos monetários e fiscais faz o dólar se depreciar em relação a outras moedas fortes, mas em comparação ao real o que pesa mais no curto prazo é o risco fiscal doméstico e o ruído político", diz Mauro Morelli, estrategista da Davos Investimentos, escritório filiado à XP Investimentos. "Essa questão do megavencimento pesa aqui."
Top 5
Confira as maiores altas do Ibovespa agora:
| CÓDIGO | EMPRESA | PREÇO | VARIAÇÃO |
| BRKM5 | Braskem PNA | R$ 22,20 | 4,91% |
| SUZB3 | Suzano ON | R$ 50,42 | 4,26% |
| KLBN11 | Klabin units | R$ 25,86 | 4,19% |
| USIM5 | Usiminas PNA | R$ 11,29 | 4,06% |
| JBSS3 | JBS ON | R$ 23,22 | 3,66% |
Veja também as maiores quedas:
| CÓDIGO | EMPRESAS | PREÇO | VARIAÇÃO |
| YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 25,63 | -3,97% |
| COGN3 | Cogna ON | R$ 4,85 | -3,77% |
| GNDI3 | Intermédica ON | R$ 65,13 | -2,89% |
| IRBR3 | IRB ON | R$ 6,80 | -2,86% |
| QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 31,96 | -2,65% |
CSN sobe com resultados do 3º tri
Após balanço forte, os papéis da CSN (CSNA3) chegaram a subir 4%, tendo depois chegado a recuar, com realização de lucros dos investidores.
Agora, as ações exibem leve alta de 0,36%, aos R$ 19,52. A siderúrgica teve lucro líquido de R$ 1,262 bilhão no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 871 milhões visto um ano antes. Veja os resultados trimestrais da empresa nesta matéria do Seu Dinheiro.
Exterior positivo
As bolsas de Nova York abriram em alta, ensaiando recuperação das perdas de ontem, após três dias seguidos de queda.
Neste momento, o Dow Jones sobe 0,60%, o S&P 500 avança 0,29% e o Nasdaq perde 0,06%.
Repercute bem lá fora a notícia de que a farmacêutica Pfizer pode solicitar autorização para uso emergencial da sua vacina contra a covid-19 até o fim de novembro, desde que receba dados de eficácia e segurança de testes em humanos em estágio final.
Os dados de vendas no varejo nos Estados Unidos em setembro também vieram positivos, apresentando alta de 1,9% em relação a agosto. A previsão do mercado era de alta de 0,8%, segundo dados da Bloomberg.
Já os dados de produção industrial decepcionaram. Houve queda de 0,6% em setembro, ante um consenso de mercado de alta de 0,5% — a primeira queda em cinco meses.
As bolsas americanas ampliaram os ganhos após a divulgação do dado de confiança do consumidor nos EUA em outubro. Na leitura preliminar, o índice subiu a 81,2, ante projeção de 80,5.
As preocupações que pairam sobre os investidores, aqui e lá fora, e que impedem que o Ibovespa chegue aos 100 mil pontos permanecem basicamente as mesmas: os avanços da segunda onda de covid-19 na Europa e o impasse nas negociações para a aprovação de um novo pacote fiscal nos EUA.
Juros sobem
Por aqui, as preocupações se dão em relação ao risco fiscal, refletindo a dificuldade do Tesouro de rolar a dívida, a indefinição quanto ao Renda Brasil e o futuro do auxílio emergencial. Neste contexto, há o risco de uma elevação de juros, por conta da pressão do mercado sobre as taxas de curto prazo.
A inflação também gera cautela. O mercado teme que a alta de preços no atacado comece a contaminar a inflação ao consumidor, o que também contribuiria para uma elevação de juros.
Mais cedo saiu o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que marcou 3,20% em outubro. O resultado veio acima do teto das estimativas dos analistas ouvidos pelo Broadcast, que esperavam um índice entre 1,72% e 3,02%, com mediana positiva de 2,67%.
Já o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) foi de 1,01%, abaixo da estimativa da Bloomberg, de 1,12%.
Os juros futuros fecharam em alta nesta sexta. Segundo Paulo Nepomuceno, operador de renda fixa da Terra Investimentos, o que está em jogo na curva das taxas futuras é a atual política de juros baixos do Banco Central.
"O pilar dessa política era a ancoragem da inflação e a política fiscal restritiva. Mas ambos os pilares estão sendo questionados", diz ele, em referência ao déficit fiscal primário e a leve alta da inflação.
"Com tudo isso, o mercado quer mais prêmio. É natural esse movimento de alta na curva", afirma Nepomuceno.
Confira as taxas dos principais vencimentos:
- Janeiro/2021: de 1,970% para 1,976%
- Janeiro/2022: de 3,29% para 3,40%
- Janeiro/2023: de 4,65% para 4,77%
- Janeiro/2025: de 6,54% para 6,63%.
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
